“IMPORTA-VOS NASCER DE NOVO”
“Em verdade, em verdade te
digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3).
Notamos neste texto, para que sua palavra ficasse mais evidente,
Cristo Jesus revelando a mesma verdade usando outros termos: “Em verdade, em verdade te digo: quem
não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus”. O desejo do
nosso Senhor e Mestre era que Nicodemos entendesse que ninguém pode tornar-se
seu discípulo, a menos que o homem interior seja inteiramente purificado e
renovado pelo Espírito, assim como o homem exterior é lavado pela água (Jo
3.5).
Evidentemente, a mudança que o Senhor Jesus afirma ser
necessária para a salvação não é superficial. Não se trata de uma simples
reforma, melhoria, transformação moral ou mudanças de comportamento. Trata-se
de uma profunda mudança de coração, de vontade e de caráter. É uma ressurreição
espiritual. Significa passar da morte para vida. É o surgimento de uma nova
criatura, com nova natureza, que possui novos hábitos, interesses, desejos, discernimentos,
pensamentos, esperanças e temores. Tudo isso, e não menos do que isso, é o que
está envolvido na declaração que o nosso Senhor fez sobre a necessidade que
todos temos de nascer de novo. “Importa-vos nascer de novo” (Jo 3.7).
Para que haja salvação, esta mudança interior é absolutamente
necessária, devido a natureza corrompida com que todos nós, sem exceção, somos
nascidos. A este mundo viemos sem fé, sem amor e sem temor a Deus. Não temos
qualquer inclinação natural para servi-Lo ou obedecê-Lo, nem qualquer prazer
natural em fazer a sua vontade. A expressão “nascer de novo” é a figura mais
adequada para descrever a mudança que todos nós precisamos, a fim de sermos
cristãos verdadeiros (2Co 5.17).
Nunca esqueçamos que não podemos proporcionar a nós mesmos tão
grande mudança. Nenhum homem é o autor de sua própria existência, tampouco pode
dar vida celestial a sua própria alma. Conceder vida é uma prerrogativa
peculiar de Deus. “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e
pecados” (Ef 2.1).
Deus nos abençoe!
J.C.Ryle (1816-1900).
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