"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



quarta-feira, 26 de maio de 2021

“O ESPÍRITO NOS ASSISTE EM NOSSA FRAQUEZA”

 

“O ESPÍRITO NOS ASSISTE EM NOSSA FRAQUEZA”

“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26).

“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza”. Com o fim de evitar que os crentes aleguem que são demasiadamente frágeis para serem qualificados a suportar fardos tão pesados, o apóstolo Paulo põe diante deles o auxílio do Espírito, o qual é plenamente suficiente para vencer todas as dificuldades. Não há, pois, razão alguma para que nos queixemos de que carregar a cruz é algo que está além das nossas forças, uma vez que somos fortalecidos com o poder celestial. O Espírito mesmo toma parte em levar o fardo que debilita nossas forças e aumenta nossa fragilidade, e não só nos fornece ajuda e socorro, mas também nos soergue, como se ele mesmo aguentasse o fardo por nós.

“Porque não sabemos orar como convém”. Já fomos orientados acerca do testemunho do Espírito, pelo qual ficamos sabendo que Deus é nosso Pai e no qual ousamos confiadamente invocá-lo (Rm 8.15). O apóstolo agora reitera a segunda parte relativa à invocação, e diz que somos ensinados pelo mesmo Espírito como devemos orar a Deus e o que devemos pedir-lhe em nossas orações. Com estas palavras, creio eu, Paulo simplesmente quis dizer que somos como que cegos quando oramos a Deus, visto que, embora aliviados de nossos males, nossas mentes se acham tão perturbadas e confusas em fazer a escolha certa do que nos convém, ou do que necessitamos. Se alguém alega que temos uma regra prescrita na Palavra de Deus para nós, respondo que nossos afetos permanecem sobrecarregados com trevas a despeito disto, até que o Espírito os guie com sua luz.

“Mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis”. Ainda quando não pareça que nossas orações tenham sido realmente ouvidas por Deus, o apóstolo Paulo conclui que a presença da graça celestial já se manifesta no próprio zelo pela oração, visto que ninguém, de seu próprio arbítrio, conceberia que suas orações são sinceras e piedosas. O Espírito, portanto, é quem deve prescrever a forma de nossas orações. Paulo chama de inexprimíveis os gemidos que irrompem de dentro de nós ao impulso do Espírito, visto que vão muito além da capacidade de nosso intelecto. O Espírito afeta de tal forma os nossos corações que estas orações, pelo seu fervor, penetram o próprio céu. Somos incitados a clamar (Mt 7.7). Mas ninguém, por sua própria iniciativa pronunciaria uma só sílaba, com discernimento, se Deus não ouvisse o clamor de nossas almas que cedem ao impulso secreto de seu Espírito, e não abrisse nossos corações para ele mesmo.

Aleluia!

João Calvino (1509-1564).

*Comentários em Romanos, Ed. Paracletos.

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.

Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.
(41)3242-1115

segunda-feira, 24 de maio de 2021

“ELE NOS AMOU PRIMEIRO”

 

“ELE NOS AMOU PRIMEIRO”

“Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (1Jo 4.19).

Não há amor verdadeiro no coração por Deus, além daquele que vem do próprio Deus. Dessa fonte transbordante do infinito amor de Deus todo o nosso amor por Ele deve brotar. Isso deve sempre ser uma grande e inquestionável verdade, de que o amamos por nenhuma outra razão, além da que Ele nos amou primeiro. Nosso amor por Deus é resultado de Seu amor por nós.

Uma fria admiração ao estudar as obras de Deus, qualquer um pode ter, mas o calor do amor pode ser aceso no coração apenas pelo Espírito de Deus. Como é maravilhoso o fato de termos sido trazidos ao verdadeiro amor! Como é extraordinário que mesmo quando éramos rebeldes, Ele, por uma demonstração de Seu amor imensurável, procurou nos atrair para Si. Não! Jamais tivemos um grão de amor por Deus que não tivesse sido semeado em nós pela doce semente do Seu amor para conosco.

O amor, então, tem como fonte o amor de Deus derramado em nossos corações, mas após ter nascido, divinamente, é necessário que seja divinamente nutrido. O amor é raro, não é uma planta que florescerá naturalmente em solo humano, ele deve ser regado pelo céu. O amor a Deus, de todo o coração, alma e entendimento, e ao nosso próximo como a nós mesmos é a flor de delicada natureza, e se ela não receber alimento além daquele que pode ser tirado da rocha de nossos corações, logo secará. Como o amor vem do céu, precisa ser alimentado com o Pão Celestial. Não pode existir no deserto, a menos que seja alimentado pelo Maná que vem lá de cima.

“O amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros” (1Jo 4.7,10,11).

Deus nos abençoe!

C.H.Spurgeon (1834-1892).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.

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quarta-feira, 19 de maio de 2021

“O AMOR CRISTÃO”


“O AMOR CRISTÃO”

“...se não tiver amor, nada serei” (1Co 13.2).

O amor que há no coração do cristão não é o mesmo amor dos demais homens. O amor do homem natural para com os diferentes objetos pode proceder de diferentes princípios e objetivos; mas o amor cristão é mui distinto deste. Ele é um em seu princípio, seja qual for o objeto em favor do qual é exercido; ele procede da mesma fonte no coração, ainda que corra em diversas direções.

O amor cristão se origina no sopro do Espírito, seja para com Deus, seja para com o homem. O Espírito de Deus é o Espírito de Amor, e quando ele adentra a alma, o amor também entra aí com ele. Deus é amor, e aquele que tem Deus habitando em si por meio de seu Espírito, também terá o amor habitando em si. A natureza do Espírito Santo é amor; e é por comunicar-se, em sua própria natureza, aos santos, que seus corações se enchem do amor divino (Rm 5.5; 15.30; Cl 1.8).  

O amor cristão, seja para com Deus, seja para com o homem, é operado no coração pela mesma obra do Espírito. Não há duas obras do Espírito de Deus, uma a infundir um espírito de amor para com Deus, e a outra a infundir um espírito de amor para com os homens; mas, ao produzir uma, o Espírito produz também a outra. Na obra da conversão, o Espírito Santo renova o coração, dando-lhe uma disposição divina; assim, é uma e a mesma disposição divina que é operada no coração, a qual se manifesta em amor, seja para com Deus, seja para os homens (1Jo 3.23,24; 4.12,13; 20,21).

Quando Deus e o homem são amados com um amor realmente cristão, ambos são amados com base nos mesmos motivos. Quando Deus é amado de uma maneira correta, ele é amado por sua excelência e pela beleza de sua natureza, especialmente pela santidade de sua natureza; e é proveniente do mesmo motivo que os santos são amados – por causa da santidade. O amor para com Deus é o fundamento do gracioso amor para com os homens; e os homens são amados, ou porque em algum aspecto se assemelham a Deus, na posse de sua natureza e imagem espiritual, ou em razão da relação que mantêm com ele na capacidade de seus filhos ou criaturas – como aqueles que são abençoados por ele, ou a quem sua misericórdia é oferecida.

Deus nos abençoe!

Jonathan Edwards (1703-1758).

*A Caridade e seus Frutos, Editora Fiel.

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.

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terça-feira, 11 de maio de 2021

“O AMOR CRISTÃO É HUMILDE”

Irmã Maria Lina

“O AMOR CRISTÃO É HUMILDE”

“O amor não se ufana, não se ensoberbece” (1Co 13.4).

Observe que o amor cristão é expresso como o oposto não só do comportamento soberbo, mas de uma atitude soberba, ou o orgulho no coração, porquanto o amor “não se ensoberbece”.

A humildade pode ser definida como sendo o hábito da mente e do coração que corresponde à nossa indignidade e vileza em comparação com Deus, ou o senso de nossa própria insignificância aos olhos de Deus, com a disposição para um comportamento correspondente à humildade. Ela consiste em parte no senso ou estima que temos de nós mesmos; e, em parte, na disposição que temos para um comportamento correspondente a este senso ou estima (Rm 12.3).

O primeiro elemento na humildade é: O senso de nossa própria insignificância comparativa. Digo insignificância comparativa porque a humildade é uma graça peculiar aos seres que são gloriosos e excelentes em todos os seus muitos aspectos. Assim os santos e anjos no céu, suplantam em humildade; e esta é peculiar a eles e adequada neles, ainda que sejam seres puros, impolutos e gloriosos, perfeitos em santidade e excelentes na mente e força. Mas, ainda que sejam assim gloriosos, contudo possuem uma insignificância comparativa diante de Deus (Sl 113.4-6).

Assim o homem Jesus Cristo, que é o mais excelente e glorioso de todas as criaturas, no entanto é manso e humilde de coração, e em humildade suplanta todos os demais seres. A humildade é uma das excelências de Cristo, porque ele é não somente Deus, mas também homem, e, como homem, ele era humilde; pois humildade não é, e não pode ser, um atributo da natureza divina. A natureza de Deus é de fato infinitamente oposta ao orgulho, e contudo a humildade não pode ser, propriamente, um predicado dele; pois, se o fosse, isto implicaria imperfeição, o que é impossível em Deus. Deus, que é infinito em excelência e glória, e infinitamente acima de todas as coisas, não pode ter em si qualquer consciência de insignificância, e, portanto não pode ser humilde. Humildade, porém, é uma excelência peculiar a todos os seres inteligentes criados, pois todos eles são infinitamente pequenos e insignificantes diante de Deus (1Pe 5.6).

Deus nos abençoe!

Jonathan Edwards (1703-1758).

*A Caridade e seus Frutos, Editora Fiel.

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.

Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.
(41)3242-1115