"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



domingo, 31 de dezembro de 2017

“Contando os nossos Dias”

“Contando os nossos Dias”

“Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria” (Sl 90.12).

Até compreender quão séria e urgentemente Moisés orou nessa passagem, eu não entendia que nós devemos pedir a Deus que nos ensine a contar os nossos dias. Eu pensava que todos tinham tanto medo da morte quanto eu. Contudo, de 10 mil pessoas, somente dez devem pensar que contar os dias é importante. O restante das pessoas vive como se Deus não existisse e a morte não acontecesse.

Mas essa não é a pior parte. Algumas pessoas que estão prestes a morrer acreditam que continuarão vivendo. Outras, oprimidas pela miséria, sonham com a felicidade. Outras ainda, que estão em perigo extremo, pensam estupidamente estar em total segurança. A ilusão delas é a parte mais triste de tudo.

Assim, Moisés adequadamente nos ensina que devemos contar os nossos dias. Não devemos perguntar a Deus quanto tempo exatamente ainda nos resta. Em vez disso, devemos orar para que possamos tomar consciência de quão miserável e curta é a nossa vida. A morte e a ira eterna de Deus nos ameaçam a todo segundo.

Às vezes encontramos pessoas realmente preocupadas com a brevidade da vida. Elas estão ocupadas com pensamentos sobre sua morte iminente, mesmo não tendo orado para ter esse conhecimento.  Mas a maioria das pessoas não está ciente de que seus dias são numerados. Elas vivem como se o presente durasse para sempre. De tal modo, para a maioria de nós, orar da maneira como Moisés sugere nessa passagem é imprescindível.

“Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria” (Sl 90.12).

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz” (Ec 3.1-8).

Feliz no Novo!

Martinho Lutero (1483-1545)

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Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário
(41)3242-8375

“Princípio, Meio e Fim”

Igreja Presbiteriana da Silva Jardim - Curitiba/PR

“Princípio, Meio e Fim”
“Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que aquilo que se vê não foi feito do que é visível” (Hb 11.3).

Nenhuma criatura pode auxiliar em sua própria criação nem sustentar-se. De modo semelhante, não criamos a nós mesmos e não podemos nos manter vivos, nem por um segundo, por força própria. Somente Deus é responsável pelo nosso crescimento e desenvolvimento. Sem ele, teríamos morrido há muito tempo. Se o nosso Criador, que continua a trabalhar, e seu companheiro, Cristo, parassem o trabalho, tudo acabaria num instante. Essa verdade nos impulsiona a confessar: “Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador dos céus e da terra”. Se Deus não estivesse nos sustentando o tempo todo, teríamos morrido muito tempo atrás – mesmo na infância ou ao nascermos. O escritor de Hebreus também nos ensina sobre como Deus nos cria e nos sustenta: “Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que aquilo que se vê não foi feito do que é visível”. Em outras palavras, o autor de Hebreus está dizendo que, por meio de Cristo, o Pai continuamente faz o invisível tornar-se visível e o que é inexistente vir à existência. Cem anos atrás nenhum de nós podia ser visto. Pessoas que nascerão daqui a dez ou vinte anos tampouco podem ser vistas. Elas ainda não nasceram nem existem. Mas, ao nascerem, elas se tornarão visíveis e reais. Cristo é aquele que cria algo visível a partir do invisível. Por meio dele, o céu e a terra foram criados a partir do nada. Cristo, o Senhor, estava presente quando tudo foi criado. Ele não foi simplesmente um espectador, mas era semelhante ao Criador. Ele foi o cooperador do Pai. Ele continuará a governar e sustentará todas as coisas até o fim do mundo. Ele é o principio, o meio e o fim para tudo e para todos.

*“Somente a Fé” -  Martinho Lutero (1483-1545) - Editora Ultimato

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sábado, 16 de dezembro de 2017

A Verdadeira Humildade

A Verdadeira Humildade
“Então disse Maria: Minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, pois atentou para a humildade da sua serva. De agora em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1.46-48).

Muito orgulho pode estar escondido por trás da manifestação exterior de humildade. Há daqueles que sentem prazer em colocar-se por baixo, mas não aceitam que outros os rebaixem. Eles recusam honras, mas o que realmente querem é mais destaque e consideração. Apesar de parecer evitar a preeminência, o que desejam é a satisfação dos elogios. Entretanto, nessa narrativa do evangelho de São Lucas, vemos que Maria diz ser uma humilde serva. Ela certamente se contentava em permanecer nessa condição. Ela nunca deu importância alguma à própria honra ou glória nem estava ciente da sua posição. A humildade é tão frágil e sensível que não é capaz de olhar para si mesma. Somente Deus pode olhar para a verdadeira humildade. “Quem há semelhante ao SENHOR, nosso Deus, cujo trono está nas alturas, que se inclina para ver o que se passa no céu e sobre a terra? Ele ergue do pó o desvalido e do monturo, o necessitado, para o assentar ao lado dos príncipes, sim, com os príncipes do seu povo. Faz que a mulher estéril viva em família e seja alegre mãe de filhos. Aleluia!” (Sl 113.5-9). Essa é uma boa razão para admitirmos a humildade como a primeira e principal das Bem-aventuranças. Ninguém fará parte do reino de Deus, a menos que seja verdadeiramente “humilde de espírito”. Você aprecia a humildade de espírito? Você deseja ser um cidadão do reino dos céus? “Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos” (Rm 12.16). “Então disse Maria: Minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, pois atentou para a humildade da sua serva (Lc 1.46-48). “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.3). Amém! 

*“Somente a Fé” -  Martinho Lutero (1483-1545) - Editora Ultimato

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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

""CRISTO NASCEU POR VOCÊ"


"CRISTO NASCEU POR VOCÊ"

“Mas o anjo lhes disse: Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.10-11).

Não importa que parte da Bíblia você esteja lendo, a fé é o primeiro mistério que você deve reconhecer. Fé não significa acreditar que a história que você está lendo é verdadeira, do modo como está escrita. Isso nada acrescentará a ninguém. Até mesmo os que não são cristãos podem crer que a história bíblica sobre o nascimento de Jesus é verdadeira. Fé não é uma obra natural independente da graça de Deus, como a Escritura claramente ensina. Pelo contrário, o tipo correto de fé, o tipo que flui da graça e que a Palavra de Deus exige, é crer firmemente que Cristo nasceu por você. O nascimento dele é seu e aconteceu para o seu benefício. Pois o evangelho ensina que Cristo nasceu para o nosso benefício e que tudo o que ele fez e sofreu foi por nós. Como o anjo diz aqui, “Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador”. Com essas palavras, é possível ver claramente que ele nasceu por todos nós. O anjo não diz: “O Salvador nasceu”, mas sim: “Lhes nasceu o Salvador”. Da mesma maneira, ele não diz: “Eu tenho boas novas”, mas sim: “Lhes trazendo boas novas”. Para você! “Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo”. Essa alegria é para todos que têm esse tipo de fé.

*Martinho Lutero (1483-1545)

“Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Jd 1.3).

Deus noa abençoe!

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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Servindo uns aos Outros

Servindo uns aos Outros
“Irmãos, vocês foram chamados para a liberdade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à vontade da carne; ao contrário, sirvam uns aos outros mediante o amor” (Gl 5.13).

Como reagimos diante de uma fiel exposição da doutrina da Justificação? Nada nos distingue com maior proeminência do que a resposta que damos como consequência do entendimento que temos desta doutrina. A redescoberta da doutrina da Justificação pela fé transformou a vida de multidões. “A fé, assim recebendo e assim se firmando em Cristo e na justiça dele, é o único instrumento de justificação; ela, contudo não está sozinha na pessoa justificada, mas sempre anda acompanhada de todas as outras graças salvadoras; não é uma fé morta, mas que age através do amor” (CFW. XI.ii ). 

A compreensão e a aceitação da doutrina da Justificação pela Fé somente, bem como o exercício das outras graças que a acompanham é essencial à nossa identidade e testemunho como verdadeiros cristãos - “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5.13-16). 

Considere o que escreveu Martinho Lutero: “Se a graça da fé não for pregada, ninguém será salvo, pois somente a fé justifica e salva. Por outro lado, quando a fé é pregada como deve ser, a maioria das pessoas entende esse ensino de maneira mundana. Eles transformam a liberdade do Espírito em liberdade da natureza pecaminosa. Pode-se ver isso hoje em todas as classes sociais, sejam mais altas ou mais baixas. Todos se orgulham de serem evangélicos e louvam a liberdade cristã, mas, ao mesmo tempo, seguem seus próprios desejos, voltam-se para a cobiça, a lascívia e o orgulho, a inveja e assim por diante. Ninguém desempenha sua tarefa fielmente. Ninguém serve aos outros em amor. Esse comportamento vergonhoso me deixa tão impaciente que frequentemente desejo que tais porcos que pisoteiam pérolas com os pés ainda estivessem sob a tirania de Roma. É praticamente impossível para essas pessoas de Gomorra serem governadas pelo evangelho da paz. Nós sabemos que o Maligno persegue aqueles de nós que têm a Palavra de Deus. Afinal, ele mantém todos os outros cativos e está ansioso para acabar com essa liberdade do Espírito ou, pelo menos, transformá-la em uma vida desregrada. Como Pedro diz: “Vivam como pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para o mal; vivam como servos de Deus (1Pe 2.16)

Deus nos abençoe!

Pr. José Rodrigues Filho

*Aula de Escola Dominical na IPChampagnat (26.11.2017)
*Confissão de Fé de Westminster
*“Somente a Fé” -  Martinho Lutero (1483-1545) - Editado por J.C.Calvin, Editora Ultimato

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terça-feira, 21 de novembro de 2017

A Segurança da Fé

A Segurança da Fé
“Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus” (Hb 12.2).

Amados irmãos, os que desistem da vida cristã deixaram de olhar firmemente para “o Autor e Consumador da fé, Jesus”. Alguns repentinamente abandonam a fé, enquanto que outros vão experimentando em sua espiritualidade uma queda gradativa, perdendo pouco a pouco o entusiasmo até desistirem de vez de seguir a Jesus. Diante dos que professam o cristianismo está posto o desafio de olhar firmemente para o “Autor e Consumador da Fé”, e vê-lo como Ele é, permanecendo seguros nEle. O testemunho demonstrado pelos cristãos mais experientes serve de grande estímulo na corrida da fé, mas não é suficiente para nos manter firmes até o fim. A nossa perseverança depende também da nossa obediência a palavra de Deus. Somos exortados a nos livrarmos de tudo àquilo que causa embaraço e prejuízo ao nosso vigor espiritual. “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus (Hb 12.1,2). Os dias sãos maus, o inimigo é feroz, as provações, as lutas e os desafios são grandes. “A nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis” (Ef 6.12,13). A certeza da vitória está em Jesus Cristo, o Senhor dos Exércitos. Nele há majestade, poder e autoridade de Deus. Ele é a Rocha Eterna, a nossa segurança. “A segurança da fé é a convicção do crente quanto ao fato de que, pela graça de Deus, ele pertence a Cristo” (Pr. Joel Beeke). Aleluia!

Pr. José Oliveira Filho

*Vivendo para a Glória de Deus - Uma Introdução a Fé Reformada - Joel Beeke, Editora Fiel

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terça-feira, 14 de novembro de 2017

O Genuíno Sentido do Domingo

O Genuíno Sentido do Domingo
“Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou” (Êx 20.8-11).

Amados irmãos, “sábado” é uma palavra hebraica que significa “descanso”. É sábado santo porque foi consagrado e separado pelo próprio Deus. O quarto mandamento exige que consagremos a Deus os tempos determinados em sua Palavra, particularmente um dia inteiro em cada sete, para que seja um dia de santo descanso a ele dedicado. Desde o princípio do mundo até à ressurreição de Cristo, Deus designou o sétimo dia da semana para o descanso semanal; e a partir de então, prevaleceu o primeiro dia da semana para continuar sempre até ao fim do mundo, que é o sábado cristão ou o domingo. Você já compreendeu o genuíno sentido do domingo? Considere o que escreveu o reformador João Calvino: 

“Não foi sem alguma razão que os antigos escolheram o dia do domingo para pô-lo no lugar do sábado. Ora, como na ressurreição do Senhor está o fim e cumprimento daquele verdadeiro descanso que o antigo sábado prefigurava, os cristãos são advertidos pelo próprio dia que pôs termo às sombras a não se apegarem ao cerimonial envolto em sombras. Nem a tal ponto, contudo, me prendo ao número sete que obrigue a Igreja à sua servidão, pois nem haverei de condenar as igrejas que tenham outros dias solenes para suas reuniões, desde que se guardem da superstição. Isto ocorrerá, se se mantiver a observância da disciplina e da ordem bem regulada. A síntese do mandamento é: como aos judeus a verdade era comunicada sob prefiguração, assim ela, em primeiro lugar, nos é outorgada sem sombras, para que por toda a vida observemos um perpétuo sabatismo de nossos labores, a fim de que o Senhor em nós opere por seu Espírito; em segundo lugar, para que cada um, individualmente, sempre que disponha de lazer, se exercite diligentemente na piedosa reflexão das obras de Deus. Então, ainda, para que todos a um tempo observemos a legítima ordem da Igreja, constituída para ouvir-se a Palavra, para a administração dos sacramentos, para as orações públicas. Em terceiro lugar, para que não oprimamos desumanamente os que nos estão sujeitos. E assim se desvanecem-se as mentiras dos falsos profetas, os quais, em séculos transatos, imbuíram o povo de uma opinião judaica, asseverando que nada mais foi cancelado senão o que era cerimonial neste mandamento, com isto entendem em seu linguajar a fixação do dia sétimo, mas remanescer o que é moral, isto é, a observância de um dia na semana. Com efeito, isto outra coisa não é senão mudar o dia por despeito aos judeus e reter em mente a mesma santidade do dia, uma vez que ainda nos permanece nos dias sentido de mistério igual ao que tinha lugar entre os judeus. E de fato vemos que proveito têm fruído com tal doutrina, pois quantos deles se apegam às estipulações superam três vezes aos judeus em sua crassa e carnal superstição de sabatismo, de sorte que as reprimendas que lemos em Isaías [1.13-15; 58.13] nada menos lhes convêm hoje que àqueles a quem o Profeta increpava em seu tempo. Contudo, importa manter-se, principalmente, o ensino geral: para que a religião não pereça ou enlanguesça entre nós, devem ser realizadas diligentemente as reuniões sagradas e deve dar-se atenção aos meios externos que servem para fomentar o culto divino”.

Ref. Lv 19.30; Dt 5.2-7; Is 56.2-7; Gn 2.3; Lc 23.56; At 20.7; ICo 16.1,2; Jo 20.19-26.

Pr. José Rodrigues Filho
*Aula em Escola Bíblica Dominical - IPChampagnat/Curitiba, no dia 12/11/2017

*Confissão de Fé de Westminster Comentada – A.A.Hodge
*Estudos no Breve Catecismo de Westminster – Leonard Van Horn
*As Institutas de João Calvino, Vol 2.

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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

O Quarto Mandamento


O Quarto Mandamento
“Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou” (Êx 20.8-11).

Amados irmãos, “sábado” é uma palavra hebraica que significa “descanso”. “Portanto, resta um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas” (Hb 4.9,10). É sábado santo porque foi consagrado e separado pelo próprio Deus.

1 - O que exige o Quarto Mandamento?
Resposta: O quarto mandamento exige que consagremos a Deus os tempos determinados em sua Palavra, particularmente um dia inteiro em cada sete, para que seja um dia de santo descanso a ele dedicado.
Ref. Lv 19.30; Dt 5.2-7; Is 56.2-7

2 – Qual dos sete dias Deus designou para ser o sábado (descanso) semanal?
Resposta: Desde o princípio do mundo até à ressurreição de Cristo, Deus designou o sétimo dia da semana para o descanso semanal; e a partir de então, prevaleceu o primeiro dia da semana para continuar sempre até ao fim do mundo, que é o sábado cristão ou o domingo.
Ref. Gn 2.3; Lc 23.56; At 20.7; ICo 16.1,2; Jo 20.19-26

3 – De que modo se deve santificar o Dia do Senhor?
Resposta: Deve-se santificar o Domingo com um santo repouso por todo aquele dia, das ocupações temporais que são permitidas nos outros dias; empregando esse tempo em exercícios públicos e particulares de adoração a Deus, exceto o tempo preciso para as obras de pura necessidade e misericórdia.
Ref. Lv 23.3; Is 58.13-14; Mt 12.11-12; Mc 2.27-28.

4 – Que proíbe o quarto mandamento?
 Resposta: O quarto mandamento proíbe a omissão ou a negligência no cumprimento dos deveres exigidos, e a profanação deste dia por meio de ociosidade, ou fazer aquilo que é em si mesmo pecaminoso, ou por desnecessários pensamentos, palavras ou obras acerca de nossas ocupações e recreações temporais.
Ref. Ex 22.26; Ml 1.13; Am 8.5; Ez 23.38; Is 58.13; Jr 17.24,27

5 – Quais são as razões anexas ao quarto mandamento?
Resposta: As razões anexas ao quarto mandamento são: a permissão de Deus de fazermos uso dos seis dias da semana para os nossos interesses temporais; o reclamar ele para si mesmo a propriedade especial do dia sétimo; o seu próprio exemplo, e a bênção que ele conferiu ao dia de descanso.
Ref. Ex 31.15, 16; Ex 31.17; Gn 2.3.

6 - Teor e aplicação do Quarto Mandamento

O fim deste mandamento é que, mortos para nossos próprios interesses e obras, meditemos no Reino de Deus e a essa meditação nos apliquemos com os meios por ele estabelecidos. Contudo, uma vez que tem este mandamento uma consideração peculiar e distinta dos outros, requer ele ordem de exposição um pouco diferente. Costumam os antigos chamá-lo um mandamento prefigurativo, porque contém a observância externa de um dia, a qual foi abolida, com as demais figuras, na vinda de Cristo, o que certamente é por eles dito com verdade, mas ferem a questão apenas pela metade. Por isso tem-se de buscar uma exposição mais profunda e levar em consideração três causas pelas quais, a mim me parece ficar patente, eles têm observado este mandamento. Primeira, pois o celeste Legislador quis que sob o descanso do dia sétimo prefigurasse ao povo de Israel um repouso espiritual, pelo qual devem os fiéis descansar de suas próprias atividades para que deixem Deus neles operar. Segunda, quis ele que um dia fosse estabelecido no qual se reunissem para ouvir a lei e realizar os atos de culto, ou, pelo menos, o qual consagrassem particularmente à meditação de suas obras, de sorte que, por esta rememoração, fossem exercitados à piedade. Terceira, ordenou um dia de repouso no qual se concedesse aos servos e aos que vivem sob o domínio de outros para que tivessem alguma relaxação de seu labor. João Calvino (1509-1564).

Pr. José Rodrigues Filho
*Aula em Escola Bíblica Dominical - IPChampagnat/Curitiba, no dia 12/11/2017

*Confissão de Fé de Westminster Comentada – A.A.Hodge
*Estudos no Breve Catecismo de Westminster – Leonard Van Horn
*As Institutas de João Calvino, Vol 2.

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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

O Terceiro Mandamento

O Terceiro Mandamento
“Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20.7).

Amados irmãos, temos visto que a Lei de Deus é perfeita, requerendo perfeita obediência e condenando a falta mínima como sendo pecado. Que ela é espiritual, levando em conta os pensamentos, sentimentos, motivos e estado interior tanto dos corações quanto das ações. E que somos não apenas obrigados a cumprir, por nós mesmos, a Lei, mas também de auxiliar o quanto pudermos as outras pessoas a proceder da mesma forma.

Alguns significados para o termo - “em vão”: Modo inútil, sem eficácia, relevância ou utilidade, sem motivo aparente, sem valor, ilusório, frívolo, vanglorioso, falso, ignorante.

1 – O que exige o terceiro mandamento?

Resposta: O terceiro mandamento exige o santo e reverente uso do nome de Deus. Com isso queremos dizer as formas como Ele se revela por seus nomes, títulos, atributos, ordenanças, palavras e obras. Ele é Deus, Eu Sou, Jeová, SENHOR, Santo. Ele é SENHOR dos Exércitos, Rei dos reis, SENHOR dos senhores. Deus é Espírito, Infinito, Eterno e Imutável em seu Ser. Deus é Sabedoria, Poder, Santidade, Justiça, Bondade, Verdade. Ele é Deus Vivo e Verdadeiro! Deus se faz conhecer também por suas ordenanças: pela leitura da Palavra, pela pregação e o ouvir da pregação, pela oração, por ações de graças, louvor, pela administração dos sacramentos, por suas obras da criação e providência.

Qual é nossa responsabilidade para com esses meios graciosos por onde Deus se faz conhecer?

“A finalidade do mandamento é que Deus quer que a majestade de seu nome nos seja sacrossanta. Logo, a suma será que não a profanemos tratando-o com menosprezo e irreverentemente. A esta injunção restritiva corresponde, em paralelo, o preceito positivo de que nos empenhemos e preocupemos em buscá-la com religiosa reverência. Dessa forma, assim nos convém estar dispostos no pensar e no falar que nada pensemos ou falemos acerca do próprio Deus e de seus mistérios, a não ser reverentemente e com muita sobriedade, de sorte que, em estimando-lhe as obras, nada concebamos a não ser o que lhe é honroso. Estes três pontos, insisto, importa observar não negligentemente: primeiro, que tudo quanto a mente concebe a seu respeito, tudo quanto a língua profere, saiba sua excelência e corresponda à sagrada sublimidade de seu nome, afinal, seja adequado a enaltecer-lhe a magnificência. Segundo, não abusemos, temerária e pervertidamente, de sua santa Palavra e de seus venerandos mistérios, seja a serviço da ambição, seja a serviço da avareza, seja a serviço de nossos divertimentos. Pelo contrário, uma vez que trazem impressa em si a dignidade de seu nome, tenham sempre entre nós sua honra e apreço. Finalmente, não lhe difamemos ou desacreditemos as obras, como contra ele costumam injuriosamente vociferar homens miseráveis; ao contrário, tudo quanto rememoramos como feito por ele, celebremo-lo com os louvores de sabedoria, de justiça e de bondade. Nisto consiste santificar o nome de Deus. Quando se procede de outra maneira, de vão e ímpio abuso se polui ele, porque é subtraído do uso legítimo a que unicamente fora consagrado, e, ainda que em nada mais seja despojado, entretanto de sua dignidade se torna desprezível aos poucos”. João Calvino (1509-1564).

Ref. Bíblicas: Sl 29.1,2; Mt 6.9, Ap 15.3-4; Ml 1.14; Sl 138.2; Sl 107.21,22

2 – O que proíbe o terceiro mandamento?

Resposta: O terceiro mandamento proíbe toda profanação ou abuso das coisas por meio das quais Deus se faz conhecer.

“Agora, ó sacerdotes, para vós outros é este mandamento. Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque vós não propondes isso no coração” (Ml 2.1,2).

Como isso é possível? Essa maldição é consequência de mau testemunho, blasfêmias, perjúrios, juramentos e votos ímpios.

Que pensamentos nós temos sobre Deus? Você demonstra crer em Deus? O seu testemunho evidencia isso? Deus é Soberano, Santo, Senhor dos Exércitos, Deus de toda bondade, misericórdia e justiça. O uso que faço do nome de Deus pode ser em vão quando na prática nego o que Ele diz em sua Palavra.

Ref. Bíblicas: Ml 2.1,2; Is 5.12; Sl 139.20; Tg 1.13; Mt 26.74

3 – Qual é a premissa anexa ao terceiro mandamento?

Resposta: É que, embora os transgressores deste mandamento escapem do castigo dos homens, o SENHOR nosso Deus não os poupará do seu justo juízo. Esta é uma afirmação categórica: “O SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão (Êx 20.7). Eles escapam da punição dos homens porque muitas vezes aqueles que detêm a autoridade são tão culpados como os infratores do mandamento. Mas não escaparão da punição divina. Serão punidos nesta vida, ou no além. O certo é que serão punidos“De Deus não se zomba” (Gl 6.7). “Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31). Deus é Justo Juiz!

Ref. Bíblicas: Dt 28.58,59; Sl 139,20; Sl 83.18; Zc 5.3

“Quando a palavra de Deus é lida ou pregada para você, cuide de estar de coração e mente disposta, livre de cuidados e pensamentos mundanos, diligente em ouvir, cuidadoso em fixar, estudioso para lembrar e desejoso de praticar tudo o que é ordenado, e viver de acordo; não dê atenção a qualquer outra finalidade que não a de se tornar melhor em sua vida e ser instruído em toda boa obra, e crescer no amor e serviço de Deus”. Jeremy Taylor (1613-1668).

Pr. José Rodrigues Filho
*Aula em Escola Bíblica Dominical - IPChampagnat/Curitiba, no dia 05/11/2017

*Confissão de Fé de Westminster Comentada – A.A.Hodge
*Estudos no Breve Catecismo de Westminster – Leonard Van Horn
*As Institutas de João Calvino, Vol 2.

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terça-feira, 31 de outubro de 2017

A Reforma Protestante em 5 Pontos


A REFORMA PROTESTANTE EM 5 PONTOS
“Ecclesia reformata, semper reformanda est” – “Igreja reformada, sempre se reformando”. Este lema da igreja reformada continua vivo e pertinente. Medite sobre os cinco princípios que nortearam o movimento do Espírito denominado de Reforma Protestante.
(1) SOLA SCRIPTURA
“Toda escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (1Tm 3.16,17).
Durante a Idade Média a Igreja Cristã perdeu de vista o único referencial autoritativo para questões de fé e prática - a Escritura Sagrada. A tradição, a palavra do Papa, as decisões dos Concílios, a razão e os sentimentos se introduziram como “concorrentes”. A Reforma do século XVI resgatou o princípio que somente a Palavra de Deus pode decidir sobre o que deve ser crido e como a vida cristã deve ser vivida. Diante do tribunal que exigia sua retratação, Lutero disse: “Minha consciência está alicerçada pela Palavra de Deus”.
(2) SOLA GRATIA
“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9).
“Graça é o favor divino, imerecido, que elege, redime, regenera e preserva o pecador para promovê-lo ao céu”. Com o passar dos séculos, a Igreja cristã introduziu na sua compreensão de salvação a ideia do mérito, desviando-se do padrão apostólico original. Na teologia medieval, formulada por Tomás de Aquino, a natureza humana passou a ser considerada potencialmente boa, rompendo-se radicalmente com o conceito bíblico, também defendido por Agostinho, de que o homem nasce com o coração corrompido. “Como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Rm 3.10-13).

(3) SOLA FIDE

“[…] visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé” (Rm 1.17).

A justificação somente pela fé foi a grande redescoberta que proporcionou a conversão de Martinho Lutero. Por muitos anos, desde que se tornara monge agostiniano, sua alma permanecia sem paz, uma vez que a doutrina oficial da Igreja dizia que a salvação era alcançada através das obras. A Reforma começou com a negação radical dessa ideia antibíblica, quando Lutero fixou suas 95 teses na porta da Igreja do castelo de Wittemberg como uma reação à infame venda de indulgências – certificado emitido pelo Papa e vendido para quem desejasse ter seus pecados perdoados. “O homem não é justificado por obras da lei e sim mediante a fé em Cristo Jesus” (Gl 2.16). Esse foi o entendimento e o ensino claro dos apóstolos sobre o único meio através do qual o pecador pode ser salvo – mediante a fé.

(4) SOLUS CHRISTUS

“E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12).
O único Mediador entre Deus e os homens é Jesus Cristo. “Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5). “Nenhum trabalho nosso – ou de qualquer outra pessoa ou santo – tem essa mesma honra”. Na era medieval, a Igreja se distanciou desse padrão introduzindo os sacerdotes, os santos, a própria Igreja e a Virgem Maria como mediadores concorrentes de Jesus Cristo. A Reforma enxergou com clareza esse desvio e o corrigiu, retornando ao padrão apostólico. Ninguém pode usurpar o lugar exclusivo de Jesus Cristo na salvação dos homens – Só Ele conseguiu viver sem pecar contra Lei de Deus e só Ele morreu como um inocente no lugar de pecadores culpados. Ele é o “Cordeiro de Deus” (Jo 1.36).
(5) SOLI DEO GLÓRIA
“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra cousa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31).

Dentre os cinco pontos cardeais da Reforma esse é o que estabelece toda glória a Deus. A era medieval corrompeu aos poucos esse padrão apostólico, transformando a fé cristã numa religião centrada no homem e não em Deus. A doutrina exaltava o homem, o culto era antropocêntrico, a Igreja transformou-se numa agência política e o sacerdócio era mais profano do que sagrado. O espetáculo da idolatria reinante na cristandade medieval era a mais gritante evidência de que o interesse pela glória de Deus havia sido abandonado. Toda glória é devida a Deus, uma vez que a salvação é efetuada exclusivamente segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça” (Ef 1.5,6). A teologia de João Calvino enfatiza compreensivelmente a soberania divina pela simples razão de tributar toda glória a Deus. Soli Deo Glória.

Pr. João Eiró

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