“Sabendo, contudo, que o homem não é
justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos
crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não
por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado” (Gl 2.16).
Neste texto o
apóstolo Paulo não quer simplesmente dizer que as cerimônias ou obras de alguma
espécie são insuficientes sem o auxílio da fé, senão que rebate a negação dos oponentes com uma afirmação que denota exclusividade, como se dissesse: “Não pelas obras,
mas unicamente pela fé em Cristo”. Do contrário, sua afirmação teria sido trivial
e irrelevante. Pois os falsos apóstolos não rejeitavam a Cristo e nem a fé,
senão que exigiam que as cerimônias fossem juntadas a Cristo e a fé. Tivesse o
apóstolo Paulo admitido essa conjunção, e estariam eles perfeitamente de
acordo, e assim não teriam necessidade de perturbar a Igreja com esse
desagradável argumento. Portanto, que fique estabelecido que essa proposição
denota exclusividade, ou seja: não somos justificados de alguma outra forma,
senão pela fé, ou, o que vem a ser a mesma coisa, somos justificados unicamente
por meio da fé. Daqui se faz evidente quão insensatos são atualmente nossos opositores,
digladiando contra nós acerca do termo “somente”, como se o tivéssemos inventado.
O apóstolo Paulo era completamente alheio à teologia dos que afirmam que uma
pessoa é justificada mediante a fé, e todavia atribuem às obras uma parte da
justiça. Paulo nada sabia de tal meia-justiça. Pois quando nos diz que somos
justificados por meio da fé, visto não podermos ser justificados por meio das
obras, ele toma por certo o que é verdadeiro, ou seja, que não podemos ser
justificados através da justiça de Cristo, a menos que sejamos destituídos
de nossa justiça pessoal. Enquanto a fé está sozinha, dissociada de qualquer
outra graça, ela é o único instrumento da justificação, contudo nunca está
sozinha na pessoa justificada, mas embora autêntica, é sempre acompanhada de
todas as demais graças cristãs. “Meus
irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras?
Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?” (Tg 2.14). Paulo e Tiago estão
falando de coisas distintas. Tiago ensina que a fé que é sozinha – isto é, a fé
morta – não justificará. Ele está argumentando contra cristãos nominais. Paulo
usa o verbo “justificar” no sentido de justificação
divina do pecador; cujo pré-requisito é a fé, e não as obras. Tiago usa o
verbo “justificar” no sentido de prova
verdadeira e real; sentido em que a fé é justificada ou provada ser
verídica através das obras. Amém!
Pr. José Rodrigues Filho
*Gálatas,
João Calvino – Edições Paracletos
*Confissão de
Fé de Westminster Comentada, A.A.Hodge – Editora Os Puritanos
*Visite a Igreja Presbiteriana da Silva Jardim - Curitiba/PR
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário
(41)3242-8375
Muito bom....
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