“COMPARTILHAI AS NECESSIDADES DOS SANTOS”
“Compartilhai as
necessidades dos santos; praticai a hospitalidade” (Rm 12.13).
O apóstolo Paulo volta aos deveres do amor, e o principal destes é fazer o bem àqueles de quem esperaríamos o mínimo de recompensa. Geralmente sucede que, aqueles que são atingidos pela pobreza mais do que outros, se veem extremamente carentes de socorro, estes, sim, é que são tratados com mais menosprezo, visto que os benefícios a eles conferidos são considerados como perda. Deus, pois, nos recomenda exatamente estas pessoas, e de uma maneira muito especial. Somente quando aliviamos as necessidades de nossos irmãos, por nenhuma outra razão senão para exercer nossa benevolência para com eles, é que verdadeiramente comprovamos nosso amor. A hospitalidade, ou seja, a fraternidade e generosidade demonstradas para com os estranhos, não é uma forma inferior de amor, porquanto estes são, de todos, os mais destituídos [dos privilégios da vida], visto que se acham distantes de seus familiares. É por esta razão que o apóstolo expressamente nos recomenda que sejamos hospitaleiros. Assim vemos que, quanto mais alguém for desconsiderado, ainda mais atentos devemos estar às suas reais necessidades. Observe-se, também, quão apropriadas são as observações de Paulo, quando diz que devemos compartilhar as necessidades dos santos. Com isto ele sugere que devemos aliviar as necessidades de nossos irmãos, como se estivéssemos socorrendo a nós próprios. Particularmente, ele nos ordena a dar assistência aos santos. Embora nosso amor deva estender-se a toda a raça humana, devemos envolver num amplexo de especial afeição àqueles que são domésticos na fé, porquanto se acham vinculados a nós por um laço muitíssimo estreito.
Deus nos abençoe!
João Calvino
(1509-1564).
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