terça-feira, 3 de junho de 2025

“ELE TEM CONSIDERADO A ORAÇÃO DO SOLITÁRIO”


ELE TEM CONSIDERADO A ORAÇÃO DO SOLITÁRIO

“Ele tem considerado a oração do solitário e não desprezou suas orações” (Sl 102.17).

É digno de nota que o livramento das tribos eleitas seja atribuído às orações dos fiéis. A mercê divina era deveras a única causa que o levou a livrar sua Igreja, visto que graciosamente lhe prometera essa bênção. Mas, para incitar os verdadeiros crentes a uma mais profunda solicitude à oração, Deus promete que, o que propusera fazer movido por seu próprio beneplácito, ele concederia em resposta a seus pedidos. Tampouco existe alguma inconsistência entre estas duas verdades, a saber: que Deus preserva a Igreja no exercício de sua soberana mercê, e que ele a preserva em resposta às orações de seu povo. Pois, visto que suas orações se acham conectadas às promessas graciosas, o efeito daquelas depende inteiramente destas. Ao dizer que as orações do solitário foram ouvidas, não se deve entender as orações de um único homem (pois, na sentença imediatamente seguinte, usa-se o plural), mas de todos os judeus, enquanto permaneciam lançados fora de seu próprio país e viviam exilados em terra estranha, são chamados solitário, porque, embora os países da Assíria e Caldéia fossem notavelmente férteis e deleitosos, todavia esses miseráveis cativos, como já observei previamente, perambulavam como por um deserto. E como naquele tempo esse povo solitário obteve favor por seus lamentos, assim agora, quando os fiéis se acham dispersos e destituídos de suas assembleias regulares, o Senhor ouvirá seus gemidos nessa desolada dispersão, contanto que todos eles, de comum acordo e com fé inabalável, sinceramente aspirem a restauração da Igreja.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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