"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



terça-feira, 14 de maio de 2024

“PORQUE ESTÁ ESCRITO: A VINGANÇA ME PERTENCE”


“PORQUE ESTÁ ESCRITO: A VINGANÇA ME PERTENCE”

“Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A vingança me pertence; eu retribuirei, diz o Senhor” (Rm 12.19).

O apóstolo Paulo extrai sua comprovação do cântico de Moisés [Dt 32.35], onde o Senhor declara que ele tomará vingança de seus inimigos. Os inimigos de Deus são todos aqueles que oprimem seus servos sem uma razão plausível. “Aquele que vos tocar”, diz ele, “tocará a menina de meus olhos” [Zc 2.8]. Portanto, estejamos satisfeitos com a consolação de que aqueles que nos causam tribulação sem o merecermos não escaparão impunemente, nem nos faremos mais sujeitos ou expostos às injúrias dos ímpios por suportá-las. Ao contrário disto, deixaremos com o Senhor, que é o nosso único Juiz e Libertador, a oportunidade de prover-nos livramento.

Embora não devamos orar a Deus pedindo que nos vingue de nossos inimigos, mas, sim, orar em favor de sua conversão para que venham eles a tornar-se nossos amigos, todavia, se prosseguirem em sua perversidade, lhes acontecerá o mesmo que sucede a todos quantos desprezam a Deus. O apóstolo, contudo, não cita esta passagem como que para conceder-nos o direito de inflamar-nos de ira assim que formos injuriados, nem nos manda que oremos a Deus para que vingue nossas injúrias na proporção do excitamento de nossa carne. Ele nos ensina, primeiramente, que não é nossa tarefa exigir vingança, a menos que queiramos usurpar a responsabilidade [e competência] divina. E, em segundo lugar, ele afirma que não devemos temer que os ímpios se prorrompam com maior ferocidade ao ver-nos suportar nosso sofrimento com paciência, pois Deus não assume em vão o ofício de Vingador.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.

“NÃO VOS VINGUEIS A VÓS MESMOS”


“NÃO VOS VINGUEIS A VÓS MESMOS”

“Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor” (Rm 12.19).

O mal que o apóstolo Paulo corrige aqui é mais sério do que o mencionado no versículo 17, “Não torneis a ninguém mal por mal”. E, no entanto, ambos têm a mesma fonte de origem, ou seja: um amor desordenado direcionado para si mesmo e um orgulho inerente que nos leva a uma excessiva indulgência para com nossos próprios erros, enquanto que nos revelamos intolerantes para como os erros alheios. Visto, pois, que esta enfermidade cria em quase todos um desejo frenético por vingança, mesmo quando sofrem as mais leves injúrias, o apóstolo nos ordena, aqui, a não cultivarmos o espírito de vingança, mesmo quando somos dolorosamente feridos, mas que deixemos a vingança com o Senhor. E visto que aqueles que uma vez se deixam prender por esta descontrolada paixão não podem ser dominados com facilidade, ele nos refreia pelo uso de termos persuasivos, como amados.

O preceito, pois, consiste em que não devemos cultivar o espírito de vingança, nem vingar as injúrias que porventura se nos fazem, visto que temos de dar lugar a ira. Dar lugar à ira consiste em deixar com Deus a autoridade de julgar. Aqueles que planejam a vingança privam Deus desta autoridade. Se, pois, é errôneo usurpar o ofício divino, tampouco nos é lícito extorquir dele a vingança, porque, ao procedermos assim, antecipamos o juízo divino; porquanto Deus quis reservar esse oficio exclusivamente para si. Ao mesmo tempo, o apóstolo afirma que aqueles que esperam pacientemente pelo socorro divino deixarão Deus ser seu Vingador, enquanto que aqueles que antecipam sua vingança não deixam lugar para o seu socorro.

Aqui, o apóstolo Paulo não só nos proíbe de tomar a vingança em nossas mãos, mas também de permitir que nossos corações sejam tentados por este desejo. Fazer aqui distinção entre vingança pública e privativa é, portanto, supérfluo. A pessoa que recorre ao auxílio do magistrado com o coração sobrecarregado com o malévolo desejo de vingança não merece mais escusa do que se engendrasse meios de executar a vingança com suas próprias mãos. De fato, como veremos a seguir, não devemos nem mesmo pedir a Deus que nos vingue. Se porventura nossas petições emanam de nossos sentimentos pessoais, e não do santo zelo do Espírito, não deixaremos Deus ser nosso Juiz; ao contrário, seremos servos de nossos desejos corruptos.

Portanto, só nos é possível dar lugar à ira quando esperamos pacientemente o tempo certo de nosso livramento, orando nesse ínterim para que aqueles que agora nos trazem sofrimento se arrependam e se transformem em nossos amigos [e irmãos].

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.

quinta-feira, 9 de maio de 2024

“SEDE PACIENTES NA TRIBULAÇÃO”


“SEDE PACIENTES NA TRIBULAÇÃO”

“Regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes” (Rm 12.12).

Estes três conselhos se entrelaçam e parecem depender do anterior - servindo ao tempo. A pessoa que põe sua alegria na esperança da vida por vir, e suporta suas tribulações com, paciência, também está pronta a dedicar-se ao tempo e se vale da oportunidade de marchar com vigor em busca de seu alvo. Sempre que venha ao caso (pois não faz muita diferença se as frases são ou não relacionadas), o apóstolo Paulo primeiro nos proíbe a permanecermos contentes com nossas bênçãos momentâneas, ou a pôr nossa alegria na terra ou nas coisas terrenas, como se nossa felicidade estivesse localizada ali. Ao contrário disso, ele nos convida a dirigir nossas mentes rumo ao céu, para que experimentemos aquela alegria que é sólida e plenária. Se a nossa alegria repousa na esperança da vida por vir, esta esperança gerará em nós paciência na adversidade, visto que nenhum sentimento de pesar será capaz de sucumbir tal alegria. Portanto, estas duas coisas se acham estritamente relacionadas entre si, ou seja: a alegria que nasce da esperança, e a paciência que nasce da adversidade. Somente a pessoa que aprendeu a buscar sua felicidade para além deste mundo, com o fim de reduzir e aliviar as asperezas e amarguras da cruz com a consolação da esperança, se sujeitará calma e tranquilamente a carregar a cruz.

Entretanto, visto que ambas as coisas estão muito acima de nossas forças, devemos permanecer constantemente em oração e invocar continuamente a Deus, para que ele não permita que nossos corações sejam destroçados pelas calamidades. Além do mais, Paulo não só nos estimula à prática da oração, mas expressamente nos intima à perseverança, visto que nossa guerra é incessante e sofremos vários assaltos todo dia. Mesmo os mais fortes dentre nós são incapazes de suportar estes revezes sem frequente reaquisição de novas energias. Mas a diligência na oração é o melhor antídoto contra o risco de soçobrarmos.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
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terça-feira, 7 de maio de 2024

“COMPARTILHAI AS NECESSIDADES DOS SANTOS”


“COMPARTILHAI AS NECESSIDADES DOS SANTOS”

“Compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade” (Rm 12.13).

O apóstolo Paulo volta aos deveres do amor, e o principal destes é fazer o bem àqueles de quem esperaríamos o mínimo de recompensa. Geralmente sucede que, aqueles que são atingidos pela pobreza mais do que outros, se veem extremamente carentes de socorro, estes, sim, é que são tratados com mais menosprezo, visto que os benefícios a eles conferidos são considerados como perda. Deus, pois, nos recomenda exatamente estas pessoas, e de uma maneira muito especial. Somente quando aliviamos as necessidades de nossos irmãos, por nenhuma outra razão senão para exercer nossa benevolência para com eles, é que verdadeiramente comprovamos nosso amor. hospitalidade, ou seja, a fraternidade e generosidade demonstradas para com os estranhos, não é uma forma inferior de amor, porquanto estes são, de todos, os mais destituídos [dos privilégios da vida], visto que se acham distantes de seus familiares. É por esta razão que o apóstolo expressamente nos recomenda que sejamos hospitaleiros. Assim vemos que, quanto mais alguém for desconsiderado, ainda mais atentos devemos estar às suas reais necessidades. Observe-se, também, quão apropriadas são as observações de Paulo, quando diz que devemos compartilhar as necessidades dos santos. Com isto ele sugere que devemos aliviar as necessidades de nossos irmãos, como se estivéssemos socorrendo a nós próprios. Particularmente, ele nos ordena a dar assistência aos santos. Embora nosso amor deva estender-se a toda a raça humana, devemos envolver num amplexo de especial afeição àqueles que são domésticos na fé, porquanto se acham vinculados a nós por um laço muitíssimo estreito.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.

“NO ZELO, NÃO SEJAIS REMISSOS”


“NO ZELO, NÃO SEJAIS REMISSOS”

“No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao tempo” (Rm 12.11).

Este preceito, “no zelo, não sejais remissos”, nos é comunicado não só porque a vida cristã deve ser ativa, mas também porque é próprio que às vezes desconsideremos nossas próprias vantagens e dediquemos nossos labores em prol de nossos irmãos; e nem sempre em prol daqueles que são bons, mas também em prol daqueles que se nos revelam ingratos e indignos. Em resumo, visto que devemos esquecer de nós mesmos na execução de muitos de nossos deveres, jamais estaremos adequadamente preparados para a obediência a Cristo, a menos que instemos conosco mesmos, esforçando-nos diligentemente por desprender-nos de toda a nossa indolência.

Ao acrescentar “fervorosos de espírito”, o apóstolo Paulo nos mostra como devemos firmar-nos ao preceito anterior. Não há outro corretivo mais eficaz para nossa indolência do que o fervor do espírito. Portanto, a diligência em fazer o bem requer aquele zelo que o Espírito de Deus acendeu em nossos corações. Por que, pois, diria alguém, Paulo nos exorta a cultivar este fervor? Eis minha resposta: embora este zelo seja um dom divino, estes deveres são destinados aos crentes a fim de que destruam sua indiferença e fomentem aquela chama que Deus lhes acendeu. Pois geralmente sucede que, ou abafamos, ou mesmo extinguimos o Espírito em razão de nossas próprias mazelas.

O terceiro conselho, “servindo ao tempo”, tem a mesma referência. Visto que o curso da nossa vida é por demais breve, nossa chance de fazer o bem tão logo passa. Devemos, pois, ser mais solícitos na realização de nossos deveres. Assim, o apóstolo, em outra passagem, nos convida a remir o tempo, visto que os dias são maus [Ef 5.16]. O significado pode ser também que devemos saber como administrar nosso tempo, porquanto há grande necessidade de assim fazermos. Não obstante, Paulo, creio eu, está contrastando seu preceito entre servir o tempo e [servir] o ócio. Obviamente, Paulo desejava relacionar o culto divino com os deveres que desempenhamos em favor de nossos irmãos e tudo quanto serve para fortalecer o amor, a fim de transmitir maior encorajamento aos crentes.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
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domingo, 5 de maio de 2024

ANA BEKOACH - Hila Ben David

"Hila Ben David"

“Poderoso e Santo, Poderoso e Santo.

Com bondade conduza seu rebanho. 

Atenda o nosso clamor, ouça os nossos gemidos”. 

Deus nos abençoe!