“NOSSAS MELHORES OBRAS E O JUÍZO DE DEUS”
“Não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista
não há justo nenhum vivente” (Sl 143.2).
“Não podemos,
por meio de nossas melhores obras, merecer da mão de Deus o perdão de pecado,
ou a vida eterna, em razão da imensa desproporção que há entre elas e a glória
por vir, e a infinita distância que há entre nós e Deus, a quem não podemos ser
úteis nem quitar a dívida de nossos pecados anteriores; mas quando tivermos
feito tudo quanto pudemos, outra coisa não fizemos senão nosso dever, e seremos
servos inúteis; e porque, sendo boas, elas são manchadas e misturadas com tantas
fraquezas e imperfeições, que não podemos suportar a severidade do juízo divino”
(CFW – XVI, seção V).
1. As melhores
obras dos crentes, em vez de merecer o perdão de pecado e a vida eterna, não
podem suportar o escrutínio do santo juízo de Deus. Razões para tais asseverações:
-
1.1. As
melhores obras possíveis para o homem são infinitamente indignas de ser
comparadas em valor, com o favor de Deus, e os galardões que os homens, que
confiam nas obras, buscam obter através delas.
1.2. A
infinita superioridade de Deus para nós, sua absoluta posição de proprietário
sobre nós como nosso Criador, e a soberania sobre nós como nosso Governante
moral, necessariamente excluem a possibilidade de nossas ações merecerem
qualquer recompensa de sua mão. Nenhuma ação nossa pode aproveitar a Deus ou
deixá-lo sob obrigação em relação a nós. Tudo o que nos é possível já se nos
constitui uma dívida nossa para com ele como nosso Criador e Preservador.
1.3. Que nossas
obras nada poderiam merecer, mesmo que fossem perfeitas, são nesta vida, em
decorrência de imperfeições subjacentes, muitíssimo imperfeitas. Portanto, as
melhores delas necessitam de ser expiadas pelo sangue de Cristo e apresentadas através
de sua mediação, antes que possam achar aceitação por parte do Pai.
Deus nos abençoe!
A.A.Hodge (1823-1886).
*Confissão de Fé de Westminster Comentada, Ed. Os
Puritanos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário