"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



domingo, 14 de setembro de 2025

“NELE, O NOSSO CORAÇÃO SE ALEGRA”


“NELE, O NOSSO CORAÇÃO SE ALEGRA”

“Nossa alma espera no SENHOR, nosso auxílio e escudo. Nele, o nosso coração se alegra, pois confiamos no seu santo nome. Seja sobre nós, SENHOR, a tua misericórdia, como de ti esperamos” (Sl 33.20-22).

O que o salmista até aqui falou concernente à providência de Deus, e particularmente sobre a fiel tutela com que ele protege seu povo, agora ele fala não tanto de si próprio, mas como porta-voz do Espírito Santo. Portanto, em nome de toda a Igreja, ele entoa seu cântico declarando que não existe nada melhor que confiar nosso bem-estar a Deus. E assim vemos que o fruto da doutrina precedente é manifesto a todos os verdadeiros crentes, para que, sem qualquer hesitação, se lancem com seu coração confiante e alegre sobre o paternal cuida do de Deus. Desta forma, o salmista não declara nada acerca de si próprio em particular, mas une a si todos os piedosos no reconhecimento da mesma fé.

Nele, o nosso coração se alegra. Com toda certeza Deus será sempre nossa alegria; com toda certeza seu santo nome será como uma inexpugnável fortaleza para nosso refúgio. Não é só por isso que os crentes continuam perseverantemente a invocar a Deus, mas porque, satisfeitos com o favor divino, sempre contam com este conforto em meio às suas dores e tristezas, o qual é suficiente para manter sua alegria. Portanto, é com razão que os crentes afirmam, em primeira instância, que seus corações se regozijam no Senhor; porque, livres dos devaneios procedentes das fascinações do mundo, nem vacilam nem hesitam em cada mudança que sofrem em sua jornada, mas depositam toda a felicidade de sua vida no desfruto do gracioso e paternal cuidado de Deus.

Seja sobre nós, ó SENHOR, a tua misericórdia. Finalmente, o Salmo termina com uma oração, a qual o servo do Senhor oferece em nome de todos os piedosos, dizendo que Deus os fará sentir os efeitos provindos do fato de não terem em vão confiado na divina benevolência. Entrementes, o Espírito, ao ditar-nos esta regra de oração através dos lábios do profeta, nos ensina que a porta da divina graça nos estará aberta completamente, quando a salvação não for buscada nem esperada de alguma outra fonte. Esta passagem nos fornece outra mui doce consolação, a saber: se nossa esperança não desmaiar em meio a nossa trajetória, então não teremos qualquer razão de recear que Deus venha a fraquejar, deixando de usar de misericórdia para conosco, sem qualquer interrupção, perenemente.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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sexta-feira, 12 de setembro de 2025

“UMA DISCUSSÃO SOBRE QUAL DELES SERIA O MAIOR”


“UMA DISCUSSÃO SOBRE QUAL DELES SERIA O MAIOR”

“Levantou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior. Mas Jesus, sabendo o que se lhes passava no coração, tomou uma criança, colocou-a junto a si e lhes disse: Quem receber esta criança em meu nome a mim me recebe; e quem receber a mim recebe aquele que me enviou; porque aquele que entre vós for o menor de todos, esse é que é grande” (Lc 9.46-48).

Estes versículos contêm uma importante advertência, dirigida contra um erro comum encontrado na igreja de Cristo. Aquele que a proferiu conhecia muito bem o coração humano. Teria sido bom para a igreja, se a palavra de Cristo nesta passagem tivesse recebido mais atenção.

O Senhor Jesus nos advertiu contra o orgulho e a presunção. Somos informados que “entre os discípulos levantou-se uma discussão sobre qual deles seria o maior”. Embora isto pareça surpreendente, este pequeno grupo de pescadores e publicanos não estava isento da praga de um espírito ambicioso e egoísta. Com seus corações transbordando a falsa ideia de que o reino de Cristo se manifestaria imediatamente, estavam dispostos a contender no que se referia a seus lugares e precedência no reino. Cada um deles reivindicava ser o maior. Todos imaginavam seus inquestionáveis méritos e direitos à honra. Cada um pensava que, não importando o lugar que os outros receberiam, uma posição de destaque lhe deveria ser confiada. E tudo isto aconteceu entre os próprios apóstolos de Cristo e sob a influência de seu esplendoroso ensino. Assim é o coração do homem.

De todos os pecados, o orgulho é aquele contra o qual precisamos sempre orar e estar vigilantes. Nenhum outro pecado se acha tão enraizado em nossa natureza. Suas raízes nunca são destruídas completamente. Estão sempre prontas a brotar, em qualquer momento, manifestando perniciosa vitalidade. Nenhum outro pecado é tão ilusório e enganador. Pode emboscar os corações daqueles que têm pouca instrução, dos que não possuem grandes talentos e dos pobres, mas também pode cativar a mente de pessoas importantes, dos estudiosos e dos ricos. Este é um ditado simples, porém bastante verdadeiro: “Nenhum ídolo tem recebido tanta adoração quanto o “eu”.

A súplica por humildade e um espírito de criança deve sempre fazer parte de nossas orações diárias. De todas as criaturas, nenhuma outra possui tão pouco direito para se orgulhar quanto o homem; e, de todos os homens, os crentes devem ser os mais humildes. Realmente confessamos todos os dias que somos pecadores miseráveis e devedores à misericórdia e à graça de Deus? Seguimos a Jesus, que era “manso e humilde de coração” e que a “si mesmo se esvaziou”, por amor à nossa alma? Então, deve haver em nós o mesmo sentimento que havia em Cristo Jesus. Rejeitemos todos os pensamentos elevados e presunções. Em humildade de espírito, consideremos os outros superiores a nós mesmo. Estejamos prontos para, em todas as ocasiões, assumir o lugar mais insignificante. E as palavras de nosso Senhor devem ecoar sempre em nossos ouvidos: “Aquele que entre vós for o menor de todos, esse é que é grande”.

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

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quarta-feira, 10 de setembro de 2025

“QUEM NÃO RECEBER O REINO DE DEUS COMO UMA CRIANÇA”


“QUEM NÃO RECEBER O REINO DE DEUS COMO UMA CRIANÇA”

“Traziam-lhe também as crianças, para que as tocasse; e os discípulos, vendo, os repreendiam. Jesus, porém, chamando-as para junto de si, ordenou: Deixai vir a mim os pequeninos e não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira alguma entrará nele” (Lc 18.15-17).

Devemos perceber nesta passagem como as pessoas são propensas a tratar com muita ignorância as crianças nas coisas referentes à alma. Somos informados que alguns traziam a Jesus “as crianças, para que as tocasse; e os discípulos, vendo, os repreendiam”, mas ouviram de nosso Senhor a solene repreensão: “Deixai vir a mim os pequeninos e não os embaraceis”.

Talvez em poucos assuntos encontraremos ideias tão divergentes nas igrejas quanto ao assunto da alma de uma criança. Alguns pensam que as crianças devem ser batizadas e que, se morrerem antes de serem batizadas, elas não serão salvas. Outros pensam que as crianças não devem ser batizadas, mas não oferecem uma explicação satisfatória para tal ponto de vista. Alguns pensam que todas as crianças são regeneradas por meio de seu batismo. Outros pensam que as crianças são incapazes de receber a graça divina e, portanto, não devem ser arroladas como membros da igreja até que cresçam. Alguns pensam que as crianças naturalmente são inocentes e não praticarão qualquer impiedade, a menos que a tenham aprendido com outros. Alguns imaginam que não há proveito em esperar que as crianças se convertam quando muito novas; portanto, devemos esperar até que alcancem a idade do discernimento. Todas as opiniões citadas precisam ser rejeitadas, por levarem a muitos enganos.

Agiremos corretamente se nos apegarmos a alguns firmes princípios das Escrituras sobre a condição espiritual da criança. Fazer isso nos poupará de muita perplexidade e nos preservará de graves erros doutrinários.

Tanto nesta passagem quanto em outras das Escrituras, existem provas claras de que Cristo se interessa por elas, na mesma intensidade com que se interessa pelos adultos. A alma de uma criança é capaz de receber a graça divina. Não existe nada, em toda a Bíblia ou na experiência humana, que nos faça pensar que as crianças não podem receber o Espírito Santo e serem justificadas, mesmo na infância. A mente da criança é igual à do adulto para receber ensinos espirituais. A prontidão com que suas mentes recebem a doutrina do evangelho e suas consciências respondem a essas doutrinas é bem conhecida por todos os que ensinam as coisas espirituais.

A posição das crianças diante de Deus é declarada por nosso Senhor Jesus: “Dos tais é o reino de Deus”. E mais, “Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira alguma entrará nele”. Os santos de Deus devem esforçar-se para viver “como uma criança”. A sua fé simples, sua despreocupação para com as coisas do mundo, sua comparativa humildade, seu caráter inofensivo e sua falta de malícia. Feliz é aquela pessoa que pode se aproximar de Cristo e das Escrituras com o mesmo espírito de uma criança.

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

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terça-feira, 9 de setembro de 2025

“DOS TAIS É O REINO DOS CÉUS”


“DOS TAIS É O REINO DOS CÉUS”

“Trouxeram-lhe, então, algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse; mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus. E, tendo-lhes imposto as mãos, retirou-se dali” (Mt 19.13-15).

No que concerne às criancinhas, encontramos nosso Senhor Jesus a instruir-nos, nestes versículos, mediante a palavra e a ação, mediante o preceito e o exemplo. “Trouxeram-lhe, então, algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse”. Evidentemente, eram crianças bem pequenas, pequenas demais para receberem qualquer instrução, embora não pequenas demais para serem beneficiadas pela oração em favor delas. Os discípulos, entretanto, parecem ter pensado que o Senhor nunca se rebaixaria a dar atenção àquelas criancinhas, e repreenderam os adultos que as tinham trazido. Todavia, isso provocou uma extraordinária declaração da parte do grande Cabeça da Igreja: “Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus”.

Há algo de interessantíssimo, tanto na linguagem quanto nos atos de Jesus, nessa oportunidade. Reconhecemos a fraqueza e a debilidade, física e mental, das crianças pequeninas. De todas as criaturas que nascem nesse mundo, nenhuma é tão impotente e dependente como um bebê humano. Sabemos quem era Aquele que deu tanta atenção aos infantes, tendo encontrado tempo suficiente, em seu ativo ministério entre os homens e mulheres adultos, para orar em favor daquelas crianças, impondo-lhes “as mãos”. Esse Alguém é o próprio Filho de Deus, o grande Sumo Sacerdote, o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, por intermédio de quem todas as coisas vieram à existência, “o resplendor da glória e a expressão exata” do ser de Deus Pai.

Entendamos que, embora tão pequeninas, as crianças não estão abaixo dos pensamentos e atenção do nosso Senhor Jesus. O seu poderoso coração reserva um lugar para o bebezinho, em seu braço, tanto quanto para o monarca, em seu trono. Ele considera que cada criancinha traz, potencialmente, em seu corpinho, um princípio imortal. Ora, dispondo de uma palavra como esta, diante de nós, sem dúvida podemos esperar a salvação de todos aqueles que morrem na infância. “...porque dos tais é o reino dos céus”.

Por fim, familiarize as crianças com a Palavra de Deus, assim que elas puderem compreender qualquer coisa. Oremos por elas com imposição de mãos, e também oremos juntamente com elas, ensinando-as a orarem por si mesmas. Podemos ter a certeza de que nosso Senhor contemplará com grande satisfação tais esforços da nossa parte, e que Ele haverá de abençoar as criancinhas. Feliz é a igreja local cujas crianças recebem tanta atenção quanto os adultos em plena comunhão.

 “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22.6).

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

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sexta-feira, 5 de setembro de 2025

“GERAÇÃO A GERAÇÃO LOUVARÁ AS TUAS OBRAS”


“GERAÇÃO A GERAÇÃO LOUVARÁ AS TUAS OBRAS”

“Grande é o SENHOR e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável. Geração a geração louvará as tuas obras e anunciará a outra geração os teus poderosos feitos. Meditarei no glorioso esplendor da tua majestade e nas tuas maravilhas” (145.4,5).

O salmista Davi é levado a celebrar os louvores de Deus, ao refletir sobre a excelência de sua sabedoria, bondade e justiça, tanto no governo do mundo, em geral, como particularmente na administração, supervisão e defesa dos filhos dos homens. Depois de recordar os louvores da providência de Deus, ele passa a falar sobre o favor especial demonstrado por Ele a seu próprio povo.

Geração a geração. O salmista insiste na verdade geral de que todos os homens foram feitos e são preservados em vida para este fim: dedicarem-se ao louvor de Deus. Há um contraste implícito entre o nome eterno de Deus e a imortalidade de fama que os grandes homens parecem adquirir por suas proezas. As excelências humanas são enaltecidas em histórias. Com Deus ocorre algo diferente, pois não há sequer um dia em que Ele não renove a lembrança de suas obras, nutrindo-a por meio de algum efeito presente, a ponto de preservá-la indelevelmente viva em nossa mente. Pela mesma razão, Davi fala a respeito do glorioso esplendor ou beleza de excelência de Deus, a fim de despertar, ainda mais, em outros, a admiração dessa excelência. Creio que a expressão as palavras de suas maravilhosas obras aludem ao método incompreensível das obras de Deus, pois os prodígios são tantos, que esmagam nossos sensos. E podemos inferir disso que a grandeza de Deus não é aquela que se acha oculta em sua misteriosa essência, nem na disputa sutil por meio da qual, em negligência de suas obras, muitos merecem a acusação de meros tagarelas, pois a verdadeira religião demanda conhecimento prático, e não especulativo. Havendo dito que falaria de ou meditaria nas obras de Deus, ele transfere seu discurso para outros, sugerindo que no mundo sempre haverá alguns que declararão a justiça, a bondade e a sabedoria de Deus e que as excelências de Deus são dignas de ser proclamadas, com consenso universal, por toda língua. E, se outros desistissem e privassem a Deus da honra que Lhe é devida, o salmista declara que ele mesmo, no mínimo, cumpriria sua parte e, enquanto os outros mantinham silêncio, ele apresentará energicamente os louvores de Deus.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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“EXALTAR-TE-EI, Ó DEUS MEU E REI”


“EXALTAR-TE-EI, Ó DEUS MEU E REI”

“Exaltar-te-ei, ó Deus meu e Rei; bendirei o teu nome para todo o sempre. Todos os dias te bendirei e louvarei o teu nome para todo o sempre. Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável” (Sl 145:1-3).

Exaltar-te-ei, ó Deus meu e Rei. Davi não somente diz o que ele mesmo faria, mas também encoraja e insiste com todos os outros sobre o serviço religioso de oferecer a Deus os louvores devidos ao seu nome. O seu propósito em declarar que Deus é benigno para com os filhos dos homens é induzi-los a cultivarem gratidão piedosa. Ele insiste na necessidade de perseverar nesse exercício, pois, visto que Deus é constante em estender suas misericórdias, seria impróprio desistirmos de seus louvores. Como, desse modo, ele dá ao seu povo novo motivo para louvar a Deus, ele os estimula à gratidão e a exercitá-la durante todo o curso de sua vida. Ao usar o termo diariamente, ele denota perseverança no exercício. Em seguida, acrescenta que, se vivesse durante uma sucessão de eras, jamais cessaria de agir desta maneira. As repetições usadas tendem a enfatizar consideravelmente a sua linguagem. Visto ser provável que o Salmo foi escrito no tempo em que o reino de Davi estava em prosperidade, a circunstância merece nota, a saber: ao chamar a Deus de meu Rei, estava dando a si e aos demais príncipes terrenos o seu lugar apropriado, não admitindo que alguma distinção terrena interferisse na glória devida a Deus.

Isto se torna ainda mais claro no versículo seguinte, no qual, ao falar sobre a grandeza de Deus como imensurável, ele sugere que só louvamos a Deus corretamente quando nos enchemos e somos dominados por uma admiração extasiante da imensidão de seu poder. Essa admiração se tornará a fonte da qual procederão nossos justos louvores rendidos a Ele, de acordo com a medida de nossa capacidade.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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