“O amor não se ufana, não se
ensoberbece” (1Co 13.4).
Observe que o amor cristão é expresso
como o oposto não só do comportamento soberbo, mas de uma atitude soberba, ou o
orgulho no coração, porquanto o amor “não se ensoberbece”.
A humildade pode ser definida como
sendo o hábito da mente e do coração que corresponde à nossa indignidade e
vileza em comparação com Deus, ou o senso de nossa própria insignificância aos
olhos de Deus, com a disposição para um comportamento correspondente à
humildade. Ela consiste em parte no senso ou estima que temos de nós mesmos; e,
em parte, na disposição que temos para um comportamento correspondente a este
senso ou estima (Rm 12.3).
O primeiro elemento na humildade é: O
senso de nossa própria insignificância comparativa. Digo insignificância
comparativa porque a humildade é uma graça peculiar aos seres que são
gloriosos e excelentes em todos os seus muitos aspectos. Assim os santos e
anjos no céu, suplantam em humildade; e esta é peculiar a eles e adequada
neles, ainda que sejam seres puros, impolutos e gloriosos, perfeitos em
santidade e excelentes na mente e força. Mas, ainda que sejam assim gloriosos,
contudo possuem uma insignificância comparativa diante de Deus (Sl 113.4-6).
Assim o homem Jesus Cristo, que é o
mais excelente e glorioso de todas as criaturas, no entanto é manso e humilde
de coração, e em humildade suplanta todos os demais seres. A humildade é uma
das excelências de Cristo, porque ele é não somente Deus, mas também homem, e,
como homem, ele era humilde; pois humildade não é, e não pode ser, um atributo
da natureza divina. A natureza de Deus é de fato infinitamente oposta ao
orgulho, e contudo a humildade não pode ser, propriamente, um predicado dele;
pois, se o fosse, isto implicaria imperfeição, o que é impossível em Deus.
Deus, que é infinito em excelência e glória, e infinitamente acima de todas as
coisas, não pode ter em si qualquer consciência de insignificância, e, portanto
não pode ser humilde. Humildade, porém, é uma excelência peculiar a todos os
seres inteligentes criados, pois todos eles são infinitamente pequenos e
insignificantes diante de Deus (1Pe 5.6).
Deus nos abençoe!
Jonathan Edwards (1703-1758).
*A Caridade e seus Frutos, Editora Fiel.
*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.
Maravilhosa meditação.
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