“GIDEÃO, BARAQUE, SANSÃO E JEFTÉ”
“E que mais direi?
Certamente, me faltará o tempo necessário para referir o que há a respeito de
Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté” (Hb
11.32).
Como era de se temer
que ao referir só a uns poucos exemplos, o escritor de Hebreus parecesse estar
limitando as maravilhas da fé a umas poucas pessoas, ele se antecipa e diz que
não concluiria se quisesse deter-se em cada exemplo, visto que, as descrever
uns poucos, ele está a referir-se a toda a Igreja de Deus. Antes, ele fala do
período que transcorreu entre Josué e Davi, quando o Senhor levantou os juízes
para governarem o povo, tais como os quatro que menciona: Gideão, Baraque
Sansão e Jefté. Certamente era algo estapafúrdio que Gideão, com trezentos
homens, atacasse o imenso exército de seus inimigos; e ao esmagar os cântaros
com suas mãos, parecia mais brincadeira de crianças. Baraque estava longe de
equiparar-se a seus inimigos, e foi governado pelo conselho de uma mulher
singular. Sansão era um camponês que não recebera nenhum treinamento para o uso
de quaisquer armas, a não ser os implementos agrícolas; o que poderia ele fazer
contra conquistadores tão experimentados, por cujo poder todo o povo havia
subjugado? Quem, a princípio, não haveria condenado os feitos de Jefté como
sendo temerários, quando declarou que seria o vingador de seu povo, cuja
esperança já se esboroara? Visto que todos esses tomaram a Deus como seu Guia,
e sendo encorajados por sua promessa empreenderam uma tarefa que lhes fora
ordenada, foram honrados com a evidência do Espírito Santo. Tudo quanto
fizeram, e que era digno de louvor, o apóstolo atribuiu à fé, ainda que não
houve entre eles nenhum cuja fé não haja fraquejado. Gideão foi mais lento em
empunhar as armas do que deveria ter sido, e só com muita dificuldade
aventurou-se a confiar-se a Deus. Baraque hesitou no início, de modo que quase
precisou ser compelido pelas censuras de Débora. Sansão caiu vítima dos
fascínios de sua amante e inconsideradamente atraiçoou sua própria segurança e
a de todo o seu povo. Jefté, precipitando-se em fazer um voto tolo, e foi
hiperobstinado em pô-lo em vias de fato, e desse modo consorciou uma admirável
vitória com a morte de sua própria filha. Em todos os santos sempre haverá de
encontrar-se algo repreensível. Não obstante, ainda que a fé seja imperfeita e
incompleta, ela não cessa de ser aprovada por Deus. Não há razão, pois, para
que os erros sob os quais laboramos nos derrotem, ou nos desencorajem, contanto
que pela fé sigamos adiante no curso de nosso chamamento.
Deus nos abençoe!
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