Tratado Sobre os Princípios
do Conhecimento Humano
“O coração sábio procura o conhecimento,
mas a boca dos insensatos se apascenta de estultícia” (Pv 15.14).
Não sendo a filosofia senão o desejo da sabedoria e da verdade,
é de se esperar dos que nela gastaram o melhor do seu tempo e do seu trabalho
que fruam de maior calma e serenidade espiritual, maior clareza e evidência de
conhecimento, e sejam menos assediados por dificuldades e dúvidas do que os
outros homens. Apesar disso, vemos o grosso iletrado da humanidade percorrer o
trilho do simples senso comum, governado por ditames da natureza, com
facilidade e sem perturbação. Nada do que é familiar lhes parece inexplicável
ou duro de entender. Não se queixam de falta de evidência nos sentidos, e o
perigo do ceticismo não os ameaça. Mas apenas saímos dos sentidos e do instinto
para a luz de um princípio superior, para meditar, pensar e refletir na
natureza das coisas, mil escrúpulos surgem no espírito sobre o que antes
parecia compreendermos claramente. De toda a parte se nos levantam
preconceitos, e erros dos sentidos; e, ao tentar corrigi-los pela razão,
insensivelmente caímos em singulares paradoxos, dificuldades, inconsistências,
que se multiplicam ao progredir na especulação, até que depois de ter
percorrido verdadeiros labirintos nos achamos onde estávamos; ou, o que é pior,
entregues a um mísero ceticismo. Dá-se como causa disto a obscuridade das
coisas ou a natural fraqueza e imperfeição do nosso conhecer. Diz-se que as
nossas faculdades são poucas, dadas pela natureza para conservação e comodidade
da vida, não para penetrar a essência e constituição das coisas. Demais, quando
o espírito finito do homem quer ocupar-se do que participa da infinidade, não
admira vê-lo cair em absurdos e contradições de que não consegue desenredar-se,
por ser da natureza do infinito a sua incompreensibilidade pelo finito.
“Não posso orar, mas cometo pecados. Não posso pregar, mas cometo
pecados. Não posso ministrar, nem receber a Ceia do Senhor, mas cometo pecados.
Preciso arrepender-me de meu próprio arrependimento; e as lágrimas que derramei
necessitam da lavagem do sangue de Cristo”.
“Todo homem tem opiniões, mas poucos são os que pensam”.
George
Berkeley (1685-1753)
*Visite a Igreja Presbiteriana da Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário
(41)3242-8375
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