“O FIM DE NOSSOS PECADOS”
“E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado” (Jo 19.30).
2. Vemos aqui
o fim de nossos pecados.
Os pecados do
crente — todos os seus — foram transferidos ao Salvador. Como diz a Escritura:
“O SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Is 53.6). Se Deus pois
lançou minhas iniquidades sobre Cristo, não mais estão elas sobre mim. Há
pecado em mim, pois a velha natureza adâmica permanece no crente até a
morte ou até o retorno de Cristo, caso ele venha antes que eu morra, porém, não
há mais pecado algum sobre mim. Tal distinção entre pecado EM e
pecado SOBRE é uma distinção vital, e deve haver pouca dificuldade em
sua apreensão. Se eu dissesse que o juiz deu a sentença sobre um
criminoso, e que esse está agora sob sentença de morte, todos entenderiam
o que eu quis dizer. Da mesma forma, todos fora de Cristo tem a sentença da
condenação divina que repousa sobre si. Porém, quando um pecador crê no
Senhor, recebe-o como seu Senhor e Salvador, ele não mais está “sob condenação”
— o pecado não mais está sobre si, ou seja, a culpa, a condenação,
a pena do pecado, não mais está sobre ele. E por quê? Porque Cristo
levou nossos pecados em seu próprio corpo sobre o madeiro (1Pe 2.24). A culpa,
a condenação e a pena de nossos pecados foram transferidas ao nosso
substituto. Em consequência, porque meus pecados foram transferidos a
Cristo, eles não mais estão sobre mim.
Essa preciosa
verdade foi contundentemente ilustrada nos tempos do Antigo Testamento em
conexão com o Dia Anual da Expiação em Israel. Naquele dia, Arão, o sumo-sacerdote
(um tipo de Cristo), dava satisfação a Deus pelos pecados que Israel cometera
durante o ano anterior. A maneira como isso era feito está descrita em Levítico
16. Dois bodes eram tomados e apresentados diante de Deus à porta do tabernáculo;
isso era antes que qualquer coisa fosse feita com eles; isso
representava Cristo apresentando-se a Deus, oferecendo para entrar neste mundo,
e ser o Salvador dos pecadores. Um dos bodes era então escolhido e morto,
e seu sangue era levado para dentro do tabernáculo, no interior do véu, no
Santo dos Santos e, ali, era espargido perante e sobre o propiciatório —
prefigurando a Cristo oferecendo-se como um sacrifício a Deus, para
satisfazer às exigências de sua justiça e aos requerimentos de sua santidade.
Lemos então
que Arão saía do tabernáculo e punha ambas as mãos sobre a cabeça do segundo
bode (vivo) — significando um ato de identificação pelo qual ele, o representante
de toda a nação, identificava o povo com o animal, reconhecendo que seu destino
era o que seus pecados mereciam, e que, hoje, corresponde às mãos da fé,
segurando Cristo e identificando a nós mesmos consigo em sua morte. Tendo posto
suas mãos na cabeça do bode vivo, Arão agora confessava sobre ele “todas
as iniquidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões,
segundo todos os seus pecados, e os porá sobre a cabeça do
bode” (Lv 16.21). Desse modo, os pecados de Israel eram transferidos ao seu
substituto. Finalmente se nos diz: “Assim aquele bode levará sobre si todas as iniquidades
deles à terra solitária; e enviará o bode ao deserto” (Lv 16.22). O bode
que carregava os pecados de Israel era introduzido num ermo inabitado, e o povo
de Deus não mais via, nem ele nem seus pecados! Tipificando, isso era
Cristo introduzindo nossos pecados em uma terra desolada onde Deus não
estava, e ali dando um fim a eles. A cruz de Cristo, pois, é o túmulo de
nossos pecados!
Deus nos
abençoe!
Arthur W. Pink (1886-1952).
*Faça-nos uma oferta (Pix 083.620.762-91).
*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba(PR).
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