"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



segunda-feira, 22 de abril de 2024

“SE POSSÍVEL, QUANTO DEPENDER DE VÓS”


“SE POSSÍVEL, QUANTO DEPENDER DE VÓS”

“Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens” (Rm  12.18).

A paz de espírito e uma vida bem ordenada, que nos granjeiem a admiração de todos, não são dotes comuns numa pessoa cristã. Se porventura nos devotarmos a esta aquisição, seremos dotados não só da mais excelente integridade, mas também do mais excelente espírito de cortesia e da mais doce natureza. E assim conquistaremos não só o que é justo e bom, mas também provocaremos a transformação dos corações dos incrédulos.

Entretanto, duas palavras devem ser aqui pronunciadas como advertência. Que não nos esforcemos por conquistar o favor humano de maneira tal que nos esquivemos de incorrer no ódio de alguém por amor a Cristo, como às vezes se faz necessário. Naturalmente existem alguns que, ainda que mereçam a admiração universal em razão de suas maneiras excelentes e paz de espírito, não obstante são odiados até mesmo por seus familiares mais íntimos por causa do evangelho. A segunda precaução consiste em que essas excelentes qualidades não devem degenerar-se em excessiva condescendência, e assim, em nome da preservação da paz, transigimos excessivamente os pecados dos homens. Visto, pois, que nem sempre nos é possível manter a paz com todos os homens, ele adicionou duas frases exceptivas: se possível e quanto depender de vós. Teremos que determinar qual exceção é a base do dever requerido pela piedade e pelo amor, para que não venhamos a violar a paz, a não ser que sejamos compelidos por uma ou outras dessas duas causas. É conveniente que toleremos muito, perdoemos as ofensas e voluntariamente suportemos o extremo rigor da lei por amor à paz, contanto que estejamos preparados para a luta corajosamente, como as vezes nos é requerido. Os soldados de Cristo não podem gozar de perene paz com o mundo, porquanto este é governado por Satanás.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário. 

“AMAI-VOS CORDIALMENTE”


“AMAI-VOS CORDIALMENTE”

“Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Rm 12.10).

Não há palavras suficientemente eloquentes com as quais o apóstolo Paulo pudesse expressar o ardor daquela afeição que deve impulsionar-nos ao amor recíproco. Ele se refere a esse ensinamento como sendo amor fraternal, e diz que o mesmo produz uma afeição muitíssimo cândida, significando aquele amoroso respeito que existe no seio da família. Este, sem dúvida, deve ser o tipo de amor que conferimos aos filhos de Deus. Com este propósito em vista, Paulo adiciona um preceito que é de extrema necessidade caso o bem deva triunfar, ou seja: que cada um deve preferir a seus irmãos em honra. Não há veneno mais letal para arrefecer as afeições do que alguém imaginar-se desprezado. Não questiono muito se vocês preferem entender esta honra no sentido de toda sorte de bondade, mas prefiro a primeira interpretação. Como não há nada mais contrário à harmonia fraternal do que o desdém que nasce do orgulho, quando alguém tem os demais em menos estima do que ele próprio, assim a modéstia, pela qual cada um traz honra aos demais, nutre muito mais o amor.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário. 

“O AMOR SEJA SEM HIPOCRISIA”


O AMOR SEJA SEM HIPOCRISIA”

“O amor seja sem hipocrisia. Detestai o que é mau, apegando-vos ao que é bom” Rm 12.9).

Propondo agora dirigir nossa atenção para os deveres particulares, o apóstolo Paulo começa apropriadamente com o amor, o qual é o vínculo da perfeição (Cl 3.14). Nesse respeito, ele prescreve o princípio muitíssimo necessário de que toda e qualquer dissimulação deve ser de todo desfeita, e que o amor deve proceder de uma sinceridade pura do espírito. É algo difícil de se expressar quão engenhosos quase todos os homens são em dissimular um amor que na verdade não existe neles. Ao tentarem persuadir-nos de que possuem um verdadeiro amor por aqueles a quem não só negligenciam, mas na verdade também rejeitam, estão enganando não só aos demais, mas também a si próprios. Portanto, ele declara, aqui, que o único amor que merece o nome é aquele que se acha isento de toda e qualquer dissimulação. Qualquer pessoa pode facilmente julgar se porventura possui algo nos recessos de seu coração que seja contrário ao amor. As palavras mau e bom, que vêm imediatamente no texto, não têm um sentido geral. Mau significa aquilo que é injusto e malicioso, que causa ofensa aos homens; e bom é a bondade que os assiste. É uma antítese muito comum nas Escrituras proibir primeiro os pecados, e recomendar em seguida as virtudes contrárias. E quando Paulo diz “detestai o que é mau”, na minha opinião ele deseja expressar algo mais, e a força do termo, “desviai-vos ou fugi corresponde melhor à clausula oposta, onde ele nos convida não só a diligenciarmo-nos na prática do que é bom, mas também prosseguirmos nesta conduta.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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sexta-feira, 19 de abril de 2024

"FAÇAMOS O HOMEM À NOSSA IMAGEM, CONFORME A NOSSA SEMELHANÇA"

"FAÇAMOS O HOMEM À NOSSA IMAGEM, CONFORME A NOSSA SEMELHANÇA"

“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1:26,27).

“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8.29).

Jesus Cristo é a exata expressão do ser de Deus (Hb 1.3), e o amor é a primeira de suas características mais apreciáveis. Sermos criados à sua imagem, conforme a sua semelhança, amar como ele nos amou é o que melhor nos caracteriza como filhos de Deus. Devemos amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos; devemos amar até mesmo os nossos inimigos, pois Deus nos amou quando ainda éramos seus inimigos (Rm 5.8-11). Se Deus nos tratasse no estrito exercício da sua justiça, nós seríamos todos condenados à morte eterna. Mas Deus nos amou, ele executou a sua justiça em seu próprio Filho, "para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus" (Rm 3.26).

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).

*Notem alguns versículos demonstrando a importância do amor como característica dos filhos de Deus.

“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba” (1Co 13.4-8).

“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor” (1Co 13.13).

“Acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3.14).

“Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mt 22.38-40).

“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; Mas eu digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem” (Mt 5.43,44).

Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos outros; não segundo Caim, que era do Maligno e assassinou a seu irmão; e por que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas” (1Jo 3.11,12).

“Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si. Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1Jo 3.14-16).

Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado” (1João 4.7-12).

“E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele. Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão” (1Jo 4.16.21).

O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Rm 12.9,10).

“Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados” (1Pe 4.8).

“Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço” (João 15.9,10).

E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo, cheios do fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus” (Fp 1.9-11).

Deus nos abençoe!

Pr. José Rodrigues Filho

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terça-feira, 16 de abril de 2024

“GIDEÃO, BARAQUE, SANSÃO E JEFTÉ”


GIDEÃO, BARAQUE, SANSÃO E JEFTÉ”

“E que mais direi? Certamente, me faltará o tempo necessário para referir o que há a respeito de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté” (Hb 11.32).

Como era de se temer que ao referir só a uns poucos exemplos, o escritor de Hebreus parecesse estar limitando as maravilhas da fé a umas poucas pessoas, ele se antecipa e diz que não concluiria se quisesse deter-se em cada exemplo, visto que, as descrever uns poucos, ele está a referir-se a toda a Igreja de Deus. Antes, ele fala do período que transcorreu entre Josué e Davi, quando o Senhor levantou os juízes para governarem o povo, tais como os quatro que menciona: Gideão, Baraque Sansão e Jefté. Certamente era algo estapafúrdio que Gideão, com trezentos homens, atacasse o imenso exército de seus inimigos; e ao esmagar os cântaros com suas mãos, parecia mais brincadeira de crianças. Baraque estava longe de equiparar-se a seus inimigos, e foi governado pelo conselho de uma mulher singular. Sansão era um camponês que não recebera nenhum treinamento para o uso de quaisquer armas, a não ser os implementos agrícolas; o que poderia ele fazer contra conquistadores tão experimentados, por cujo poder todo o povo havia subjugado? Quem, a princípio, não haveria condenado os feitos de Jefté como sendo temerários, quando declarou que seria o vingador de seu povo, cuja esperança já se esboroara? Visto que todos esses tomaram a Deus como seu Guia, e sendo encorajados por sua promessa empreenderam uma tarefa que lhes fora ordenada, foram honrados com a evidência do Espírito Santo. Tudo quanto fizeram, e que era digno de louvor, o apóstolo atribuiu à fé, ainda que não houve entre eles nenhum cuja fé não haja fraquejado. Gideão foi mais lento em empunhar as armas do que deveria ter sido, e só com muita dificuldade aventurou-se a confiar-se a Deus. Baraque hesitou no início, de modo que quase precisou ser compelido pelas censuras de Débora. Sansão caiu vítima dos fascínios de sua amante e inconsideradamente atraiçoou sua própria segurança e a de todo o seu povo. Jefté, precipitando-se em fazer um voto tolo, e foi hiperobstinado em pô-lo em vias de fato, e desse modo consorciou uma admirável vitória com a morte de sua própria filha. Em todos os santos sempre haverá de encontrar-se algo repreensível. Não obstante, ainda que a fé seja imperfeita e incompleta, ela não cessa de ser aprovada por Deus. Não há razão, pois, para que os erros sob os quais laboramos nos derrotem, ou nos desencorajem, contanto que pela fé sigamos adiante no curso de nosso chamamento.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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quinta-feira, 11 de abril de 2024

“CHEIO DO ESPÍRITO”: Diferença entre Atos 2.4 e Efésios 5.18


“CHEIO DO ESPÍRITO”: Diferença entre Atos 2.4 e Efésios 5.18

“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem” (At 2.4). “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).

Em Atos capítulo 1 versículo 5, lemos que o nosso Senhor disse aos discípulos que eles seriam “batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias”. Então, em Atos 2, obtemos o cumprimento desta promessa. O interessante é que Atos 2, onde nos é dado um relato de como os primeiros discípulos e apóstolos foram batizados com o Espírito Santo, o termo “batismo” não é usado; somos informados que “todos foram cheios do Espírito Santo”, e esse é o termo que geralmente é usado depois.

Isso tende a levar à confusão – as pessoas chegam à conclusão de que, toda vez que você se deparar com a frase “cheio do Espírito”, necessariamente terá que significar exatamente a mesma coisa. E é assim que muitas pessoas ficam totalmente confusas com o que lemos em Efésios 5.18: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”. Agora veja isto, os discípulos ficaram cheios do Espírito no Dia de Pentecostes. Assim, essas pessoas tendem a cair no erro e na confusão de imaginar que essas coisas são idênticas.

O problema aqui é uma falha de entender o ensino do Novo Testamento sobre a obra e o modo de operação do Espírito Santo. Ele cumpre várias funções; elas incluem convicção e, particularmente, a regeneração. Mas ele também faz o trabalho de nos santificar: é o Espírito quem nos santifica através da verdade. Além disso, ele tem um grande papel nos assuntos da segurança, da certeza e, com isso do testemunho, do testificar, do mistério e da obra. Ora, as funções do Espírito Santo devem ser diferenciadas, caso contrário, haverá confusão interminável.

Assim, parece-me (e sempre foi reconhecido pelos grandes tratamentos clássicos deste assunto na doutrina da pessoa e da obra do Espírito Santo) que seu trabalho pode ser dividido da seguinte forma: sua obra regular e sua obra excepcional – ou se você preferir em uma linguagem diferente, sua obra indireta e sua obra direta.

Agora esta divisão na obra e operação do Espírito Santo é de grande importância. Talvez eu possa ilustrar isso de novo para você falando sobre avivamentos religiosos. O Espírito Santo está na igreja hoje e ele faz uma obra regular nela, embora estes sejam os dias das pequenas coisas. Mas não devemos desprezar esses dias porque, afinal de contas, o que está acontecendo é a obra do Espírito Santo. É isso que quero dizer com sua obra regular. Mas no momento em que você começa a ver os avivamentos religiosos, notamos que estes se sobressaem na história da igreja. Eles ainda são a obra do Espírito Santo, ele é ainda o operador, mas agindo de uma maneira excepcional e incomum.

Ou, considerando minha outra classificação, que é, talvez, para nosso propósito imediato, a mais importante das duas – o Espírito Santo normalmente trabalha através de meios. É isso que tenho em mente quando digo que sua obra é “indireta”. É o Espírito Santo quem nos deu a Palavra, e seu ministério regular, seu trabalho ordinário (se alguém pode usar tal termo em relação ao Espírito Santo) é lidar conosco através das Escrituras. Ele ilumina a mente, nos dá compreensão, abre as Escrituras para nós, usa o mestre ou o pregador, e assim por diante. Agora, mesmo que essa obra seja mais ou menos indireta, é simples e claro – esse é o centro de toda essa doutrina do batismo com o Espírito Santo – que o Espírito também trabalha e opera de maneira direta.

Eu quero tentar mostrar-lhes, portanto, que a maneira de evitar esta confusão de assumir que cada vez que você encontrar a expressão “cheio do Espírito” significa exatamente a mesma coisa, é observar o contexto e ver o que o escritor está falando. Em Efésios 5.18, como eu quero mostrar a você, ele está lidando com a santificação, e isso é mais ou menos sua obra regular, e, portanto, não tem nada a ver diretamente com toda essa questão de ser capaz de definir o que se entende por batismo com o Espírito Santo. Eu quero sugerir que um homem pode ser cheio do Espírito de maneira regular, nos termos de Efésios 5.18, e ainda não ser batizado com o Espírito de forma excepcional, direta e incomum, como vemos em Atos 2.

Deus nos abençoe!

Pr. Martyn Lloyd-Jones

*Extraído do livro “O batismo e os dons do Espírito: Poder e renovação segundo as Escrituras” –  Carisma Editora.

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sexta-feira, 5 de abril de 2024

“PAZ SEJA CONVOSCO!”

“PAZ SEJA CONVOSCO!”

“Falavam ainda estas coisas quando Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “Paz seja convosco!” (Lc 24.36).

Repentinamente, Jesus apareceu entre os discípulos e disse: “Paz seja convosco!” Esta foi uma palavra maravilhosa, quando pensamos quem foram os homens que as ouviram. Foram dirigidas aos discípulos que três dias antes haviam abandonado seu Senhor. Eles quebraram promessas e esquecido sua confissão de estarem prontos para morrer por causa de sua fé. Todos eles se mostraram medrosos e covardes. Mas, assim mesmo, vejam a maneira como o Senhor os reencontrou. Ele não veio com palavra de reprovação ou qualquer censura. Com calma e tranquilidade, o Senhor Jesus apareceu entre eles e começou a falar-lhes sobre paz: “Paz seja convosco!”

Estamos diante de mais uma prova do amor que “excede todo o entendimento”. Cristo Jesus está mais disposto a perdoar do que os homens a serem perdoados e mais disposto a conceder perdão do que os homens em recebê-lo. No coração do “Bom Pastor” existe infinita misericórdia. Onde está o desgarrado que, embora esteja muito distante de Deus, precise ter receio de retornar? O Senhor Jesus está pronto a restaurar e levantar o pior dos pecadores. Onde encontramos o crente professo que não deva ser perdoador para com seus irmãos? Os discípulos do “Príncipe da Paz”, cujas palavras foram tão cheias de paz, devem ser pacificadores e dispostos a perdoar uns aos outros.

“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos” (Cl 3.12-15).

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

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segunda-feira, 1 de abril de 2024