“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno” (2Pe 3.18).
Se a salvação é do começo ao fim obra soberana de Deus, portanto nada podemos fazer efetivamente que produza a nossa salvação. Qual então é a utilidade de todos os mandamentos, ameaças, promessas e exortações da Escritura? Nunca devemos olvidar a verdade de que verdadeiramente é Deus que opera em nós todo o bem espiritual. A Bíblia nos ensina que “em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum” (Rm 7.18). Ao dizermos que existe em nós algum bem que não seja obra do Espírito Santo destruímos o evangelho e negamos duplamente que Deus seja o único bem e que somente Ele pode nos tornar bons (2Co 3.5; Jo 15.5; Fp 2.13). Utilizar este argumento como desculpa para não se fazer nada é resistir à vontade de Deus. Deus promete operar em nós aquilo que requer de nós. Há na Escritura muitos exemplos de pessoas que foram ordenadas a fazer aquilo que lhes era impossível. Entretanto, quando se dispuseram a obedecer encontraram o poder curador de Deus habilitando-as a fazer aquilo que anteriormente lhes parecera impossível. Nosso dever é tentar obedecer os mandamentos de Deus, e a Sua obra é nos capacitar a obedecê-los. Portanto, aqueles que cruzam os braços e nada fazem – porque dizem que nada podem fazer até que Deus opere neles a graça – mostram que não possuem qualquer interesse ou preocupação com as coisas de Deus. Embora não possa haver graça no crente senão pelo Espírito Santo, entretanto, crescer em graça, progredir firmemente em santidade e justiça, depende do uso que o crente faz da graça que recebeu. Ser preguiçoso e negligente nas coisas das quais dependem o nosso crescimento espiritual, e que dizem respeito ao bem-estar eterno da alma, sob o pretexto de que sem o Espírito nada podemos fazer, é tanto estúpido quanto irracional, além de perigoso. Medita nestas coisas!
*Extraído do Livro “O Espírito Santo” – John Owen (1616-1683). Editora Os Puritanos.
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