"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



terça-feira, 2 de agosto de 2016

Regozijai-vos Sempre!

Regozijai-vos Sempre!
"Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco" (1Tes 5.16-18).

"Regozijai-vos sempre". Refiro isto à moderação de espírito, quando a mente se mantém calma sob a adversidade, e não dá lugar à tristeza. Concordemente, relaciono estas três coisas entre si: regozijar-se sempre, orar sem cessar e em tudo dar graças. Pois, quando recomenda a oração constante, ele aponta o meio de se regozijar perpetuamente, porque através deste meio pedimos a Deus alívio em relação a todas as nossas aflições. De modo semelhante, em Filipenses 4:4, tendo dito: “Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos. Seja a vossa moderação notória a todos. Não estejais inquietos por coisa alguma. Perto está o Senhor”, ele indica a seguir o meio para isto: “antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, com ação de graças”. Nessa passagem, como sabemos, o apóstolo Paulo apresenta como fonte de alegria uma mente calma e serena, que não é excessivamente perturbada por injúrias ou adversidades. Mas, para que não sejamos abatidos pela aflição, tristeza, ansiedade e temor, ele nos manda descansarmos na providência de Deus. E, como frequentemente se introduzem dúvidas quanto a se Deus cuida de nós, também prescreve o remédio – que, pela oração, descarreguemos nossas ansiedades como que em seu seio, como Davi nos recomenda a fazer: “Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará” (Sl 37:5); “Confia os teus cuidados ao SENHOR, e ele te susterá; jamais permitirá que o justo seja abalado” (Sl 55:22); e Pedro também, conforme o seu exemplo: “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1 Pe 5:7). Como, porém, somos excessivamente precipitados em nossos desejos, ele impõe um freio sobre eles – que, embora desejemos aquilo de que precisamos, ao mesmo tempo não deixemos de dar graças. Ele observa, aqui, praticamente a mesma ordem, embora em menos palavras. Pois, antes de tudo, queria que tivéssemos os benefícios de Deus em tanta estima que o reconhecimento deles e a meditação sobre eles superassem toda a tristeza. E, sem sombra de dúvida, se consideramos o que Cristo nos concedeu, não haverá amargura de tristeza tão intensa que não possa ser aliviada, e dê lugar à alegria espiritual. Pois, se esta alegria não reina em nós, o reino de Deus é ao mesmo tempo banido de nós, ou nós dele. E muito ingrato a Deus é o homem que não dê um valor tão elevado à justiça de Cristo e à esperança da vida eterna, regozijando-se em meio à tristeza. Medita nestas coisas!

ITessalonicenses, comentários de João Calvino.

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