“Um dos malfeitores crucificados blasfemava
contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também. Respondendo-lhe, porém, o
outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual
sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os
nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te
de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que
hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.39-43).
A salvação de um dos malfeitores crucificados no Calvário, ao lado do nosso Senhor Jesus, ocorreu numa hora quando, exteriormente, parecia que tudo estava perdido. Não obstante a tantos obstáculos e dificuldades, aquele homem apreendeu a condição de Salvador e o Senhorio de Cristo. Qual a explicação para isso? Sem duvida, houve uma intervenção divina agraciando aquele homem com a bênção da regeneração, conduzindo-o à conversão - ao arrependimento e fé.
No ato da regeneração, o Espírito Santo implanta um novo princípio,
hábito ou tendência espiritual nas inclinações da alma, os quais, sendo
subsequentemente nutridos e dirigidos pelo Espírito, libertam o homem de sua
natural escravidão sob o pecado e o capacita com prevalecência a querer
espontaneamente aquilo que é espiritualmente bom.
Na conversão, a alma propriamente dita, imediatamente age sob a direção
desse novo princípio em voltar-se do pecado para Deus através de Cristo. É
evidente que a implantação desse gracioso princípio é diferente do exercício
desse princípio, e que fazer uma pessoa voluntária é diferente de agir ela
voluntariamente, O primeiro é um ato exclusivo de Deus, o segundo é um ato consequente
do homem, e depende da assistência contínua do Espírito Santo.
“Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9).
“O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e
crede no evangelho” (Mt 1.15).
“Tu, ó homem, pensas que te livrarás do juízo de Deus? Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?” (Rm 2.3,4).
Deus nos abençoe!
Pr. José Rodrigues Filho