"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



quinta-feira, 14 de março de 2024

“NEM ME RETIRES O TEU SANTO ESPÍRITO”


“NEM ME RETIRES O TEU SANTO ESPÍRITO”

“Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito” (Sl 51.11).

Neste versículo, Davi apresenta a mesma petição, em linguagem que implica a conexão de perdão com o desfruto da orientação do Espírito Santo. Se Deus nos reconcilia consigo gratuitamente, segue-se que ele nos guiará pelo Espírito de adoção. Somente na forma como ele nos ama e nos considerou no número de seus próprios filhos é que pode nos abençoar com a participação de seu Espírito; e Davi mostra que estava consciente desse fato quando ora pela continuação da graça da adoção como indispensável à posse contínua do Espírito. As palavras deste versículo implicam que o Espírito não havia se retirado dele completamente, por mais que seus dons houvessem sido temporariamente obscurecido. Aliás, é evidente que ele não podia ser totalmente privado de suas excelências anteriores, pois parece que ele se desincumbira de seus deveres como um rei que desfrutava de crédito, que havia observado conscientemente as ordenanças da religião e que havia- regulado sua conduta conforme a divina lei. Até certo ponto, ele caíra em profunda e terrível letargia, mas não “se entregou a uma mentalidade réproba”; e é dificilmente concebível que a repreensão de Natã, o profeta, tivesse operado tão fácil e subitamente seu despertamento, não estivesse nos recessos de sua alma alguma fagulha latente de piedade. E verdade que ele ora para que seu espírito fosse renovado, mas isso não deve ser entendido com limitação. A verdade sobre a qual ora estamos insistindo é tão importante que muitos eruditos têm inconsistentemente defendido a opinião de que os eleitos, ao caírem em pecado mortal, perdem o Espírito completamente e ficam alienados de Deus. O oposto é claramente afirmado por Pedro, o qual nos diz que a palavra por meio da qual renascemos é uma semente incorruptível [1Pe 1.23]; e João é igualmente explícito em nos informar que os eleitos são preservados de apostasia consumada [1Jo 3.9]. Por mais que por algum tempo pareçam excluídos por Deus, mais tarde se vê que a graça esteve viva em seu peito, mesmo durante aquele intervalo durante o qual ela parecia extinta. Tampouco há algum valor na objeção de que Davi fala como se temesse ser privado do Espírito. É natural que os santos, ao caírem em pecado e, portanto, ao praticarem aquilo que poderia levá-los a serem excluído da graça de Deus, se sintam ansiosos quanto a esse estado [de alma]; mas é seu dever manter firme a verdade de que a graça é a incorruptível semente divina, a qual jamais perecerá em qualquer coração onde previamente foi depositada. Esse é o espírito exibido por Davi. Ponderando sobre sua ofensa, ele é agitado com temores, e contudo repousa na certeza de que, sendo um filho de Deus, não seria finalmente privado daquilo que, de fato e com justiça, perdera.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário. 

“CRIA EM MIM, Ó DEUS, UM CORAÇÃO PURO!”

“CRIA EM MIM, Ó DEUS, UM CORAÇÃO PURO!”

Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em meu íntimo um espírito reto” (Sl 51.10).

Na parte prévia do Salmo, Davi orou por perdão. Ele agora solicita que a graça do Espírito, a qual havia perdido, ou merecera haver perdido, fosse restaurada nele. As duas solicitações são completamente distintas, ainda que às vezes confundidas mesmo pelos homens de erudição. Ele passa do tema da remissão gratuita do pecado para o da santificação. E para isso ele naturalmente foi impulsionado por ardente ansiedade, ante a consciência de haver merecido a perda de todos os dons do Espírito, e de os haver ele realmente, em grande medida, perdido. Ao empregar o termo, cria, ele expressa sua persuasão de que nada menos que um milagre poderia efetuar sua restauração, e enfaticamente declara que o arrependimento é um dom de Deus. Os sofistas admitem a necessidade dos auxílios do Espírito, e concordam que a graça assistente deve tanto vir antes quanto vir depois; mas ao designar um lugar central para o livre-arbítrio humano, roubam a Deus grande parte de sua glória. Davi, pelo termo que aqui usa, descreve a obra de Deus em renovar o coração de uma maneira própria à sua extraordinária natureza, representando-o como a formação de uma nova criatura.

Como Davi já havia sido revestido com o Espírito, agora ora, na última parte do versículo, para que Deus renovasse dentro dele um espírito reto. Pelo termo cria, porém, o qual previamente empregou, ele reconhece que somos totalmente devedores à graça de Deus, tanto por nossa primeira regeneração quanto, no ato de nossa queda, pela subsequente restauração. Ele não assevera simplesmente que seu coração e espírito eram débeis, demandando a assistência divina, mas que permaneceriam destituídos de toda pureza e retidão até que estas fossem comunicadas do alto. Com isso se evidencia que nossa natureza é inteiramente corrupta; pois possuísse a mesma alguma retidão ou pureza, Davi não teria, como o fez neste versículo, chamado a um, um dom do Espírito, e ao outro, uma criação.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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segunda-feira, 11 de março de 2024

"O SENHOR LHES SUSCITOU LIBERTADOR"

"O SENHOR LHES SUSCITOU LIBERTADOR"

“Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Israel, e ele os entregou nas mãos de Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia; e os filhos de Israel serviram a Cusã-Risataim oito anos. Clamaram ao SENHOR os filhos de Israel, e o SENHOR lhes suscitou libertador, que os libertou: Otniel, filho de Quenaz, que era irmão de Calebe e mais novo do que ele. Veio sobre ele o Espírito do SENHOR, e ele julgou a Israel; saiu à peleja, e o SENHOR lhe entregou nas mãos a Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia, contra o qual ele prevaleceu” (Jz 3.8-10).

Vemos que Otniel era sobrinho de Calebe. Calebe foi companheiro de Josué na conquista da terra prometida. Ele acreditou no poder de Deus. Deus o abençoou com grandes conquistas e vida longa.

Quando o povo de Israel chegou à fronteira da terra prometida, Moisés enviou 12 espiões para descobrir se a terra era boa ou ruim (Nm 13.1,2). Um deles foi Calebe, filho de Jefoné, da tribo de Judá.

Depois de 40 dias, os espiões voltaram com a notícia que a terra era boa e fértil, mas os povos que moravam lá eram muito fortes. Os outros espiões desanimaram o povo, mas Calebe acreditava que Deus lhes daria a vitória (Nm 13.30). Josué e Calebe tentaram animar o povo declarando que Deus tinha poder para lhes dar aquela terra, que mana leite e mel, mas o povo se rebelou contra Deus dizendo que apedrejassem Moisés, Arão Josué e Calebe (Nm 14.6-10).

Por causa dessa rebelião, Deus os castigou. Os israelitas adultos não entraram na terra prometida, foram todos penalizados com a morte, exceto Josué e Calebe (Nm 14.32-34). Deus abençoou Calebe com a promessa de herança aos seus descendentes (Nm 14.24).

Otniel, sobrinho de Calebe, foi personagem de uma nova geração em Israel. Deus o suscitou como libertador. Deus é quem levanta líderes, liderar é um dom de Deus. Otniel foi guerreiro de Deus, homem de fé, templo do Espírito Santo. Ele foi cheio do Espírito do SENHOR para desempenhar poderosamente o ofício de juiz e libertador. “Veio sobre ele o Espírito do SENHOR, e ele julgou a Israel; saiu à peleja, e o SENHOR lhe entregou nas mãos a Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia, contra o qual ele prevaleceu” (Jz 3.10). 

Deus nos abençoe!

Pr. José Rodrigues Filho

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terça-feira, 5 de março de 2024

“DEUS PROVA O SEU PRÓPRIO AMOR PARA CONOSCO”


“DEUS PROVA O SEU PRÓPRIO AMOR PARA CONOSCO”

“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8).

“Deus prova o seu próprio amor”. O significado do verbo mais adequado aqui é o que indica confirmação. Não é o propósito do apóstolo Paulo despertar-nos para ações de graças, e, sim, estabelecer a confiança e a segurança de nossas almas. Deus, pois, confirma, ou seja, declara que o seu amor para conosco é muitíssimo sólido e verdadeiro, visto que não poupou a Cristo, seu próprio Filho, por amor aos ímpios. Nisto se manifestou o seu amor, ou seja, sem ser influenciado pelo nosso amor, ele nos amou mesmo antes de usar seu próprio beneplácito em nosso favor, como o apóstolo João mesmo nos diz [Jo 3.16]. O termo pecadores (como em muitas outras passagens) significa aqueles que são completamente corruptos e entregues ao pecado - veja-se João 9.31: (“Deus não ouve a pecadores”, ou seja: o ímpio e o culpado. A “mulher pecadora” significa uma mulher que vivia vida vergonhosa [Lc 8.37]. Isto surge mais claro ainda a partir do contraste que se segue imediatamente, ou seja. Muito mais agora, sendo justificados por seu sangue. Visto que Paulo contrasta estes dois elementos, e faz referência àqueles que são libertados da culpa de seu pecado, como sendo justificados, segue-se necessariamente que o termo pecadores significa aqueles que são condenados por suas ações perversas.

A súmula de tudo consiste em que, se Cristo obteve justiça para os pecadores, pela instrumentalidade de sua morte, então, agora, os protegerá muito mais da destruição assim que são justificados. Não teria sido suficiente que Cristo houvesse uma vez por todas granjeado a salvação para nós, se porventura não a mantivesse ilesa e segura até ao fim. Isto é o que o apóstolo agora assevera, declarando que não temos razão para temer que Cristo não conclua a concessão de sua graça destinada a nós antes que tenhamos chegado ao nosso predeterminado fim. Tal é a nossa condição, visto que ele nos reconciliou com o Pai, ou seja: que ele propôs estender sua graça a nós de forma mais eficaz e fazê-la aumentar dia a dia.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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“QUANDO NÓS AINDA ÉRAMOS FRACOS”


“QUANDO NÓS AINDA ÉRAMOS FRACOS”

“Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios” (Rm 5.6).

“Se Cristo teve misericórdia do ímpio; se reconciliou seus inimigos com o Pai; se realizou isto pela virtude de sua morte, então agora, muito mais facilmente, os salvará quando forem justificados, e guardará em sua graça àqueles a quem restaurou à graça, especialmente pelo fato de que a eficácia de sua vida é agora acrescentada à sua morte”. Há intérpretes que defendem a tese de que o tempo de fraqueza significa aquele período em que Cristo começou a manifestar-se ao mundo; e consideram aqueles que eram ainda fracos como aqueles que em sua infância [espiritual], viviam sob a tutela da lei. A expressão, contudo, sustento eu, se refere ao próprio cristão crente, e o tempo referido é o período que precede a reconciliação de cada um com Deus. Todos nós nascemos filhos da ira, e somos mantidos sob esta maldição até que nos tornemos partícipes de Cristo. Pela expressão, aqueles que são fracos, o apóstolo Paulo quer dizer aqueles que não possuem nada em si mesmos senão pecado, pois imediatamente a seguir ele os chama de ímpios. Não há nada fora do comum considerar fraqueza nesse sentido, visto que em 1Coríntios 12.22 ele chama as partes menos nobres do corpo de frágeis; e em 2Coríntios 10.10, ele chama sua própria presença física de fraca, visto não possuir qualquer dignidade. Quando, pois, éramos fracos, ou seja, quando éramos completamente indignos e desqualificados para merecermos a consideração divina, nesse mesmo tempo Cristo morreu em favor dos ímpios. A fé é o início da piedade, à qual eram estranhos todos aqueles por quem Cristo morreu. Isto é também válido para os antigos pais, os quais obtiveram justiça antes da morte de Cristo, pois este benefício eles o extraíram da morte do Cordeiro que ainda estava por vir.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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“VREUGDE VAN MIJN HART”

“VREUGDE VAN MIJN HART”

"Alegria do meu Coração"

Deus nos abençoe!