"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



quinta-feira, 28 de julho de 2016

Homens Ambiciosos

Homens Ambiciosos
“Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse a homens, não seria servo de Cristo” (Gl 1.10).

Neste texto o apóstolo Paulo está falando, não do tema de sua pregação, mas do propósito de sua própria mente, o qual se preocupa com Deus antes que com os homens. O ensino também, é verdade, corresponde à disposição do mestre. Pois quando a corrupção da doutrina é um produto da ambição, da avareza ou de outros desejos depravados, então uma consciência honesta motiva a conservação da verdade pura. E assim o apóstolo afirma que sua doutrina é integra, uma vez que ela não se acomoda a homens. Homens ambiciosos, ou seja, aqueles que granjeiam o favor humano, não podem servir a Cristo. Paulo se dirige a si mesmo, em particular, quando diz que espontaneamente renunciara o favor dos homens a fim de permanecer firme ao lado de Cristo; e compara o estado anterior de sua vida com o presente. Paulo era tido na mais elevada estima, por toda parte recebia grandes aplausos. E por isso, caso quisesse agradar aos homens, não teria necessidade de mudar seu estado. Daqui podemos deduzir o ensino geral: aqueles que determinam servir a Cristo fielmente devem ousadamente desprezar o favor dos homens. A palavra homens, aqui, tem um sentido restrito. Porque os ministros de Cristo não devem se expor deliberadamente buscando ofender os homens. Mas há diferentes classes de homens. Aqueles a quem Cristo está agradando são homens a quem devemos envidar todo esforço para agradar em Cristo. Ao passo que, os que querem que a verdadeira doutrina ceda lugar aos seus propósitos pessoais, a esses em hipótese alguma devemos agradar. E os pastores piedosos e íntegros terão sempre que manter essa luta de desconsiderar as ofensas daqueles que querem desfrutar de vantagem em tudo. Pois a Igreja terá sempre em seu seio pessoas hipócritas e perversas, as quais preferem suas próprias cobiças à Palavra de Deus. E mesmo as pessoas boas, quer por alguma ignorância quer por alguma fraqueza, são às vezes tentadas pelo diabo a ficar iradas com as fiéis advertências de seu pastor. É nosso dever, pois, não ficar alarmados por quaisquer gêneros de ofensas, contanto, naturalmente, que não desviemos de Cristo nossas débeis mentes. 

*Epístola aos Gálatas, João Calvino, Editora Paracletos

*Visite a Igreja Presbiteriana da Silva Jardim - Curitiba/PR
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário
(41)3242-8375



terça-feira, 26 de julho de 2016

Somente pela Fé em Cristo Jesus

Somente pela Fé em Cristo Jesus
“Sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado” (Gl 2.16).
Neste texto o apóstolo Paulo não quer simplesmente dizer que as cerimônias ou obras de alguma espécie são insuficientes sem o auxílio da fé, senão que rebate a negação dos oponentes com uma afirmação que denota exclusividade, como se dissesse: “Não pelas obras, mas unicamente pela fé em Cristo”. Do contrário, sua afirmação teria sido trivial e irrelevante. Pois os falsos apóstolos não rejeitavam a Cristo e nem a fé, senão que exigiam que as cerimônias fossem juntadas a Cristo e a fé. Tivesse o apóstolo Paulo admitido essa conjunção, e estariam eles perfeitamente de acordo, e assim não teriam necessidade de perturbar a Igreja com esse desagradável argumento. Portanto, que fique estabelecido que essa proposição denota exclusividade, ou seja: não somos justificados de alguma outra forma, senão pela fé, ou, o que vem a ser a mesma coisa, somos justificados unicamente por meio da fé. Daqui se faz evidente quão insensatos são atualmente nossos opositores, digladiando contra nós acerca do termo “somente”, como se o tivéssemos inventado. O apóstolo Paulo era completamente alheio à teologia dos que afirmam que uma pessoa é justificada mediante a fé, e todavia atribuem às obras uma parte da justiça. Paulo nada sabia de tal meia-justiça. Pois quando nos diz que somos justificados por meio da fé, visto não podermos ser justificados por meio das obras, ele toma por certo o que é verdadeiro, ou seja, que não podemos ser justificados através da justiça de Cristo, a menos que sejamos destituídos de nossa justiça pessoal. Enquanto a fé está sozinha, dissociada de qualquer outra graça, ela é o único instrumento da justificação, contudo nunca está sozinha na pessoa justificada, mas embora autêntica, é sempre acompanhada de todas as demais graças cristãs. “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?” (Tg 2.14). Paulo e Tiago estão falando de coisas distintas. Tiago ensina que a fé que é sozinha – isto é, a fé morta – não justificará. Ele está argumentando contra cristãos nominais. Paulo usa o verbo “justificar” no sentido de justificação divina do pecador; cujo pré-requisito é a fé, e não as obras. Tiago usa o verbo “justificar” no sentido de prova verdadeira e real; sentido em que a fé é justificada ou provada ser verídica através das obras. Amém!
Pr. José Rodrigues Filho
*Gálatas, João Calvino – Edições Paracletos
*Confissão de Fé de Westminster Comentada, A.A.Hodge – Editora Os Puritanos

*Visite a Igreja Presbiteriana da Silva Jardim - Curitiba/PR
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário
(41)3242-8375

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Pacíficos e Tranquilos

Pacíficos e Tranquilos
“E procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos mandado; para que andeis honestamente para com os que estão de fora, e não necessiteis de coisa alguma” (1Tes 4.11,12).

Ora, estar em paz significa, nesta passagem, agir pacificamente e sem inquietação, como também dizemos em francês: sans bruit (sem barulho). Em suma, o apóstolo Paulo os exorta a serem pacíficos e tranquilos. Este é o teor do que acrescenta logo após: tratar dos vossos próprios negócios; pois normalmente vemos que aqueles que se intrometem com precipitação nos negócios alheios causam grande inquietação, e aborrecimentos a si mesmos e a outros. Portanto, este é o melhor caminho para uma vida tranquila – quando cada um, aplicado aos deveres do seu próprio chamado, cumpre esses deveres que lhe são prescritos pelo Senhor, e se devota a tais coisas: enquanto o lavrador se emprega nas tarefas rurais, o operário exerce a sua ocupação, e deste modo cada um se mantém dentro dos seus próprios limites. Tão logo os homens se desviem disto, todas as coisas são lançadas em confusão e desordem. Contudo, ele não quer dizer que todos devem tratar de seus próprios negócios de tal modo que todos vivam separados, não se importando com os outros, mas apenas tem em vista corrigir uma leviandade inútil, que provoca tumultos barulhentos em público por meio de homens que deveriam levar uma vida sossegada em suas próprias casas. Trabalhar com vossas próprias mãos. Ele recomenda o trabalho manual por duas razões – para que eles pudessem ter uma suficiência de meios para o sustento da vida, e para que se conduzissem honrosamente inclusive diante dos incrédulos. Pois nada é mais inconveniente do que um homem ocioso e bom para nada, que não beneficia nem a si mesmo nem a outros, e parece ter nascido apenas para comer e beber. Além disso, este trabalho ou sistema de trabalho se estende mais ainda, pois o que ele diz quanto às mãos é uma sinédoque; mas não pode haver dúvida de que inclui toda a ocupação útil da vida humana. Medita nestas coisas!

*Comentários de 1Tessalonicenses, João Calvino

*Visite a Igreja Presbiteriana da Silva Jardim - Curitiba/PR
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário
(41)3242-8375

terça-feira, 12 de julho de 2016

Justiça e Livre Graça

Justiça e Livre Graça
“Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados” (Hb 10.14).

“Cristo, através de sua obediência e morte, quitou plenamente o débito de todos aqueles que são assim justificados, e fez uma justa, real e plena satisfação à justiça de seu Pai, em favor deles. Todavia, visto que lhes foi dado pelo Pai, e sua obediência e satisfação aceitas em lugar deles, e ambas gratuitamente, não por algo existente neles, sua justificação é tão-somente da livre graça; para que tanto a exata justiça quanto a rica graça de Deus fossem glorificadas na justificação dos pecadores” (CFW XI,§3). A primeira verdade aqui asseverada consiste em que Cristo, por Sua obediência e morte, pagou plenamente o débito daqueles que são justificados; e que Ele fez por eles uma justa, real e plena satisfação à justiça de Seu Pai. Em conexão com esta afirmação, a segunda verdade que é ensinada aqui consiste em que esta justificação é, no que tange à pessoa justificada, desde o princípio até o fim, uma estupenda manifestação da livre graça de Deus. O fato de a justiça de Cristo ser a base da justificação, e que sua justiça, em estrito rigor, satisfez plenamente todas as exigências da lei divina, em vez de ser inconsistente com a perfeita liberdade e graciosidade da justificação, acentua plenamente sua graça. A cruz de Cristo é o centro para o qual os mais intensos raios como os da divina graça e justiça se convergem, nos quais eles são perfeitamente reconciliados. Esse é o alcance máximo da justiça, e ao mesmo tempo e pela mesma razão o alcance máximo da graça que o universo poderia ver. A auto-apropriação da penalidade por parte do eterno Filho de Deus é a mais elevada vindicação concebível da absoluta inviolabilidade da justiça, e ao mesmo tempo a mais elevada expressão concebível do amor infinito. Em estrito rigor, a justiça é vindicada nos sofrimentos vicários da própria personalidade. A livre graça se manifesta: 1 - Na admissão de um sofredor vicário. 2 - No dom do Bem-amado Filho de Deus para tal serviço. 3 - Na eleição soberana das pessoas que seriam por Ele representados. 4 - Nas gloriosas recompensas que lhes adviriam sob a condição daquela representação. “Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados. E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo, porquanto, após ter dito: Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei, acrescenta: Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades, para sempre” (Hb 10.14-17). Medita nestas coisas!

* Confissão de Fé de Westminster Comentada, A.A.Hodge, Editora Os Puritanos

Igreja Presbiteriana do Brasil no Champagnat
Rua Desembargador Otávio do Amaral, 885 – Curitiba/PR
(41) 3023-5896
Pastor Efetivo: Rev. Luiz Eduardo Pugsley Ferreira
Pastor Auxiliar: Rev. José Rodrigues de Oliveira Filho

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Confirmados em Santidade

Confirmados em Santidade
“A fim de que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos” (1Tes 3.13).  

O apóstolo Paulo emprega o termo coração neste versículo para se referir à consciência, ou a parte mais interior da alma; pois quer dizer que um homem é aceitável a Deus somente quando traz a santidade de coração (Hb 12.14). Aqui alguém poderia levantar a questão: Por meio da santidade podemos ficar de pé no tribunal de Deus, pois, nesse caso, qual é o propósito da remissão dos pecados?  O apóstolo Paulo não está excluindo a remissão dos pecados, através da qual ocorre que a nossa santidade, que de outro modo está misturada em muitas contaminações, é aceita aos olhos de Deus; pois a justificação mediante fé (Rm 5.1), pela qual Deus é apaziguado em relação a nós, perdoando as nossas faltas e isentando-nos de culpa, precede a santificação. Os justificados em Cristo Jesus estão isentos de culpa, foram adotados como filhos de Deus, santificados pelo Espírito e habilitados à vida cristã – em amor e pura santidade de coração que flui da fé. E quando ele diz: na vinda de nosso Senhor Jesus, ele está querendo dizer que a boa obra que o Senhor começou em nós há de ser dilatada e completada até ao Dia de Cristo Jesus (Fp 1.6), e quando diz: com todos os seus santos. Isso pode ser explicado de duas maneiras – ou como significando que os irmãos tessalonicenses, com todos os santos, sejam apresentados com a consciência limpa, com o coração confirmado em santidade na vinda de Cristo, ou que Cristo virá com todos os seus santos. Embora possamos adotar este segundo sentido, no que diz respeito à construção das palavras, ao mesmo tempo não tenhamos dúvida de que Paulo empregou o termo “com todos os seus santos” com o propósito de nos admoestar, pois fomos chamados por Cristo com esta finalidade, chegarmos na presença de Deus justificados, isentos de culpa, com nossos corações confirmados em santidade. “A fim de que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos” (1Tes 3.13). Medita nestas coisas!

Rev. José Oliveira Filho

* Comentários de João Calvino, Epístola aos Tessalonicenses

Igreja Presbiteriana do Brasil no Champagnat
Rua Desembargador Otávio do Amaral, 885 – Curitiba/PR
(41) 3023-5896
Pastor Efetivo: Rev. Luiz Eduardo Pugsley Ferreira
Pastor Auxiliar: Rev. José Rodrigues de Oliveira Filho