"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



sexta-feira, 29 de novembro de 2019

"Do Batismo de Crianças”


“Do Batismo

Seção I. O batismo é um sacramento do Novo Testamento instituído por Jesus Cristo, não só para admissão solene do batizando na Igreja visível, mas também para servir-lhe de sinal e selo do pacto da graça, de sua união com Cristo, de sua regeneração, ou remissão de pecados e de sua total consagração a Deus através de Jesus Cristo, para andar em novidade de vida. Este sacramento, segundo a ordenação do próprio Cristo, há de continuar em sua Igreja até ao final do mundo.

Mt 28.19; ICo 12.13; Rm 4.11; Cl 2,11-12; Gl 3.27; Tt 3.5; Mc 1.4; At 2.38,41; Rm 6.3-4; Mt 28.19-20.

Seção VI. A eficácia do batismo não se limita ao momento em que ele é administrado; não obstante, mediante o correto uso desta ordenança, a graça prometida não só é oferecida, mas realmente manifestada e conferida pelo Espírito Santo àqueles a quem ela pertence (sejam adultos ou crianças), segundo o conselho da própria vontade de Deus, em seu tempo determinado.

Jo 3.5, 8; Gl 3.27; Ef 5.25-26.

Quanto ao batismo de crianças: -

1 - Nossos Padrões ensinam que uma criança, filha de um pai ou de ambos os pais crentes (Confissão de Fé, cap. xxviii, 4) – isto é, filha de um ou de ambos os pais que professam a fé em Cristo e obediência a ele (Catecismo Maior, questão 166) – deve ser batizada.

2 - Ao constituir a natureza humana e ordenar a propagação de filhos através de pais, Deus, em todos os aspectos, fez a condição dos filhos, enquanto criancinha, depender da condição do pai.

3 - Em cada pacto que Deus fez com a raça humana, a criança está sempre incluída com os pais – por exemplo, os pactos feitos com Adão, com Noé (Gn 9.9-17), com Abraão (Gn 12.1-3; 17.7), com Israel através de Moisés (Êx 20.5; Dt 29.10-13); e no sermão de abertura da dispensação do Novo Testamento, os homens são exortados a arrepender-se e crer: “porque a promessa [o pacto] é para vós e para vossos filhos” (At 2.38,39).

Deus nos abençoe!

A.A.Hodge (1823-1886).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.
(41)3242-1115

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

“O Eterno Filho de Deus”

“O Eterno Filho de Deus”
“Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste” (Cl 1.17).

Ao cristão é imprescindível declarar publicamente que Jesus Cristo é o eterno Filho de Deus. Ele é verdadeiro Deus, possuindo natureza divina e todos os atributos essenciais da Deidade; é também verdadeiro homem, gerado pelo Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, e da substância dela. Duas naturezas unidas em uma só Pessoa, sem mistura nem mudança quanto à essência. Ele é “o Verbo que se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14).

Jesus de Nazaré não foi uma nova pessoa que veio a existência, houve certa mudança no estado e na forma em que ele apareceu e se manifestou, porém não houve qualquer mudança em sua personalidade. Ele é sempre a mesma Pessoa, tanto na eternidade quanto deitado na manjedoura. Ele é o “Filho do Altíssimo”, o “Filho do Homem”, a segunda Pessoa da Trindade Santa, o “Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6).

O nome Jesus significa Salvador. Este nome lhe fora dado “porque Ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). “O Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19.10). Este é o verdadeiro sentido do Natal, o Príncipe da Paz veio nos trazer gloriosa salvação.

“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da igreja” (Cl 1.13-18).

Deus nos abençoe! 

Pr. José Rodrigues Filho

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.
(41)3242-1115

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

“Com toda a Longanimidade e Doutrina”

“Com toda a Longanimidade e Doutrina”
“Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm 4.2).

“Corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina”. Aqui está uma das qualificações mais necessárias. As reprovações ou fracassam por falta de efeito por serem por demais violentas ou porque desaparecem como a fumaça, se não estiverem fundamentadas na sã doutrina. As exortações e as acusações não podem ir além de auxiliadoras da doutrina, e sem esta têm pouca força. Vemos exemplos desse fato nas pessoas que possuem muito zelo e exagerado rigor, porém não estão equipadas com doutrina sólida. Tais pessoas se esforçam muito, gritam em alta voz e fazem muito barulho, mas tudo sem qualquer efeito, porque estão edificando sem alicerce. Estou falando daqueles que, em outros aspectos, são boas pessoas, mas que têm insuficiente conhecimento e exagerado fervor emocional, porque aqueles que empregam toda a sua energia em fazer oposição à sã doutrina são ainda mais perigosos. Em suma, a intenção de Paulo é que a reprovação deve estar fundamenta na doutrina, para não ser merecidamente desprezada como inútil.

Em seguida, ele diz que o zelo deve ser temperado com longânima amabilidade. Não há nada mais difícil do que pôr um limite em nosso zelo, uma vez que tenha o nosso incitamento começado e progredido. Mas se formos arrebatados pela nossa impaciência, então nosso esforço será em vão. Porque, além de expor-nos ao ridículo, nossa aspereza exaspera as pessoas. Além do mais, as pessoas severas e ásperas geralmente são incapazes de suportar a obstinação daqueles com quem têm de tratar, e não podem sujeitar-se aos muitos aborrecimentos e indignidades que são obrigados a enfrentar, caso queiramos ser úteis. Portanto, a severidade tem de ser temperada com gentil suavidade, para que se faça notório que a severidade procede de um coração pacífico.

Deus nos abençoe!  

João Calvino (1509-1564).

*As Pastorais, Edições Paracletos.

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.
(41)3242-1115

“Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus”

“Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus”
“Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm 4.1-2).

É preciso que observemos cuidadosamente quão apropriadamente o apóstolo Paulo conecta a Escritura com o ensino. Com isso entendemos que devemos refutar aqueles que, em sua arrogância, se gabam de não mais precisarem de mestres, uma vez, que a leitura da Escritura é plenamente suficiente. Mas quando Paulo fala da utilidade da Escritura (2Tm 3.16), ele conclui não só que todos devam lê-la, mas também que os mestres devem administrá-la, que é o dever a eles imposto. E assim, visto que toda a sabedoria está contida na Escritura, e que nem nós nem os mestres devemos buscá-la em alguma outra fonte, aquele que ignora o auxílio da voz audível e se contenta com a leitura silenciosa da Escritura, descobrirá quão errôneo é desconsiderar aquela forma de aprender ordenada por Deus e Cristo. Lembremo-nos, pois, disto: o fato de a leitura da Escritura ser recomendada a todos não anula o ministério dos pastores; que, portanto, os crentes aprendam a tirar proveito tanto da leitura quanto da exposição da Escritura, visto que não foi em vão que Deus ordenou ambas as coisas.

Tanto aqui, quanto em outras questões de grande importância, Paulo acrescenta uma solene exortação, pondo diante de Timóteo Deus como Vingador e Cristo como Juiz, caso ele deixasse de exercer seu ofício de mestre. Como Deus ofereceu uma prova de quanto cuidado ele tem pela salvação de sua Igreja, não poupando seu Filho unigênito, assim ele não permitirá que fique impune a negligência dos pastores através de quem as almas que ele redimiu com um preço tão alto pereçam ou se tornem presa fácil de Satanás.

A razão porque Paulo faz especial menção do juízo de Cristo consiste em que ele requererá de nós, que somos seus representantes, a mais estrita conta de nossa má administração. E pela expressão, “os vivos e os mortos”, ele aponta tanto para aqueles a quem ele encontrar vivos em sua vinda como também aqueles que já estiverem mortos. Dessa forma, ninguém escapará de seu juízo. Quando ele diz: “por sua manifestação e por seu reino”, ambas as palavras tem o mesmo sentido, porque, ainda que agora seu governo se estenda ao céu e à terra, todavia seu reino não se fez plenamente manifesto; ao contrário, ele permanece à sombra da cruz e é violentamente resistido por seus inimigos. Seu reino será verdadeiramente estabelecido quando ele tiver vencido seus inimigos e transformado em nada todo poder contrário, e portanto tiver publicamente exibido sua majestade.

Aleluia!

João Calvino (1509-1564).

*As Pastorais, Edições Paracletos.

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.
(41)3242-1115

sábado, 9 de novembro de 2019

“Tem Cuidado de Ti Mesmo e da Doutrina”

“Tem Cuidado de Ti Mesmo e da Doutrina”
“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes” (1Tm 4.16).

Um bom pastor deve ser criterioso acerca de duas coisas: ser diligente em sua doutrinação e conservar sua integridade pessoal. Não basta que ele amolde sua vida de acordo com o que é recomendável e tome cuidado para não dar mau exemplo, se não acrescentar à vida santa uma diligência contínua na doutrinação. E a doutrinação será de pouco valor se não houver uma correspondente retidão e santidade de vida. Por conseguinte, Paulo tem sobejas razões para intimar Timóteo a dar atenção tanto à sua pessoa em particular quanto à sua doutrinação para o proveito geral da Igreja. Uma vez mais, ele recomenda-lhe constância, para que jamais se prostre exausto, porque muitas coisas sucedem que podem desviar-nos da trajetória retilínea, se não estivermos solidamente firmados para suportá-las.

O zelo dos pastores será profundamente solidificado quando forem informados de que tanto sua própria salvação quanto a de seu povo dependem de uma séria e solícita devoção ao seu ofício. Entretanto, visto que o ensino que contém sólida edificação geralmente não produz exibição bombástica, Paulo o adverte a preocupar-se com o que é proveitoso, como se quisesse dizer: “Os homens que buscam glória, então que se alimentem de sua própria ambição e se congratulem com sua própria engenhosidade; tu, porém, contenta-te em devotar-te exclusivamente à salvação de ti mesmo e de teu povo”. E assim, como a infidelidade ou negligência de um pastor é fatal à Igreja, também é justo que sua salvação seja atribuída à sua fidelidade e diligência.

É deveras verdade que é unicamente Deus quem salva, e que nem mesmo uma ínfima porção de sua glória é transferida para os homens. Mas a glória de Deus não é de forma alguma ofuscada em usar ele o labor humano para outorgar a salvação. A salvação dos homens é dom de Deus, visto que ela emana exclusivamente dele e é efetuada unicamente por seu poder, de modo que ele é o seu único Autor. Mas esse fato não exclui o ministério humano, tampouco nega que tal ministério possa ser o meio de salvação, porquanto é desse ministério que depende o bem-estar da Igreja (Ef 4.11,12). Se um bom pastor é nesse sentido a salvação daqueles que o ouvem, que os maus e indiferentes saibam que sua ruína será atribuída aos que têm responsabilidades sobre eles. Pois assim como a salvação de seu rebanho é a coroa do pastor, assim também todos os que perecem serão requeridos das mãos dos pastores displicentes (Ez 33.8).

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*As Pastorais, Edições Paracletos.

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.
(41)3242-1115

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

“O Amor que procede de Coração Puro”

“O Amor que procede de Coração Puro”
“Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia” (1Tm 1.5).

Nesta passagem, não hesitaria em entender o amor como sendo tanto a Deus quanto ao próximo, se Paulo houvera mencionado unicamente a palavra amor. Visto, porém, que ele acrescenta a fé e uma consciência íntegra, a interpretação que estou para apresentar se adequa muito bem ao contexto em que ele está escrevendo. A suma da lei consiste em que devemos adorar a Deus com uma fé genuína e uma consciência pura, bem como devemos igualmente amar uns aos outros; e todo aquele que se desvia disso corrompe a lei de Deus, torcendo-a para servir a algum outro propósito alheio a ela mesma.

Aqui, porém, pode surgir uma dúvida, ou seja: Paulo, aparentemente, situa o amor antes da fé. Minha resposta é que aqueles que pensam assim estão se portando como infantis, pois o fato de o amor ser mencionado primeiro não significa que ele desfruta do primeiro lugar de honra, já que Paulo também deixa em evidência que ele procede da fé. Ora, a causa, indubitavelmente, tem prioridade sobre o efeito, e se todo o contexto for levado em conta, o que Paulo está dizendo é o seguinte: “A lei nos foi promulgada a fim de instruir-nos na fé, a qual é a mãe de uma consciência íntegra e de um amor genuíno”. Daí termos que começar com a fé e não com o amor.

À luz desta passagem torna-se evidente que não pode haver amor sem o temor de Deus e a integridade de consciência. Devemos notar os termos que Paulo usa para descrever cada uma dessas virtudes. Não há nada mais comum ou mais fácil do que vangloriar-se da fé e de uma consciência íntegra, porém são mui poucos os que comprovam por meio de seus atos que estão isentos de toda sombra de hipocrisia. Devemos notar especialmente como ele fala da fé sem fingimento, significando que é insincera qualquer profissão de fé que não se pode comprovar por uma consciência íntegra e manifestar-se no amor. Visto que a salvação do homem depende da fé, e a perfeita adoração divina consiste de fé e de uma consciência integra e de amor, não precisamos sentir-nos surpresos por Paulo dizer que estes elementos constituem a suma da lei.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*As Pastorais, Edições Paracletos.

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.
(41)3242-1115