terça-feira, 3 de junho de 2025

“MEUS DIAS SÃO COMO UMA SOMBRA QUE DECLINA”


“MEUS DIAS SÃO COMO UMA SOMBRA QUE DECLINA”

“Meus dias são como uma sombra que declina; e como erva vou secando” (Sl 102.11).

Quando o sol se encontra diretamente acima de nossa cabeça, ou, seja, ao meio-dia, não observamos as súbitas mudanças das sombras que sua luz produz; mas quando ele começa a declinar para o ocidente, as sombras variam há quase cada instante. Essa é a razão por que o escritor sacro faz expressa menção da sombra que declina. O que ele atribui à Igreja aflita de fato parece ser igualmente aplicável a todos os homens; mas ele tinha uma razão especial para empregar essa comparação com o fim de ilustrar a condição da Igreja quando sujeita à calamidade do exílio. É verdade que, assim que chegamos à velhice, nossa decadência avança rapidamente. Aqui, porém, a queixa consiste em que isso sobreveio ao povo de Deus na flor de sua idade. Pelo termo dias deve-se entender todo o curso de sua vida; e o significado é que o cativeiro era para os santos como o pôr-do-sol, visto que rapidamente desfaleciam. No final do versículo, a similitude da erva que murcha, usada um pouco antes, é reiterada para notificar que sua vida durante o cativeiro estava envolta em tantas dores que secava neles a própria seiva da vida. Isso tampouco surpreende, visto que viver em tal condição teria sido pior que cem mortes, não tivessem sido sustentados pela esperança de futuro livramento. Mas embora não estivessem totalmente esmagados pela provação, pelo menos estavam em grande angústia, porquanto se viam abandonados por Deus.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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