“A VERDADEIRA RELIGIÃO E AS EMOÇÕES”
"Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, de toda a
tua alma, e de toda a tua força" (Dt 6.5).
A religião requerida por Deus não consiste em desejos fracos, opacos e
sem vida, elevando-nos somente um pouco acima da apatia. Em Sua Palavra, Deus
insiste muito que sejamos sérios, espiritualmente dinâmicos e que nossos
corações se envolvam vigorosamente no cristianismo. Esse envolvimento vivo,
vigoroso do coração na verdadeira religião é o resultado da circuncisão
espiritual, ou regeneração, a que pertencem as promessas de vida. "O
SENHOR teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência,
para amares ao SENHOR teu Deus de todo o coração e de toda a tua alma, para que
vivas" (Dt 30.6).
Se não formos sérios no nosso cristianismo, e nossas vontades não forem
vigorosamente ativas, nada somos. Realidades espirituais são tão imensas, que
nossos corações não respondem adequadamente a elas, a menos que ajam dinâmica e
poderosamente. O exercício de nossa vontade não é tão necessário em nada mais
quanto é nas coisas espirituais; em nenhuma outra coisa a indiferença é tão
odiosa. A verdadeira religião é poderosa, e seu poder aparece primeiramente no
coração. É por isso que as Escrituras chamam a verdadeira religião "o
poder da piedade", distinguindo-a da aparência exterior que é somente sua
forma - "tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder"
(2Tm 3.5).
O Espírito Santo é o Espírito de poderosa e santa emoção, nos
verdadeiros cristãos. E por isso que as Escrituras dizem que Deus nos deu um
espírito "de poder, de amor e de moderação" (2Tm 1.5). Quando
recebemos o Espírito Santo, dizem as Escrituras que somos batizados "com o
Espírito Santo e com fogo". Esse "fogo" representa as santas
emoções que o Espírito produz em nós, de modo que "nos ardia o
coração" (Mt 3.11; Lc 24.32).
Deus, que nos criou, não só nos deu emoções, porém fê-las a própria
causa de nossas ações. Não tomamos decisões ou agimos, exceto se o amor, o
ódio, o desejo, o medo ou alguma outra emoção, nos influenciar. Isso se aplica
tanto a assuntos seculares como aos espirituais. É por isso que muitas pessoas
ouvem a Palavra de Deus falando-lhes sobre coisas infinitamente importantes -
sobre Deus e Cristo, pecado e salvação, céu e inferno - e ainda assim não há
mudança em sua atitude ou comportamento. A razão é simples: o que ouvem, não as
afeta. Não toca suas emoções. De fato, proclamo ousadamente que nenhuma verdade
espiritual jamais mudou a atitude ou a conduta de alguém, a não ser que tenha
despertado suas emoções. Nenhum pecador jamais desejou ardentemente pela
salvação, nenhum cristão jamais acordou do frio espiritual, a não ser que a
verdade tenha afetado o seu coração. Esta é a medida da importância das
emoções!
Deus nos abençoe!
Jonathan Edwards (1703-1758).
*A Genuína
Experiência Espiritual, Editora PES.
*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil no bairro Fazendinha/Curitiba.
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