“O CUMPRIMENTO DE TODAS AS PROFECIAS”
“E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado” (Jo 19.30).
1. Aqui vemos
efetuado o cumprimento de todas as profecias que foram escritas sobre Jesus antes
que viesse a morrer.
Esse é o
pensamento imediato do contexto: “Quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado”
(Jo 19.30). Séculos antes, os profetas de Deus tinham descrito passo a passo a
humilhação e o sofrimento por que o Salvador vindouro deveria passar. Uma por
uma das profecias haviam sido cumpridas, maravilhosamente cumpridas, cumpridas ao
pé da letra. Havia profecia que declarava que ele deveria vir da “semente da
mulher” (Gn 3.15); então, ele veio “nascido de mulher” (Gl 4.4).
Havia profecia que anunciava que sua mãe seria uma “virgem” (Is 7.14); então
foi ela literalmente cumprida (Mt 1.18). Havia profecia que revelava que ele
deveria ser da semente de Abraão (Gn 22.18); então, observe seu cumprimento (Mt
1.1). Havia profecia que fazia saber que ele deveria ser da linhagem de Davi
(2Sm 7.12,13); então tal se deu em realidade (Rm 1.3).
Havia profecia
que dizia que ele receberia seu nome antes de nascer (Is 49.1); então assim
se sucedeu (Lc 1.30,31). Havia profecia que previa que ele deveria nascer em Belém
de Judá (Mq 5.2); observe então como essa aldeia mesma foi de fato sua terra natal.
Havia profecia que alertava de antemão que seu nascimento acarretaria desgosto para
outros (Jr 31.15); então, contemple seu trágico cumprimento (Mt 2.16-18). Havia
profecia que mostrava com antecedência que o Messias deveria aparecer antes que
o cetro da ascendência de Judá sobre as demais tribos tivesse dela partido (Gn
49.10); então assim foi, pois ainda que as dez tribos estivessem cativas, Judá
ainda estava na terra na época de seu advento. Havia profecia que aludia à fuga
para o Egito e ao subseqüente retorno para a Palestina (Os 11.1 e cf. Is
49.3,6); então, assim aconteceu (Mt 2.14,15). Havia profecia que fazia menção
de um que viria antes de Cristo para aprontar seu caminho (Ml 3.1); então, veja
seu cumprimento na pessoa de João Batista. Havia profecia que dava a conhecer
que no aparecimento do Messias “os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos
dos surdos se abrirão. Então os coxos saltarão como cervos, e a língua dos
mudos cantará” (Is 35.5,6); então, leia os quatro evangelhos e veja de quão bendita
maneira isso se provou verdadeiro. Havia profecia que falava dele como “pobre e
necessitado” (Sl 40.17); então, contemple-o não tendo onde reclinar a cabeça.
Havia profecia que sugeria que ele falaria em “parábolas” (Sl 78.2); então tal
foi amiúde seu método de ensino. Havia profecia que o representava acalmando a
tempestade (Sl 107.29); então, isso foi exatamente o que ele fez. Havia
profecia que proclamava sua “entrada triunfal” em Jerusalém (Zc 9.9): então assim
se sucedeu.
Havia profecia
que anunciava que sua pessoa deveria ser desprezada (Is 53.3); que ele deveria
ser rejeitado pelos judeus (Is 8.14); que ele deveria ser aborrecido “sem
causa” (Sl 69.4); então, é triste dizê-lo, tal foi precisamente o caso. Havia
profecia que pintava o quadro inteiro de sua degradação e crucificação — então,
foi ele vividamente reproduzido. Houvera a traição por um amigo íntimo, a
deserção por seus queridos discípulos, o ser levado ao matadouro, o ser levado
a julgamento, o aparecimento de falsas testemunhas contra si, a recusa de sua
parte de se defender, a demonstração de sua inocência, a condenação injusta, a
pena de morte sentenciada sobre si, o traspassamento literal de suas mãos e
pés, o ser contado entre os transgressores, a zombaria da multidão, o lançar
sortes sobre suas vestes — tudo predito séculos antes, e tudo cumprido ao pé da
letra. A última profecia de todas que ainda restava antes de encomendar seu
espírito às mãos do Pai tinha agora sido cumprida. Ele clamou, “Tenho sede”, e
após o oferecimento de vinagre e fel tudo estava agora “concluído”; e, quando o
Senhor Jesus reviu o inteiro escopo da palavra profética e viu sua completa realização,
ele bradou, “Está consumado”!
Somente nos
resta assinalar que, enquanto houve um grupo todo de profecias que tinha de se
dar no primeiro advento do Salvador, assim também há um outro que tem de
acontecer em seu segundo advento — o último, tão definido, pessoal e completo
em seu escopo quanto o primeiro. Assim como vemos o real cumprimento daquelas
que tinham de ocorrer em sua primeira vinda à terra, também podemos aguardar
com absoluta confiança e segurança o cumprimento daquelas que terão lugar em
sua segunda vinda. E, como vimos que o primeiro grupo de profecias foi cumprido
literal, real e pessoalmente, também devemos esperar que o último o
seja. Admitir o cumprimento literal do primeiro, e então procurar
espiritualizar e simbolizar o último, é não apenas grosseiramente inconsistente
e ilógico, mas altamente pernicioso para nós e profundamente desonroso a Deus e
à sua palavra.
Deus nos abençoe!
Arthur W. Pink (1886-1952).
*Faça-nos uma oferta (Pix 083.620.762-91).
*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba(PR).
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