“Não tomarás o nome do
SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o
seu nome em vão” (Êx 20.7).
Amados irmãos, temos visto que a Lei de Deus é perfeita, requerendo
perfeita obediência e condenando a falta mínima como sendo pecado. Que ela é
espiritual, levando em conta os pensamentos, sentimentos, motivos e estado
interior tanto dos corações quanto das ações. E que somos não apenas obrigados
a cumprir, por nós mesmos, a Lei, mas também de auxiliar o quanto pudermos as
outras pessoas a proceder da mesma forma.
Alguns significados para o termo - “em vão”: Modo inútil, sem
eficácia, relevância ou utilidade, sem motivo aparente, sem valor, ilusório,
frívolo, vanglorioso, falso, ignorante.
1 – O que exige o terceiro
mandamento?
Resposta: O terceiro mandamento exige o santo e
reverente uso do nome de Deus. Com isso queremos dizer as formas como Ele se
revela por seus nomes, títulos, atributos, ordenanças, palavras e obras. Ele é
Deus, Eu Sou, Jeová, SENHOR, Santo. Ele é SENHOR dos Exércitos, Rei dos reis, SENHOR dos senhores. Deus é Espírito, Infinito, Eterno e Imutável em seu Ser. Deus é Sabedoria,
Poder, Santidade, Justiça, Bondade, Verdade. Ele é Deus Vivo e Verdadeiro! Deus
se faz conhecer também por suas ordenanças: pela leitura da Palavra, pela
pregação e o ouvir da pregação, pela oração, por ações de graças, louvor, pela
administração dos sacramentos, por suas obras da criação e providência.
Qual é nossa
responsabilidade para com esses meios graciosos por onde Deus se faz conhecer?
“A finalidade do mandamento é que Deus quer que a majestade de seu nome nos seja
sacrossanta. Logo, a suma será que não a profanemos tratando-o com menosprezo e irreverentemente. A esta injunção
restritiva corresponde, em paralelo, o preceito positivo de que nos
empenhemos e preocupemos em buscá-la com religiosa reverência. Dessa forma,
assim nos convém estar dispostos no pensar e no falar que nada pensemos ou falemos acerca do próprio Deus e de seus
mistérios, a não ser reverentemente e com muita sobriedade, de sorte que, em
estimando-lhe as obras, nada concebamos a não ser o que lhe é honroso. Estes três pontos, insisto, importa
observar não negligentemente: primeiro, que tudo quanto a mente concebe a seu
respeito, tudo quanto a língua profere, saiba sua excelência e corresponda à
sagrada sublimidade de seu nome, afinal, seja adequado a enaltecer-lhe a
magnificência. Segundo, não abusemos,
temerária e pervertidamente, de sua santa Palavra e de seus venerandos mistérios, seja a serviço da ambição, seja a
serviço da avareza, seja a serviço de nossos divertimentos. Pelo contrário, uma
vez que trazem impressa em si a dignidade de seu nome, tenham sempre entre nós
sua honra e apreço. Finalmente, não lhe difamemos ou desacreditemos as obras,
como contra ele costumam injuriosamente vociferar homens miseráveis; ao contrário,
tudo quanto rememoramos como feito
por ele, celebremo-lo com os louvores de sabedoria, de justiça e de bondade. Nisto
consiste santificar o nome de Deus. Quando se procede de outra maneira, de vão
e ímpio abuso se polui ele, porque é
subtraído do uso legítimo a que unicamente fora consagrado, e, ainda que em
nada mais seja despojado, entretanto de sua dignidade se torna desprezível aos
poucos”. João Calvino (1509-1564).
Ref. Bíblicas: Sl 29.1,2;
Mt 6.9, Ap 15.3-4; Ml 1.14; Sl 138.2; Sl 107.21,22
2 – O que proíbe o terceiro
mandamento?
Resposta: O terceiro mandamento proíbe toda
profanação ou abuso das coisas por meio das quais Deus se faz conhecer.
“Agora, ó sacerdotes, para vós outros é
este mandamento. Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar
honra ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei sobre vós a maldição e
amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque vós não
propondes isso no coração” (Ml 2.1,2).
Como isso é possível? Essa maldição é consequência
de mau testemunho, blasfêmias, perjúrios, juramentos e votos ímpios.
Que pensamentos nós temos sobre Deus? Você demonstra crer em Deus? O seu testemunho evidencia isso? Deus é Soberano, Santo,
Senhor dos Exércitos, Deus de toda bondade, misericórdia e justiça. O uso que
faço do nome de Deus pode ser em vão quando na prática nego o que Ele diz em sua
Palavra.
Ref. Bíblicas: Ml 2.1,2; Is
5.12; Sl 139.20; Tg 1.13; Mt 26.74
3 – Qual é a premissa anexa ao
terceiro mandamento?
Resposta: É que, embora os transgressores deste
mandamento escapem do castigo dos homens, o SENHOR nosso Deus não os poupará
do seu justo juízo. Esta é uma afirmação categórica: “O SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20.7). Eles escapam da punição dos homens
porque muitas vezes aqueles que detêm a autoridade são tão culpados como os infratores do mandamento. Mas não escaparão da punição divina. Serão punidos nesta vida, ou no além. O certo é que serão punidos. “De Deus não se zomba” (Gl 6.7). “Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31). Deus é Justo Juiz!
Ref. Bíblicas: Dt 28.58,59; Sl 139,20; Sl 83.18;
Zc 5.3
“Quando a palavra de Deus é lida ou
pregada para você, cuide de estar de coração e mente disposta, livre de
cuidados e pensamentos mundanos, diligente em ouvir, cuidadoso em fixar,
estudioso para lembrar e desejoso de praticar tudo o que é ordenado, e viver de
acordo; não dê atenção a qualquer outra finalidade que não a de se tornar
melhor em sua vida e ser instruído em toda boa obra, e crescer no amor e
serviço de Deus”. Jeremy Taylor (1613-1668).
Pr. José Rodrigues Filho
*Aula em Escola Bíblica Dominical - IPChampagnat/Curitiba, no dia 05/11/2017
*Confissão de Fé de Westminster Comentada
– A.A.Hodge
*Estudos no Breve Catecismo de
Westminster – Leonard Van Horn
*As Institutas de João Calvino, Vol 2.
*Visite a Igreja Presbiteriana da Silva Jardim - Curitiba/PR
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário
(41)3242-8375