"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



quinta-feira, 29 de novembro de 2018

“Arraigados no Amor”

“Arraigados no Amor”
Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).

O amor é um atributo de Deus. Deus é a fonte de todo amor. Deus é amor!

A noção que muitos têm do amor é a de um sentimento. E isso se deve ao fato de serem produtos de um tempo e do equívoco daqueles que fazem relação direta entre amor e afeições. Eles falam do amor no âmbito apenas do sentimento, já que o amor envolve esse aspecto. Mas reduzir o amor a um mero sentimento é um grave erro. Quando pensamos e falamos do amor, consideramos algo mais do que apenas nutrir afetos por alguém.

Na mente de Deus, amar está muito mais relacionado a fazer coisas do que em senti-las. “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). “Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (1Jo 3.16,17).

Nossos corações devem estar arraigados neste tipo de amor. No amor que diz respeito a atitudes concretas. Que é demonstrado pela disposição de fazer o bem a todos, sem esperar por qualquer recompensa. Este é o amor que suporta o mal. Que nos faz pacientes quando provocados e prontos a perdoar. Ele é manso e humilde. Aquele que possui este amor, frequentemente negará a si mesmo em favor da paz e estará mais interessado em promovê-la do que em assegurar seus próprios direitos. Quem está alicerçado neste amor é gentil, altruísta, se mostrará generoso, preocupado com o conforto do próximo, bem mais desejoso a dar do que receber. Não sente inveja, nem se regozija nos problemas de outrem. “O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Co 13.4-7). O verdadeiro amor jamais acaba!

“O amor disporá os homens a todos os atos de misericórdia para com seus semelhantes, quando estiverem enfrentando alguma aflição ou calamidade, pois somos naturalmente dispostos à piedade para com os que amamos, quando são afligidos. Ele disporá os homens a fazer doação aos pobres, a carregar as cargas alheias e a chorar com os que choram, tanto quanto a alegrar-se com os que se alegram. Ele disporá os homens aos deveres que devem uns para com os outros em seus diversos lugares e relações. Ele disporá um povo a todos os deveres para com seus governantes e a dar-lhes toda aquela honra e submissão que são parte de seu dever para com eles. E disporá os governantes a liderar o povo sobre o qual são postos, com justiça, seriedade e fidelidade, buscando seu bem, e não por algum capricho pessoal”. Jonathan Edwards (1703-1758).

Lance suas raízes no verdadeiro amor. Viva para a glória de Deus!

Pr. José Rodrigues Filho

*Visite a Igreja Presbiteriana da Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário
(41)3242-8375

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Tratado Sobre os Princípios do Conhecimento Humano

Tratado Sobre os Princípios do Conhecimento Humano
O coração sábio procura o conhecimento, mas a boca dos insensatos se apascenta de estultícia” (Pv 15.14).

Não sendo a filosofia senão o desejo da sabedoria e da verdade, é de se esperar dos que nela gastaram o melhor do seu tempo e do seu trabalho que fruam de maior calma e serenidade espiritual, maior clareza e evidência de conhecimento, e sejam menos assediados por dificuldades e dúvidas do que os outros homens. Apesar disso, vemos o grosso iletrado da humanidade percorrer o trilho do simples senso comum, governado por ditames da natureza, com facilidade e sem perturbação. Nada do que é familiar lhes parece inexplicável ou duro de entender. Não se queixam de falta de evidência nos sentidos, e o perigo do ceticismo não os ameaça. Mas apenas saímos dos sentidos e do instinto para a luz de um princípio superior, para meditar, pensar e refletir na natureza das coisas, mil escrúpulos surgem no espírito sobre o que antes parecia compreendermos claramente. De toda a parte se nos levantam preconceitos, e erros dos sentidos; e, ao tentar corrigi-los pela razão, insensivelmente caímos em singulares paradoxos, dificuldades, inconsistências, que se multiplicam ao progredir na especulação, até que depois de ter percorrido verdadeiros labirintos nos achamos onde estávamos; ou, o que é pior, entregues a um mísero ceticismo. Dá-se como causa disto a obscuridade das coisas ou a natural fraqueza e imperfeição do nosso conhecer. Diz-se que as nossas faculdades são poucas, dadas pela natureza para conservação e comodidade da vida, não para penetrar a essência e constituição das coisas. Demais, quando o espírito finito do homem quer ocupar-se do que participa da infinidade, não admira vê-lo cair em absurdos e contradições de que não consegue desenredar-se, por ser da natureza do infinito a sua incompreensibilidade pelo finito.

“Não posso orar, mas cometo pecados. Não posso pregar, mas cometo pecados. Não posso ministrar, nem receber a Ceia do Senhor, mas cometo pecados. Preciso arrepender-me de meu próprio arrependimento; e as lágrimas que derramei necessitam da lavagem do sangue de Cristo”.

“Todo homem tem opiniões, mas poucos são os que pensam”.

George Berkeley (1685-1753)

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quarta-feira, 21 de novembro de 2018

“O Teu Trabalho não é Descansar”

“O Teu Trabalho não é Descansar”
“Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça” (Rm 6.11-13).

Será sábio ensinar aos crentes que eles não devem pensar tanto em lutar contra o pecado, e sim, que devem entregar-se a Deus, ficando passivos nas mãos de Cristo? Isso está de acordo com o ensino da palavra de Deus? Duvido. É fato incontestável que a expressão “oferecei-vos” é encontrada somente em um trecho do Novo Testamento como um dever imposto aos crentes. Esse lugar é Romanos 6; e ali, em seis versículos, a expressão ocorre por cinco vezes (Rm 6.13-19). Porém, nem mesmo ali a palavra tem o sentido de “entregar-se passivamente nas mãos de outrem”. Qualquer estudante do grego pode dizer que o sentido é o de “apresentar-se” ativamente para uso, emprego e serviço (Rm 12.1). Tal expressão, portanto, aparece isolada. Por outro lado, não seria difícil apontar pelo menos vinte e cinco ou trinta passagens nas epístolas onde os crentes são claramente ensinados a se esforçarem pessoalmente e de forma ativa; sendo considerados responsáveis para fazer, com energia, aquilo que Cristo quer que eles façam, e não ensinados a “se entregar passivamente” como agentes inativos. Antes, compete-lhes levantarem-se e trabalharem. Uma santa impetuosidade, um conflito, uma guerra, uma luta, a vida de um soldado – são quadros que caracterizam a vida do verdadeiro crente. O ensino sobre “a armadura de Deus”, em Efésios 6, segundo se pensaria dá solução ao problema. Mas, uma vez mais, seria fácil mostrar que a doutrina da santificação sem qualquer esforço pessoal, mediante a simples “entrega a Deus”, é precisamente o ensino dos antinomianos do século XVII, cuja tendência é extremamente prejudicial. Os homens persistem em confundir duas coisas que diferem entre si, ou seja, a justificação e a santificação. Na justificação, a palavra a ser dirigida ao homem é “crê, simplesmente crê”. Na santificação, a mensagem deve ser “vigia, ora e luta”.

John Charles Ryle (1816-1900)

*“Santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor” - Editora Fiel.

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domingo, 4 de novembro de 2018

“Conversão e Consagração”

“Conversão e Consagração”
“Segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento” (1Pe 1.15).

Amados irmãos, há os que dizem que a Igreja está dividida em três classes - pecadores, penitentes e santos. Outros sustentam que os crentes professos cabem dentro de três categorias – os não-convertidos, os convertidos e os participantes de uma “vida superior” de total consagração. Não consigo ver nessas ideias acordo com o que é ensinado nas Escrituras. 

A Palavra de Deus sempre alude a duas grandes divisões na humanidade, e duas somente. Fala sobre os vivos e os mortos no pecado, os crentes e os incrédulos, os convertidos e os não-convertidos, os que percorrem o caminho estreito e os que andam pelo caminho largo, os sábios e os insensatos, os filhos de Deus e os filhos do diabo. Dentro de cada uma dessas duas grandes classes, sem dúvida, cabem várias medidas de pecaminosidade e de graça. Entre essas duas grandes classes há um enorme abismo; elas são tão distintas como a vida e a morte, a luz e as trevas, o céu e o inferno. Porém, a Palavra de Deus faz total silêncio sobre uma divisão em três classes! Ponho em dúvida a sabedoria que cria divisões extrabíblicas. Que há uma vasta diferença entre um grau de graça e outro, que a vida espiritual admite crescimento e que os crentes deveriam ser exortados a fazer de tudo para crescer na graça – isso admito plenamente. 

O crescimento gradual na graça, no conhecimento, na fé, no amor, na santificação, na humildade e na mente espiritual – tudo isso vejo claramente ensinado na Bíblia e exemplificado nas vidas de muitos santos de Deus. “Crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 3.18). “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Fl 2.12). 

Você é um convertido a Cristo? Esforce-se por mais consagração! Com certeza há uma santificação mais profunda a ser atingida, um pouco mais do céu a ser usufruído na terra do que a maioria dos crentes tem experimentado atualmente. 

Deus nos abençoe!

John Charles Ryle (1816-1900)

*“Santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor” - Editora Fiel.

*Visite a Igreja Presbiteriana da Silva Jardim - Curitiba/PR.
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