“Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se retirando
deles, sendo elevado para o céu. Então, eles, adorando-o, voltaram para
Jerusalém, tomados de grande júbilo” (Lc 24.51-52).
Uma segunda lição que podemos observar neste texto é o
lugar ao qual nosso Senhor foi após deixar o mundo. Ele foi “elevado para o céu” (v 51).
É claro que não podemos entender o significado completo
de tudo o que foi dito. Seria fácil inquirir sobre a habitação exata do corpo
glorificado de Cristo, fazendo perguntas que os mais hábeis teólogos nunca
poderiam responder. Não podemos desperdiçar nosso tempo em especulações. Basta
sabermos que nosso Senhor Jesus entrou na presença de Deus em favor de
todos que creem nEle, como um Precursor e um Sumo Sacerdote (Hb 6.20).
Na qualidade de Precursor, Jesus foi ao céu preparar-nos
lugar (Jo 14.2). Nosso Senhor tomou posse de uma herança gloriosa em benefício
de seu povo e tem-na em seu poder como nosso Fiador, até que venha o dia em que
a igreja será aperfeiçoada. Na qualidade de Sumo Sacerdote, Jesus foi ao céu
para interceder por todos os que creem nEle. Ali, no Santo dos Santos, em favor
dos salvos Ele apresenta os méritos de seu próprio sacrifício e obtém para eles
suprimentos diários de misericórdia e graça. O grande segredo da perseverança
dos santos é a presença de Cristo no céu intercedendo por eles. Eles têm um
Advogado eterno diante do Pai e, por isso, jamais serão rejeitados (1Jo 2.1).
Assim como Ele subiu, assim também um dia Jesus retornará
do céu. Ele não permanecerá sempre habitando no Santo dos Santos. Ele sairá,
tal como fazia o sumo sacerdote dos judeus, para abençoar o povo, reunir seus
eleitos e restaurar todas as coisas (Lv 9.22-24; At 3.20,21). Devemos esperar,
ansiar e orar por esse maravilhoso dia. Cristo morrendo na cruz por nós,
vivendo nos céus como nosso Precursor e Intercessor, e vindo novamente em
glória são os três grandes fatos que devem sempre permanecer com preeminência
nos pensamentos dos filhos de Deus.
Deus nos abençoe!
J.C.Ryle (1816-1900).