“ELE TEM CONSIDERADO A ORAÇÃO DO SOLITÁRIO”
“Ele tem
considerado a oração do solitário e não desprezou suas orações” (Sl 102.17).
É digno de nota que o livramento das tribos eleitas seja atribuído
às orações dos fiéis. A mercê divina era deveras a única causa que o levou a livrar
sua Igreja, visto que graciosamente lhe prometera essa bênção. Mas, para
incitar os verdadeiros crentes a uma mais profunda solicitude à oração, Deus promete
que, o que propusera fazer movido por seu próprio beneplácito, ele concederia
em resposta a seus pedidos. Tampouco existe alguma inconsistência entre estas duas
verdades, a saber: que Deus preserva a Igreja no exercício de sua soberana mercê,
e que ele a preserva em resposta às orações de seu povo. Pois, visto que suas
orações se acham conectadas às promessas graciosas, o efeito daquelas depende
inteiramente destas. Ao dizer que as orações do solitário foram ouvidas, não se deve entender as orações de um único homem
(pois, na sentença imediatamente seguinte, usa-se o plural), mas de todos os
judeus, enquanto permaneciam lançados fora de seu próprio país e viviam
exilados em terra estranha, são chamados solitário, porque, embora os países da Assíria e Caldéia fossem
notavelmente férteis e deleitosos, todavia esses miseráveis cativos, como já
observei previamente, perambulavam como por um deserto. E como naquele tempo
esse povo solitário obteve favor por seus lamentos, assim agora, quando os fiéis
se acham dispersos e destituídos de suas assembleias regulares, o Senhor ouvirá
seus gemidos nessa desolada dispersão, contanto que todos eles, de comum acordo
e com fé inabalável, sinceramente aspirem a restauração da Igreja.
Deus nos abençoe!
João Calvino (1509-1564).
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*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba(PR).
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