"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



sexta-feira, 24 de maio de 2024

“QUEM AMA O PRÓXIMO TEM CUMPRIDO A LEI”

“QUEM AMA O PRÓXIMO TEM CUMPRIDO A LEI”

“A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei” (Rm 13.8).

O propósito do apóstolo Paulo, aqui, é reduzir todos os preceitos da lei em um só, a saber: o amor, a fim de sabermos que mantendo a prática do amor, estamos exatamente obedecendo aos mandamentos; e ao procedermos assim, estamos sendo preparados para assumir qualquer responsabilidade que nos possibilite a preservar a caridade. E assim ele confirma sobejamente o preceito que apresentara concernente à obediência devida aos magistrados. E esta obediência de forma alguma constitui uma parte do amor de somenos importância.

Não obstante, alguns sentem certa dificuldade nesta passagem, e de tal dificuldade não conseguem desvencilhar-se completamente, ou seja: Paulo ensina que a lei é cumprida quando amamos ao nosso próximo. O problema, portanto, consiste em que ele, aqui, não faz menção do culto devido a Deus, ainda que certamente não era sua intenção de omiti-lo. O fato é que o apóstolo não está se referindo a toda a lei. Ele está simplesmente falando daqueles deveres que a lei requer de nós com relação ao nosso próximo. É também verdade que toda a lei é cumprida quando amamos nosso próximo, porque o genuíno amor pelo ser humano só tem uma fonte, a saber: o amor de Deus. O amor ao próximo é a evidência e decorrência do amor a Deus. Na verdade Paulo, aqui, menciona só segunda tábua [da lei], porquanto sua inquirição se relaciona somente a esta. É como se ele dissesse: “Aquele que ama a seu próximo como a si mesmo tem cumprido seu dever para com o mundo todo”. É fútil  a objeção daqueles que tentam encontrar neste versículo a justificação [procedente] das obras. O apóstolo não está declarando o que o homem faz ou deixa de fazer, mas está falando daquelas condições que em parte alguma julgaríamos ter cumprido. Ao dizermos que o ser humano não é justificado por meio das obras, não negamos que a observância da lei constitua verdadeira justiça. Mas, visto que ninguém cumpre a lei, ou jamais a tenha cumprido, defendemos a tese de que todos os homens se acham excluídos dela, e que, por isso, o nosso único refúgio está na graça de Cristo.  

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.

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