“O Teu Trabalho
não é Descansar”
“Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para
Deus, em Cristo Jesus. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo
mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os
membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos
dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça”
(Rm 6.11-13).
Será sábio ensinar aos
crentes que eles não devem pensar tanto em lutar contra o pecado, e sim, que
devem entregar-se a Deus, ficando passivos nas mãos de Cristo? Isso está de
acordo com o ensino da palavra de Deus? Duvido. É fato incontestável que a
expressão “oferecei-vos” é encontrada somente em um trecho do Novo Testamento
como um dever imposto aos crentes. Esse lugar é Romanos 6; e ali, em seis
versículos, a expressão ocorre por cinco vezes (Rm 6.13-19). Porém, nem mesmo ali
a palavra tem o sentido de “entregar-se passivamente nas mãos de outrem”.
Qualquer estudante do grego pode dizer que o sentido é o de “apresentar-se”
ativamente para uso, emprego e serviço (Rm 12.1). Tal expressão, portanto,
aparece isolada. Por outro lado, não seria difícil apontar pelo menos vinte e
cinco ou trinta passagens nas epístolas onde os crentes são claramente
ensinados a se esforçarem pessoalmente e de forma ativa; sendo considerados
responsáveis para fazer, com energia, aquilo que Cristo quer que eles façam, e não
ensinados a “se entregar passivamente” como agentes inativos. Antes, compete-lhes
levantarem-se e trabalharem. Uma santa impetuosidade, um conflito, uma guerra,
uma luta, a vida de um soldado – são quadros que caracterizam a vida do
verdadeiro crente. O ensino sobre “a armadura de Deus”, em Efésios 6, segundo
se pensaria dá solução ao problema. Mas, uma vez mais, seria fácil mostrar que
a doutrina da santificação sem qualquer esforço pessoal, mediante a simples “entrega
a Deus”, é precisamente o ensino dos antinomianos do século XVII, cuja tendência é
extremamente prejudicial. Os homens persistem em confundir duas coisas que diferem entre si, ou
seja, a justificação e a santificação. Na justificação, a palavra a ser
dirigida ao homem é “crê, simplesmente crê”. Na santificação, a mensagem deve
ser “vigia, ora e luta”.
John Charles Ryle (1816-1900)
*“Santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor” - Editora Fiel.
*Visite a
Igreja Presbiteriana da Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário
(41)3242-8375
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