“O CONTROLE PROVIDENCIAL DE DEUS”
“Pois ele cumprirá o que está
ordenado a meu respeito” (Jó 23.14).
“Ainda que, em relação à presciência e decreto de Deus, que é a
causa primeira, todas as coisas acontecem imutável e infalivelmente, todavia,
pela providência, ele ordena que elas sucedam segundo a natureza das causas
secundárias, necessária, livre e contingentemente” (CFW. cap V, seção II).
Ref. At 2.23; Gn 8.22; Jr 31.35; Êx 21.13; Dt 19.5; 1Rs 22.28,34;
Is 10.6,7.
O controle
providencial que Deus exerce sobre suas criaturas e sobre todas as ações delas
é sempre infalivelmente eficaz (Jó 23.13; Sl 33.11; Lm 2.17).
A maneira pela
qual Deus controla suas criaturas e as ações delas, e efetua seus propósitos
através delas, é em cada caso perfeitamente consistente com a natureza da
criatura e de seu método de ação. Esta verdade prova-se à luz do fato de que
Deus executa diferentes partes do mesmo propósito eterno e autoconsistente, em
suas obras de criação e providência. É na execução do mesmo plano imutável que
Deus primeiro criou cada coisa, dotou-as com suas propriedades, determinou seu
modo de ação e suas relações mútuas com todas as demais coisas, e
subsequentemente continua a preservá-la na posse de suas propriedades e a guiá-la
no exercício delas.
O mesmo fato é
comprovado por nossa uniforme experiência e observação. Somos cônscios de agir
livremente segundo a lei de nossa constituição, como agentes livres. Mesmo nos
escritos dos profetas e apóstolos, que escreveram sob o controle de uma
influência divina específica, tornando infalivelmente acurada mesmo a seleção das
palavras, podemos evidentemente ver que o espontâneo exercício das faculdades
dos escritores não era nem substituído nem coagido (2Pe 1.19-21).
Em perfeita consonância com isso, vemos por toda parte no mundo
material, na vida de pessoas individualmente, bem como em toda a história
humana, claras evidências de ajustamentos e combinações de elementos e agentes
na ordem do instrumento para efetuar o propósito. É justamente a perfeição dos
ajustamentos divinos, bem como os resultados gerais, que é determinada por sua
intenção. Mesmo a alma humana, no exercício da livre agência, age segundo a lei
de sua independência, incluindo a necessidade, mas não excluindo a
infalibilidade. As fontes da ação livre estão dentro de sua própria alma. E no
entanto, como essas são modificadas sem interferir na liberdade do agente pela
influência de outras pessoas, certamente não podem pôr-se fora do controle da
Infinita Inteligência que criou a mesma alma, e determinou todas as condições
sob as quais seu caráter foi formado e suas atividades exercidas.
Deus nos abençoe!
A.A.Hodge (1823-1886).
*Confissão de Fé de
Westminster Comentada, Editora Os Puritanos.
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