“O SENHOR É O MEU PASTOR” - Parte 1
“O SENHOR É O
MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ” (Sl 23.1).
Embora Deus,
por meio de seus benefícios, amavelmente nos atraia a si, como que por meio do
sabor de sua doçura paternal, no entanto não há nada em que mais facilmente
caímos do que na fraqueza de esquecê-lo, quando desfrutamos de paz e conforto.
Sim, a prosperidade não só intoxica a tantos, guiando-os para além de todos os
limites de sua jovialidade, mas também engendra insolência, que os faz
soberbamente erguer-se e pôr-se contra Deus. Consequentemente, é difícil que
haja uma centésima parte dos que desfrutam em abundância das coisas excelentes
de Deus e que conservem seu temor e vivam no exercício da humildade e temperança,
as quais são perenemente recomendáveis. Por essa razão, devemos notar o mais
cuidadosamente possível o exemplo que é aqui posto diante de nós por Davi, o
qual, levado à dignidade de soberano poder, se cerca do esplendor de riquezas e
honras, da posse da mais exuberante abundância de excelentes coisas temporais e
em meio a prazeres principescos, não só testifica que era alvo da atenção
divina, mas, evocando a memória dos benefícios que Deus lhe conferira, faz
deles degraus pelos quais pudesse subir para mais perto dele. Por esse meio ele
não só refreia a depravação de sua carne, mas também se estimula à gratidão com
mais intensa solicitude, bem como a outros exercícios da piedade, como
transparece da frase conclusiva do Salmo, onde diz: “E habitarei na casa do
SENHOR para todo o sempre”. De modo semelhante, no Salmo 18, o qual foi composto
num período de sua vida quando era aplaudido de todos os lados, chamando a si
mesmo de servo de Deus, demonstrava humildade e simplicidade de coração a que atingira,
e, ao mesmo tempo, publicamente testificava sua gratidão, aplicando-se à
celebração dos louvores divinos.
Deus nos
abençoe!
João Calvino (1509-1564).
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