"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

“Contando os nossos Dias”


“Contando os nossos Dias”

“Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria” (Sl 90.12).

Até compreender quão séria e urgentemente Moisés orou nessa passagem, eu não entendia que nós devemos pedir a Deus que nos ensine a contar os nossos dias. Eu pensava que todos tinham tanto medo da morte quanto eu. Contudo, de 10 mil pessoas, somente dez devem pensar que contar os dias é importante. O restante das pessoas vive como se Deus não existisse e a morte não acontecesse.

Mas essa não é a pior parte. Algumas pessoas que estão prestes a morrer acreditam que continuarão vivendo. Outras, oprimidas pela miséria, sonham com a felicidade. Outras ainda, que estão em perigo extremo, pensam estupidamente estar em total segurança. A ilusão delas é a parte mais triste de tudo.

Assim, Moisés adequadamente nos ensina que devemos contar os nossos dias. Não devemos perguntar a Deus quanto tempo exatamente ainda nos resta. Em vez disso, devemos orar para que possamos tomar consciência de quão miserável e curta é a nossa vida. A morte e a ira eterna de Deus nos ameaçam a todo segundo.

Às vezes encontramos pessoas realmente preocupadas com a brevidade da vida. Elas estão ocupadas com pensamentos sobre sua morte iminente, mesmo não tendo orado para ter esse conhecimento.  Mas a maioria das pessoas não está ciente de que seus dias são numerados. Elas vivem como se o presente durasse para sempre. De tal modo, para a maioria de nós, orar da maneira como Moisés sugere nessa passagem é imprescindível.

“Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria” (Sl 90.12).

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz” (Ec 3.1-8).

Feliz no Novo!

Martinho Lutero (1483-1545).

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quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

“Vamos hoje a Belém”


“Vamos hoje a Belém”

“...eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel” (Is 7.14).

Vamos hoje a Belém e, na companhia de pastores viajantes e magos adoradores, vejamos aquele que nasceu Rei dos Judeus, pois nós, por fé, podemos reivindicar nossa participação e cantar: “Um menino nos nasceu, um filho se nos deu”.

Jesus é o Filho de Deus encarnado, nosso Senhor e nosso Deus e, contudo, nosso irmão e amigo; adoremos e admiremos. Notemos já no primeiro olhar Sua concepção miraculosa. Foi algo de que não se ouvira antes, incomparável até então: uma virgem conceber e gestar um Filho. A primeira promessa prosseguiu da seguinte maneira: “A semente da mulher”, não a descendência de homem. Considerando que a mulher temerária abriu o caminho para o pecado que desencadeou a perda do Paraíso, ela, e somente ela, anuncia o Recuperador do Paraíso. Nosso Salvador, ainda que verdadeiramente homem, era, em Sua natureza humana, o Santo de Deus. Curvemo-nos com reverência diante do santo Filho cuja inocência restaura à humanidade sua gloria antiga, e oremos para que Ele seja formado em nós, a esperança da glória. Perceba Sua ancestralidade humilde. Sua mãe descrita simplesmente como “uma virgem”, não uma princesa ou profetiza, nem uma matrona de condição abastada. É verdade que o sangue de reis corria em suas veias e sua mente não era fraca nem inculta, pois cantou a mais doce canção de louvor, mas, ainda assim, que posição humilde, quão pobre o homem com quem noivou e quão miserável a acomodação proporcionada ao Rei recém-nascido!

Emanuel, Deus conosco em nossa natureza, em nossa tristeza, em nossa obra de vida, em nossa punição, em nossa sepultura e agora conosco ou, antes, nós com Ele, em ressurreição, ascensão, triunfo e esplendor da segunda vinda.

Aleluia!

Charles Haddon Spurgeon (1834-1892).

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

“FELIZ NATAL!”


“FELIZ NATAL!”

“Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21).

O nome Jesus significa Salvador. Ele veio salvar o seu povo dos pecados deles. Ele veio para nos dar vida e vida em abundância. “Vinde, cantemos ao SENHOR, com júbilo, celebremos o Rochedo da nossa salvação” (Sl 95.1).

O ofício especial de Jesus Cristo é salvar. Este é o verdadeiro sentido do Natal. O Senhor Jesus nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino de luz. Ele nos livrou das terríveis consequências do pecado, cujo salário é a morte, garantindo-nos um ressurreto e incorruptível corpo no glorioso Dia do Senhor (1Co 15).

O povo de Deus tem essa “herança incorrutível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo. Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” (1Pe 1.4-7).

Grande é a salvação dos eleitos de Deus. O Filho da bem-aventurada virgem Maria é verdadeiramente Filho de Deus e Filho do Homem. “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6).

Celebremos o Rochedo da nossa salvação. “Nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor”. Ele é Deus conosco! “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lc 2.11,14). 

Feliz Natal!

Pr. José Rodrigues Filho

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sábado, 5 de dezembro de 2020

“E o Verbo era Deus”

 

“E o Verbo era Deus”

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela” (Jo 1.1-5).

Nos cinco primeiros versículos do Evangelho de João temos uma declaração de incomparável sublimidade a respeito da natureza divina do nosso Senhor Jesus Cristo. Com toda certeza, há grande profundidade na declaração do apóstolo João, cuja compreensão está além do nosso entendimento. Ainda assim, há claros ensinamentos, os quais todo crente deveria guardar como tesouro no coração.

Primeiro – aprendemos que o Senhor Jesus Cristo é eterno. João diz que “no princípio era o Verbo”. Ele não começou a existir quando os céus e a terra foram formados e, muito menos, quando o evangelho foi trazido ao mundo. Ele tinha a glória com o Pai “antes que houvesse mundo” (Jo 17.5).

Segundo – aprendemos que o Senhor Jesus Cristo é uma pessoa distinta de Deus, o Pai; e, ainda assim é um com Ele. João diz que “o Verbo estava com Deus”. O Pai e o Verbo, embora sejam duas pessoas, são ligados por uma união inefável. Desde a eternidade, onde quer que o Pai estivesse, ali também estava o Verbo, o Deus Filho – iguais em glória, co-eternos em majestade, mas uma só Divindade.

Terceiro – aprendemos que o Senhor Jesus Cristo é o próprio Deus. João diz que o “Verbo era Deus”. Ele não é meramente um anjo criado ou um ser inferior a Deus, o Pai, investido de poder, da parte do Pai, para redimir os pecadores. Não é menos que o Deus perfeito; é igual ao Pai, no que concerne à sua divindade; Ele é Deus, possuindo a mesma natureza que o Pai e existindo antes da fundação do mundo.

Quarto – aprendemos que o Senhor Jesus Cristo é o Criador de todas as coisas. João diz que “todas as coisas foram feitas por intermédio dele e sem ele nada do que foi feito se fez”. Longe de ser uma criatura de Deus, Ele é o Ser que fez o universo e tudo que nele há (Sl 148.5).

Por último – aprendemos que o Senhor Jesus Cristo é a fonte de toda luz e vida espiritual. João diz que “a vida estava nele, e a vida era a luz dos homens”. “De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (Jo 8.12).

Aleluia!

Pr. José Rodrigues Filho

*Meditações no Evangelho de João - J,C.Ryle, Ed. Fiel.

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terça-feira, 1 de dezembro de 2020

“Criados para as Boas Obras”

  

“Criados para as Boas Obras”

“Porque somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus te antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10).

Para que uma obra seja realmente boa, deve ser um ato realizado de conformidade com a vontade revelada de Deus e, deve provir de um princípio de fé e amor daqueles que são feitura de Deus, criados em Cristo Jesus para as boas obras.

Devemos reconhecer que o caráter moral de um ato é sempre determinado pelo caráter moral do princípio ou do pendor que o impele. Os homens não regenerados realizam muitas ações boas até onde suas relações externas com seus semelhantes lhes interessam. Mas o amor a Deus é o princípio fundamental sobre o qual todos os deveres morais descansam, precisamente como nossa relação com Deus é a relação fundamental sobre a qual descansam todas as nossas outras relações (Mt 22.36-40).

A fé verdadeira é acompanhada pelas boas obras, o que naturalmente implica que o tipo de obra que Tiago fala em sua Epístola procede tão-somente de um coração regenerado, cheio de fé e amor verdadeiros. As boas obras não tornam os homens justos, mas os homens justos realizam boas obras (Tg 2.18,22). 

“Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25.34-40).

Deus nos abençoe!

Pr. José Rodrigues Filho

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quinta-feira, 26 de novembro de 2020

“Açoes de Graças”


“Ações de Graças”

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef 1.3).

As ações de graças caracterizam a verdadeira vida cristã. Não há prova mais autêntica de uma genuína profissão de fé do que uma límpida torrente de louvor e ações de graças fluindo de nossas vidas. É impossível ler a Bíblia sem ver essa realidade na vida dos verdadeiros adoradores.

Os santos e fiéis em Cristo são notados pela gratidão e alegria que brota de seus corações. Isso os diferencia do mundo ingrato e infeliz. Os cristãos estão no mundo, mas não são do mundo. Eles são exemplos a despeito de toda perseguição que tem que suportar; se distinguem por um espírito de ações de graças. São pessoas que se mostram emocionadas, com um sentimento de paz e alegria por saberem que são cidadãos dos céus. Em toda a história da Igreja Cristã temos o testemunho da devoção dos filhos de Deus. O ponto máximo de suas vidas era o culto a Deus – a oração, o louvor e as ações de graças.

Graças a Deus pelo testemunho dos justos, atribuindo a Trindade Santa toda a honra, a glória e o louvor. É isso que expõe com precisão o ponto mais alto do crescimento na graça e no conhecimento de nosso bendito, gracioso, misericordioso, amado e único SENHOR e SALVADOR.

Que todo adorador reconheça a verdadeira natureza de sua salvação. As ações de graças devem ser o principal objetivo de nossos atos de culto. Certamente isso nos conduzirá ao eterno louvor. “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado” (Ef 1.3-6).

Aleluia!

Pr. José Rodrigues Filho

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terça-feira, 24 de novembro de 2020

Cantarei ao SENHOR! - Aula 20

Salmo 13.5,6

“No tocante a mim, confio na tua graça; regozije-se o meu coração na tua salvação. Cantarei ao SENHOR, porquanto me tem feito muito bem”.


Deus nos abençoe!

Pr. José Rodrigues Filho

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domingo, 15 de novembro de 2020

"Responde-me, SENHOR, Deus meu!" - Aula 19

Salmo 13.2-4

“Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia? Até quando se erguerá contra mim o meu inimigo? Atenta para mim, responde-me, SENHOR, Deus meu! Ilumina-me os olhos, para que eu não durma o sono da morte; para que não diga o meu inimigo: Prevaleci contra ele; e não se regozijem os meus adversários, vindo eu a vacilar”.


Deus nos abençoe!

Pr. José Rodrigues Filho

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domingo, 8 de novembro de 2020

“Até quando, SENHOR? - Aula 18

“Até quando, SENHOR?”

“Davi, sentindo-se aflito, não só com a mais profunda angústia, mas também sentindo-se, por assim dizer, submerso em um turbilhão de calamidades e uma multiplicidade de aflições, implora o auxílio e o socorro de Deus. Na conclusão do Salmo, tomando alento, acalenta a iniludível esperança de vida, à luz da promessa de Deus, mesmo em meio aos terrores da morte”.

“Até quando, SENHOR? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto?” (Sal 13.1).

Deus nos abençoe!

Pr. José Rodrigues Filho

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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

“Até quando, SENHOR?”


“Até quando, SENHOR?

SALMO 13.1

Introdução

Davi, sentindo-se aflito, não só com a mais profunda angústia, mas também sentindo-se, por assim dizer, submerso em um turbilhão de calamidades e uma multiplicidade de aflições, implora o auxílio e o socorro de Deus. Na conclusão do Salmo, tomando alento, acalenta a iniludível esperança de vida, à luz da promessa de Deus, mesmo em meio aos terrores da morte.

“Até quando, SENHOR? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto?” (v.1).

É plenamente indiscutível que Davi era grandemente odiado pela maioria do povo, em razão das calamidades e más notícias que circulavam contra ele, ao ponto de quase todos os homens julgarem que Deus não nutria menos hostilidade por ele do que Saul e seus outros inimigos. Mas aqui ele fala não tanto segundo a opinião de outros, mas de acordo com a angústia de sua própria mente, queixando-se de ser negligenciado por Deus. Não que a convicção da veracidade das promessas de Deus estivesse extinta de seu coração, ou que ele não descansasse em sua graça; mas quando nos vemos por muito tempo sobrecarregados com calamidades, e quando não mais avistamos qualquer sinal do auxílio divino, este pensamento inevitavelmente se nos impõe, ou seja: Deus se esqueceu de mim!

Reconhecer em meio às nossas aflições que Deus realmente se preocupa conosco não é muito próprio dos homens nem é o que a própria natureza nos induz a fazer; mas é pela fé que tomamos posse de sua providência invisível. Portanto, Davi, aparentemente, até onde possa ser julgado à luz do real estado de suas atividades, estava de fato esquecido por Deus. Ao mesmo tempo, contudo, os olhos de sua mente, guiados pela luz da fé, penetraram até mesmo a graça de Deus, ainda que estivesse ela envolta em trevas.

Quando Davi disse que nem sequer um único raio de esperança havia em qualquer direção para a qual se voltasse, até onde a razão humana pudesse julgar, constrangido pela tristeza, ele clama, dizendo que Deus não o levara em conta; e no entanto por sua própria queixa ele fornece evidência de que a fé o capacitara a pôr-se em lugar mais alto, e chega à conclusão de que, ao contrário do juízo da carne, seu bem-estar estava seguro nas mãos de Deus. Do contrário, como era possível que tivesse dirigido a Deus seus gemidos e orações? Seguindo este exemplo, devemos então lutar contra as aflições, protegidos pela certeza de fé, mesmo submersos no mais emaranhado dos conflitos [cotidianos], confessando que as calamidades que nos induzem ao desespero têm de ser vencidas; justamente como vemos que a fraqueza da carne não podia impedir Davi de recorrer a Deus e de encontrar nele seus recursos. E assim ele associa em seus exercícios, com muita beleza, os sentimentos que aparentemente são contraditórios.

Nas palavras, Até quando, SENHOR? Temos uma forma defectiva de expressão; mas ela é muito mais enfática do que se ele houvera posto a questão segundo o modo usual de falar: Porque demoras tanto? Ao falar assim, ele nos dá a entender que, com o propósito de nutrir sua esperança e encorajar-se no exercício da paciência, ele estendeu sua vista para um horizonte longínquo, e portanto não se queixa de uma calamidade que durava apenas uns poucos dias, como os medrosos costumam fazer, os quais só veem o que está diante de seus olhos, e imediatamente sucumbem ao primeiro problema. Davi nos ensina, pois, mediante seu exemplo, a estender nossa vista, o máximo possível, para o futuro, a fim de que nossa presente tristeza não consiga privar-nos inteiramente da visão da esperança.

João Calvino (1509-1564).

*Resumo dos comentários, Salmo 13 - Edições Paracletos.

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domingo, 1 de novembro de 2020

"O SENHOR é Rei Eterno" - Aula 17

Salmo 10.16,17

"O SENHOR é rei eterno: da sua terra somem-se as nações. Tens ouvido, SENHOR, o desejo dos humildes; tu lhes fortalecerás o coração e lhes acudirás" (Sl 10.16,17).


Deus nos abençoe!

Pr. José Rodrigues Filho

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domingo, 25 de outubro de 2020

"Por que, SENHOR, te conservas longe?" - Aula 16

SALMO 10.1

“Por que, SENHOR, te conservas longe? E te escondes nas horas de tribulação?”


Deus nos abençoe!

Pr. José Rodrigues Filho

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quinta-feira, 22 de outubro de 2020

"SENHOR, livra a minha alma" - Aula ao vivo

"Volta-te, SENHOR, e livra a minha alma; salva-me por tua graça (Sl 6.4).




Deus nos abençoe!

Pr. José Rodrigues Filho

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segunda-feira, 19 de outubro de 2020

“Contemplado pelos Anjos, pregado entre os Gentios”

 

“Contemplado pelos Anjos, pregado entre os Gentios”

“Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória” (1Tm 3.16).

Contemplado pelos anjos, pregado entre os gentios. Todas essas afirmações são maravilhosas e espantosas, ou seja, que Deus se dignou conferir aos gentios – o que até então havia sido vago e incerto ante a cegueira de suas mentes – a revelação de seu Filho que estivera oculto dos próprios anjos celestiais! Porque, dizer que ele foi visto pelos anjos significa que essa foi uma visão que, por sua novidade e excelência, atraiu a atenção dos anjos. Quão singular e extraordinária foi a vocação dos gentios. (Efésios 2). Nem causa estranheza que a mesma tenha atraído a visão dos anjos, porque, ainda que tivessem conhecimento da redenção da humanidade, afinal não sabiam como seria ela realizada, e teria sido oculta deles com o fim de que a grandeza da benevolência divina pudesse ser contemplada por eles com admiração mais intensa.

Crido no mundo. É espantoso, acima de tudo, que Deus haja concedido igual participação de sua revelação aos gentios profanos e aos anjos que era a terna herança de seu reino. Mas essa poderosa eficácia do evangelho proclamado pelo qual Cristo venceu todos os obstáculos e introduziu à obediência da fé os que pareciam completamente incapazes de ser subjugados, não era de forma alguma um milagre comum. Certamente, nada parecia ser mais improvável, tão completamente fechada e selada estava a entrada. Não obstante, por meio de uma vitória quase incrível, a fé venceu.

Finalmente, o apóstolo diz que ele foi recebido na glória, ou seja, depois desta vida mortal e miserável. Portanto, quer no mundo, pela obediência de fé, quer na pessoa de Cristo, uma maravilhosa mudança se operou, pois ele foi exaltado do execrável estado de servo à gloriosa destra do Pai, para que todo joelho se dobre diante dele.

 Aleluia!

João Calvino (1509-1564).

*Comentários, Pastorais - Edições Paracletos.

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“Justificado em Espírito”


“Justificado em Espírito”

“Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória” (1Tm 3.16).

Justificado em espírito. Como o Filho de Deus a si mesmo se esvaziou ao tomar para si nossa carne (Fp 2.7), assim também manifestou-se nele um poder espiritual que testificou que ele era Deus. Esta passagem tem sido interpretada de diferentes formas, mas fico satisfeito em explicar a intenção do apóstolo como a entendo sem adicionar nada mais. Em primeiro lugar, a justificação, aqui, significa um reconhecimento do poder divino, como no Salmo 51.3, onde se diz quer os juízos de Deus são justificados, ou seja, maravilhosa e completamente perfeitos. Note-se também o Salmo 51.4, onde se diz que Deus é justificado, significando que o louvor de sua justiça se exibe claramente. Assim também em Mateus 11.19 e Lucas 7.35, onde Cristo diz que a sabedoria é justificada por seus filhos, significando que neles o valor da sabedoria se evidencia. Além do mais, em Lucas 7.29 se diz que os publicanos justificavam a Deus, significando que na devida reverência e gratidão reconheciam a graça de Deus que discerniam em Cristo. Portanto, o que lemos aqui tem o mesmo sentido se Paulo dissesse que aquele que se manifestou vestido de carne humana foi declarado ao mesmo tempo ser o Filho de Deus, de modo que a fragilidade da carne de forma alguma denegriu sua glória.

À palavra “Espírito” ele inclui tudo o que em Cristo era divino e superior ao homem, e isso ele o faz por duas razões. Primeira, visto que Cristo fora humilhado na carne, Paulo agora contrasta o Espírito com a carne, ao exibir nitidamente sua glória. Segunda, a glória, digna do unigênito Filho de Deus, que João afirma ter visto em Cristo (Jo 1.14), não consistia de uma manifestação externa ou de esplendor terreno, senão que era quase totalmente espiritual. A mesma forma de expressão é usada no primeiro capítulo de Romanos 1.3,4: “com respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber Jesus Cristo, nosso Senhor”; mas com esta diferença, ou seja, que nesta passagem ele menciona uma manifestação especial de sua glória, a saber, a ressurreição.

Aleluia!

João Calvino (1509-1564).

*Comentários, Pastorais - Edições Paracletos.

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“Grande é o Mistério da Piedade”


“Grande é o Mistério da Piedade”

“Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória” (1Tm 3.16).

Para impedir que a verdade de Deus seja estimada abaixo do real valor, em decorrência da ingratidão humana, o apóstolo Paulo declara seu genuíno valor, dizendo que o segredo da piedade é imensurável, visto que ele não trata de temas triviais, e, sim, da revelação do Filho de Deus, em quem estão ocultos os tesouros da sabedoria (Cl 2.3). Á luz da imensidão dessas coisas, os pastores devem entender a importância de seu ofício e devotar-se a ele com a mais profunda consciência e reverência.

Deus se manifestou em carne. A Vulgata exclui a palavra “Deus” e relaciona o que se segue com o mistério; mas isso é devido à falta de perícia e conformidade, como se verá claramente à luz de uma leitura atenciosa; e ainda que ela conte com o apoio de Erasmo, este destrói a autoridade de sua própria tradução, de modo que a mesma dispensa qualquer refutação de minha parte. Todos os manuscritos gregos, indubitavelmente, concordam com a tradução: “Deus se manifestou em carne”. Mas, mesmo presumindo que Paulo não houvera expressamente escrito a palavra Deus, quem quer que considere todo o assunto com cuidado concordará que se deve pôr a palavra “Cristo”. No que me toca, não tenho dificuldade alguma em seguir o texto grego aceito. É óbvia sua razão para denominar a manifestação de Cristo, a qual agora passa a descrever, de “grande mistério”, porque esta é a altura, a largura, o comprimento e a profundidade da sabedoria que ele menciona em Efésios 3.18, e pelo quê nossas faculdades são inevitavelmente subjugadas.

Examinemos agora as diferentes cláusulas deste versículo em ordem. A descrição mais adequada da pessoa de Cristo está contida nas palavras: “Deus se manifestou em carne”. Em primeiro lugar, temos aqui uma afirmação distinta de ambas as naturezas, pois o apóstolo declara que Cristo é ao mesmo tempo verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Em segundo lugar, ele põe em evidência a distinção entre as duas naturezas, pois primeiramente o denomina de Deus, e em seguida declara sua manifestação em carne. E, em terceiro lugar ele assevera a unidade de sua Pessoa, ao declarar que ela era uma e mesma Pessoa que era Deus e que se manifestou em carne. Nesta única frase, a fé genuína e ortodoxa é poderosamente armada contra Ário, Marcião, Nestório e Êutico. Há forte ênfase no contraste das duas palavras: Deus e carne. A diferença entre Deus e o homem é imensa, e, todavia em Cristo vemos a glória infinita de Deus unida à nossa carne poluída, de tal sorte que ambas se tornaram uma só [videmus in Christo coniunctam cum hac nostra carnis putredine, ut unum efficiant].

Aleluia!

João Calvino (1509-1564).

*Comentários, Pastorais - Edições Paracletos.

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sexta-feira, 16 de outubro de 2020

“Para fazeres Justiça ao Órfão e ao Oprimido”

 

“Para fazeres Justiça ao Órfão e ao Oprimido”

“Para fazeres justiça ao órfão e ao oprimido, a fim de que o homem, que é da terra, já não infunda terror” (Sl 10.18).

“Para fazeres justiça ao órfão e ao oprimido”. Aqui o salmista aplica a última frase do versículo anterior com um propósito especial, ou seja, prevenir os fiéis, quando forem injustamente oprimidos, a que não duvidem de que Deus por fim tomará vingança de seus inimigos e lhes concederá livramento. Com essas palavras ele nos ensina que devemos suportar com paciência e determinação as aflições que nos são impostas, visto que Deus às vezes nega assistência a seus servos até que sejam reduzidos a extremos. Esse é na verdade um dever de difícil execução, porquanto todos nós desejamos muito ser isentos de problemas; e, portanto, se Deus não vem imediatamente em nosso socorro, concluímos que ele é remisso e inativo. Mas se estamos ansiosamente desejosos de obter sua assistência, então devemos subjugar nosso sentimento, restringir nossa impaciência e manter nossas preocupações dentro dos devidos limites, esperando até que nossas aflições alcancem o exercício de sua compaixão e o incite a manifestar sua graça, nos socorrendo.

“A fim de que o homem, que é da terra, já não infunda terror”. Davi uma vez mais enaltece o poder divino em destruir os ímpios; e o faz com o seguinte propósito: que em meio aos seus tumultuosos assaltos possamos ter este princípio profundamente arraigado em nossas mentes: Deus, sempre que lhe apraz, transforma seus intentos em nada. E embora os perversos prosperem em sua perversa trajetória, e ergam suas cabeças acima das nuvens, é muito apropriado descrevê-los como mortais ou homens passíveis de muitas calamidades. O propósito do salmista é indiretamente condenar sua enfatuada presunção, em que, ignorando sua condição, esbravejam ameaças terríveis e cruéis, como se estivesse além do poder do próprio Deus reprimir a violência de sua raiva. Ao dizer que são homens da terra, contém um tácito contraste entre as baixezas deste mundo e as alturas do céu. Porque, donde procede a agressão aos filhos de Deus? Indubitavelmente, da terra, precisamente como se muitos vermes emergissem das cavidades do solo; mas, ao agir assim, atacam o próprio Deus, que promete socorrer seus servos lá do seu alto e sublime trono.

Amém!

João Calvino (1509-1564).

*Resumo dos comentários, Salmo 10 - Edições Paracletos.

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