"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



quinta-feira, 15 de setembro de 2022

“A CAPACIDADE DE REALIZAR BOAS OBRAS”


“A CAPACIDADE DE REALIZAR BOAS OBRAS”

“A capacidade de realizar boas obras de modo algum emana dos crentes, mas inteiramente do Espírito de Cristo. E para que possam ser capacitados para isso, além das graças que já receberam, é indispensável que haja uma real influência do Espírito Santo a operar neles tanto o querer quanto o realizar, segundo seu beneplácito; contudo, não devem, por isso, tornar-se negligentes como se não tivessem a obrigação de realizar qualquer dever senão pelo impulso especial do Espírito; ao contrário disso, devem ser diligentes em dinamizar a graça de Deus que está neles” (CFW - cap. XVI, seção III).

Jo 15.4-6; Ez 36.26,27; Fp 2.13, 4.13; 2Co 3.5; Fp 2.12; Hb 6.11,12; 2Pe 1.3,5,10,11; Is 64.7; 2Tm 1.6; At 26.6,7; Jd 20,21.

Na regeneração o Espírito Santo implanta um princípio ou hábito santo e permanente na alma, o qual dá prosseguimento constante do gérmen ou semente da qual todas as graciosas inclinações e santos exercícios procedem. No tocante à implantação desse princípio santo e permanente, pelo Espírito Santo, a alma é passiva. No instante, porém, em que essa nova disposição ou tendência moral é implantada na alma, como fato lógico o caráter moral de seus exercícios é transformado, e a alma se torna ativa em boas obras, como antes estivera ativa para o mal. Mas, como também vimos no capítulo xiii, a santificação é uma obra da livre graça de Deus, na qual ele continua graciosamente a sustentar, a nutrir e a orientar o exercício do hábito permanente da graça que foi implantada na regeneração. O homem regenerado depende da contínua habitação, do impulso, e do sustento e capacitação do poder do Espírito Santo, em cada ato de obediência no exercício da graça; não obstante, como os atos de obediência para a realização do que o Espírito Santo o impele e capacita são seus próprios atos, segue-se que ele, enquanto busca a diretriz e o apoio da graça, deve obviamente cooperar com ela, agindo, como todo agente livre, sob a influência dos motivos e o senso de responsabilidade pessoal. Daí, esta seção assevera: -

1 – Que a capacidade do cristão para realizar boas obras não é de forma alguma dele próprio, mas totalmente do Espírito de Cristo.

2 – Que para isso, além da graça implantada na regeneração, há necessidade de uma contínua influência do Espírito Santo em todas as faculdades da alma renovada, pela qual o cristão é capacitado a querer e a agir segundo seu beneplácito.

3 – Que esta doutrina da dependência absoluta da alma não deve ser pervertida, dando ocasião a indolência, nem diminuir em qualquer grau nosso senso de obrigação pessoal. A vontade de Deus nos é exibida objetivamente na Palavra escrita. O dever em relação à obediência voluntária obriga nossas consciências. O Espírito Santo não opera independentemente da Palavra, e, sim, através da Palavra; nem realiza ele a obra à parte de nossas faculdades constitucionais da razão, da consciência e da vontade, mas através delas. Daí, segue-se que jamais honraremos o Espírito Santo, esperando por seus impulsos especiais; ao contrário, nos entregamos a ele e com ele cooperamos quando, enquanto buscamos sua orientação e assistência, usamos todos os meios de graça e todas as nossas melhores energias, sendo e fazendo tudo quanto a lei de Deus requer de nós. Deus aprova não é aquele que fica a esperar pela graça, mas sempre aquele que busca a graça e pratica sua Palavra (Lc 11.9-13; Tg 1.22,23).

Deus nos abençoe!

A.A.Hodge (1823-1886).

*Confissão de Fé de Westminster Comentada, Ed. Os Puritanos.

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil no bairro Fazendinha/Curitiba.
Rua Elias Karan, 150.
(41)3239-2123 

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