Esperança de Ressurreição
“Não
queremos, porém, irmãos que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para
não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança” (1Tes 4.13).
A esperança de ressurreição nos traz conforto. Não devemos lamentar os mortos além dos limites adequados, porquanto todos nós devemos ressuscitar.
Por que razão o choro dos incrédulos não tem fim nem medida, senão porque eles
não têm esperança de uma ressurreição? Portanto, convém que nós, que fomos
instruídos quanto a uma ressurreição, lamentemos de modo diferente, com
moderação. Em seguida o apóstolo Paulo discursa quanto à maneira da
ressurreição; e por esta causa também diz algo quanto aos tempos; mas,
nesta passagem, ele pretendia simplesmente refrear a tristeza excessiva, a qual
nunca teria tido tanta influência entre os tessalonicenses, se tivessem
considerado seriamente a ressurreição, e a conservado na recordação. Contudo,
ele não nos proíbe de nos lamentarmos absolutamente, mas exige moderação em
nosso pranto, pois diz: “para não vos
entristecerdes como os demais, que não têm esperança”. Ele os proíbe de se entristecerem como os incrédulos, que
dão rédeas soltas à sua tristeza, porque contemplam a morte como destruição final,
e imaginam que tudo o que é tirado do mundo se acaba. Como, por outro lado, os
fiéis sabem que deixam o mundo para que possam ser por fim reunidos no reino de
Deus, eles não têm a mesma causa de tristeza. Por isso, o conhecimento da
ressurreição é o meio de moderar a tristeza. Ele fala acerca dos mortos como os
que dormem, segundo a prática comum da Escritura – um termo pelo qual a
amargura da morte é mitigada, pois há grande diferença entre sono e destruição.
Porém, isto se refere, não à alma, mas ao corpo, pois o corpo morto jaz na
tumba, como em uma cama, até que Deus ressuscite o homem. Portanto, fazem papel
de tolos aqueles que inferem a partir disto que as almas dormem. Agora estamos
em posse do sentido de Paulo – que ele estimula as mentes dos fiéis à
consideração da ressurreição, para que não indultem excessiva tristeza por
ocasião da morte de seus parentes; pois era inconveniente que não houvesse
distinção entre eles e os incrédulos, que não põem fim nem medida à sua
tristeza por esta razão – que na morte eles não reconhecem nada além de destruição.
“Não queremos, porém, irmãos, que sejais
ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os
demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou,
assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem” (1Tes
4.13,14). Medita nestas coisas!
ITessalonicenses,
comentários de João Calvino.
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