“Porque muito desejo
ver-vos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual, para que sejais
confirmados, isto é, para que, em vossa companhia, reciprocamente nos
confortemos por intermédio da fé mútua, vossa e minha” (Rm 1.11,12).
Nossa obra deve
ser conduzida com grande humildade. Nós mesmos devemos conduzir-nos com
modéstia diante de todos. Quando ensinamos, devemos estar abertos também para
aprender de qualquer que nos possa ensinar. Deste modo, ensinamos e aprendemos
ao mesmo tempo. Não nos vangloriemos orgulhosamente das nossas pretensões de
saber, desprezando os que nos contradizem. Não ajamos como se já tivéssemos
chegado ao topo, e os outros tivessem que sentar aos nossos pés.
O orgulho é um
mal que prejudica os que pretendem levar outros a marchar humildemente para o
céu. Portanto, tenhamos cuidado, para não suceder que, tendo conduzido outros
para lá, as portas se mostrem estreitas demais para nós mesmos. Ora, se Deus
pôs para fora um anjo orgulhoso, tampouco tolerará um homem orgulhoso. Na
verdade, o orgulho está na raiz de todos os outros pecados: a inveja, o
espírito belicoso, o descontentamento e todos os obstáculos que impedem a
renovação espiritual.
Onde há
orgulho, todos querem dirigir e ninguém quer seguir ou concordar. O orgulho é
causa de cismas, apostasias, usurpação arrogante e outras formas de imposição. É
causa também do ensino ineficaz de tantos e tantos “mestres”, que pura e
simplesmente são demasiado orgulhosos para aprender. Como Agostinho disse a
Jerônimo: “Embora seja mais próprio do idoso ensinar que aprender, também lhe é
mais próprio aprender que ficar na ignorância”. A humildade nos ensina a
aprender de boa vontade tudo que não sabemos, pois, se quisermos ser mais
sábios do que todos, temos que estar dispostos a aprender de todos.
“O galardão da humildade e o temor
do SENHOR são riquezas, e honra, e vida” (Pv 22.4).
Deus nos abençoe!
Richard Baxter (1615-1691).
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