“FERIDO COMO A ERVA, SECOU-SE O MEU CORAÇÃO”
“Ferido como a erva, secou-se o meu coração; até me esqueço de comer o
meu pão. Os meus ossos já se apegam à pele por causa do meu dolorido gemer” (Sl
102.4,5).
Aqui o salmista emprega mais uma comparação,
declarando que seu coração está emurchecido e totalmente seco como a erva
ceifada. Sua intenção, porém, é expressar algo mais do que estar seu coração
murcho e seus ossos reduzidos a um estado de sequidão. Sua linguagem implica
que, à semelhança da erva quando cortada não pode mais receber a umidade da
terra, não retém a vida e o vigor que se derivam da raiz, assim seu coração
sendo, por assim dizer, rasgado e decepado desde a raiz, estava privado de sua
nutrição natural. O significado da última sentença, até me esqueço de
comer o meu pão, é: Minha tristeza tem sido tão profunda que
negligenciei meu alimento ordinário. Mas o que o salmista tem em mente é que se
encontrava tão aflito, em profunda tristeza, que recusava todos os deleites e
se privava até mesmo do alimento e bebida. Os crentes genuínos podem cessar por
algum tempo de fazer uso de seu alimento ordinário, quando, por meio do jejum
voluntário, humildemente rogam a Deus que revogue sua ira; o salmista, porém,
aqui não fala desse tipo de abstinência da subsistência física. Ele fala
daquele efeito de extrema angústia mental que é acompanhada da supressão do
alimento e do uso de tudo. Na conclusão do versículo, ele acrescenta que seu
corpo estava, por assim dizer, consumido ou desgastado, de tal sorte que seus
ossos aderiam a sua pele.
Deus nos abençoe!
João Calvino (1509-1564).
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