“REFRIGERA-ME A ALMA”
“Refrigera-me
a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome” (Sl 23.3).
Visto ser o
dever de um bom pastor nutrir suas ovelhas, e quando adoecem ou se enfraquecem,
assisti-las e defendê-las, Davi declara que essa era a forma em que ele era
tratado por Deus. A restauração da alma , segundo nossa tradução, ou a
conversão da alma, segundo literalmente traduzido, contém a mesma essência
que dizer: tornar-se novo, ou restabelecido, como já ficou
afirmado no Salmo 19, versículo 7. “A lei do Senhor é perfeita e restaura a
alma”. Por veredas da justiça ele
quer dizer veredas acessíveis e planas? Visto que ainda prossegue com
sua metáfora, seria fora de propósito entender isso como uma referência à
direção do Espírito. Ele afirmara um pouco antes que Deus liberalmente o supre
com tudo quando se requer para a manutenção da presente vida, e agora
acrescenta que é defendido por ele de toda preocupação. O equivalente do que se
diz aqui é o seguinte: Deus em nenhum aspecto deixa carente o seu povo, visto
que o sustenta com seu poder, o revigora e o vivifica, e desvia dele tudo
quanto é prejudicial, para que ele possa andar por veredas confortáveis, planas
e em retidão. Entretanto, para que não lhe fosse atribuído nada propriamente
digno ou meritório, Davi apresenta a bondade de Deus como sendo a causa de tão
grande liberalidade, declarando que Deus lhe havia concedido todas as coisas
por amor de seu próprio nome. Certamente, ao escolher-nos para que fôssemos
suas ovelhas, e ao executar em nosso favor as funções de um pastor, tal coisa se
constitui numa bênção que procede inteiramente de sua livre e soberana benevolência.
Deus nos
abençoe!
João Calvino (1509-1564).
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