"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



quinta-feira, 13 de novembro de 2025

“CUJOS NOMES SE ENCONTRAM NO LIVRO DA VIDA”


“CUJOS NOMES SE ENCONTRAM NO LIVRO DA VIDA”

“A ti, fiel companheiro de jugo, também peço que as auxilies, pois juntas se esforçaram comigo no evangelho, também com Clemente e com os demais cooperadores meus, cujos nomes se encontram no Livro da Vida” (Fp 4.3).

O livro da vida é o registro dos justos, os quais são predestinados para a vida, como nos escritos de Moisés [Ex 32.32]. Deus mantém consigo este registro guardado em segurança. Daí o livro nada mais ser do que seu eterno conselho, fixo em seu próprio seio. No lugar deste termo, Ezequiel emprega a expressão: “os registros da casa de Israel” [Ez 13.9]. Com o mesmo propósito, lemos no Salmo: “Sejam riscados do livro da vida, e não sejam inscritos com os justos” [SI 69.28]; isto é, que não constem no número dos eleitos de Deus, a quem ele recebe dentro dos limites de sua Igreja e de seu reino. Se alguém alegar que o apóstolo Paulo, assim, age temerariamente usurpando para si o direito de se pronunciar sobre os segredos de Deus, respondo que nós, em alguma medida, podemos julgar os sinais pelos quais Deus manifesta sua eleição, mas somente até onde admite nossa capacidade. Portanto, em todos aqueles em quem vemos se manifestarem as marcas da adoção, reconheçamos, por enquanto, que são filhos de Deus até que se abram os livros [Ap 2.12], os quais trarão a público plenamente todas as coisas. É verdade que a Deus somente pertence conhecer agora os que são seus [2Tm 2.19], e separar, pelo menos, as ovelhas dos cabritos [Mt 25.32]; no entanto, nossa parte é reconhecer, através da caridade, que são ovelhas todos quantos, em espírito de obediência, se submetem a Cristo como seu Pastor, que recorrem ao seu aprisco e aí permanecem continuamente. Nossa parte é dar extremo valor ao fruto e aos dons do Espírito Santo, os quais ele confere peculiarmente a seus eleitos, e que para nós serão os selos, por assim dizer, de uma eleição que nos é oculta.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba(PR). 

“SIM, DEVERAS CONSIDERO TUDO COMO PERDA”


“SIM, DEVERAS CONSIDERO TUDO COMO PERDA”

“Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé” (Fp 3.8,9).

O apóstolo Paulo enaltece o evangelho em oposição a todas as noções que tendem a nos distrair. Pois há muitas coisas que possuem aparência de excelência, mas o conhecimento de Cristo ultrapassa tudo mais, a um grau tal, por sua sublimidade, que, quando se faz uma comparação, nada existe que não seja desprezível. Portanto, aprendamos disto que [grande] valor devemos depositar no conhecimento de Cristo somente. Quanto ao fato de o chamar, meu Senhor, ele faz isso para expressar a intensidade de seu sentimento.

Por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo. Paulo diz mais do que fizera previamente; pelo menos, ele se expressa com mais precisão. É uma analogia tomada dos marinheiros que, quando se veem em perigo iminente de naufrágio, lançam tudo para fora, para que, sendo o navio aliviado, cheguem no porto em segurança. Paulo, pois, estava preparado a perder tudo que possuía, antes que ser privado de Cristo.

Pergunta-se, porém, se nos é necessário renunciar às riquezas, às honras, à nobreza de origem, e até mesmo à justiça externa, para que nos tornemos participantes de Cristo [Hb 3.14], pois todas essas coisas são dons de Deus, as quais, por si sós, não devem ser desprezadas. Respondo que o apóstolo aqui não fala tanto das coisas em si mesmas, quanto da qualidade delas. Claro, é verdade que o reino do céu se assemelha a uma pérola preciosa, por cuja aquisição ninguém hesitaria em vender tudo o que possui [Mt 13.46]. Não obstante, há certa diferença entre a substância das coisas e a qualidade. Paulo não achou necessário renegar a conexão com sua própria tribo e com a raça de Abraão, e tomar-se um alienado, a fim de se fazer cristão; mas sim renunciar à dependência dessa sua ascendência. Não era conveniente que, de casto ele viesse a ser incontinente; de sóbrio ele viesse a ser intemperante; e de respeitável e honrado viesse a ser dissoluto; senão que se despisse de uma falsa estima de sua justiça pessoal e a tratasse com desprezo. Nós também, quando tratamos da justiça da fé, não contendemos contra a substância das obras, e sim contra aquela qualidade com que os sofistas as investem, visto que contendem que os homens são justificados por elas. Paulo, pois, se despiu, não das obras, mas daquela equivocada confiança depositada nas obras, com que se ensoberbecia.

Quanto a riquezas e honras, assim que nos despimos de nosso apego a elas, então nos preparamos também para renunciar às próprias coisas, sempre que o Senhor demandar isto de nós, e assim suceder. Não é expressamente necessário que sejamos pobres a fim de podermos ser cristãos; mas, se ao Senhor aprouver que o sejamos, então devemos estar preparados a suportar a pobreza. Enfim, não é lícito aos cristãos possuir algo à parte de Cristo. Considero como à parte de Cristo tudo quanto se constitui em obstáculo à glória exclusiva e ao senhorio completo de Cristo sobre nós.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba(PR). 

“MAS O QUE, PARA MIM, ERA LUCRO”


“MAS O QUE, PARA MIM, ERA LUCRO”

“Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo” (Fp 3.7).

Ignorar a Cristo é a única razão por que nos ensoberbecemos com fútil confiança. Daí, onde quer que vejamos uma falsa estima da excelência pessoal de alguém, arrogância e orgulho, asseguremo-nos de que, aí, Cristo não é conhecido. Em contrapartida, tão logo Cristo se manifesta, todas aquelas coisas que outrora maravilhavam nossos olhos com um falso esplendor instantaneamente se desvanecem, ou, pelo menos, diminuem de valor. Consequentemente, aquelas coisas que tinham sido lucro para Paulo, quando ainda era cego, ou, melhor, que se pareceram com lucro, ele reconhece como perda, após ser iluminado. Por que perda? Porque eram obstáculos no caminho de sua aproximação a Cristo.

O que é mais nocivo do que aquilo que nos impede de nos achegarmos a Cristo? Ora, o apóstolo Paulo fala principalmente de sua justiça pessoal, porquanto não somos recebidos por Cristo, a não ser que sejamos despidos e esvaziados de nossa justiça pessoal. Consequentemente, Paulo reconhece que nada lhe era tão danoso quanto sua justiça pessoal, visto que foi por meio dela que ele ficou excluído de Cristo.

Considerei perda por causa de Cristo. Paulo, tendo dito que renunciava todos os obstáculos no intuito de ganhar a Cristo, enaltece o evangelho em oposição a todas as noções que tendem a nos distrair. Pois há muitas coisas que possuem aparência de excelência, mas o conhecimento de Cristo ultrapassa tudo mais, a um grau tal, por sua sublimidade, que, quando se faz uma comparação, nada existe que não seja desprezível. Portanto, aprendamos disto que [grande] valor devemos depositar no conhecimento de Cristo somente. Quanto ao fato de o chamar, meu Senhor, ele faz isso para expressar a intensidade de seu sentimento.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba(PR). 

“LOUVOR EM BLUES - VOL. 2”

“LOUVOR EM BLUES - VOL. 2”

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9).

Deus nos abençoe!

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

“ESTOU PLENAMENTE CERTO”


“ESTOU PLENAMENTE CERTO”

“Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).

O apóstolo Paulo não derivava esta confiança da firmeza e da excelência dos homens, mas simplesmente do fato de que Deus manifestara seu amor para com os filipenses. E, indubitavelmente, esta é a genuína maneira de reconhecer os benefícios divinos - quando derivamos deles ocasião de nutrir boas esperanças quanto ao futuro. Porque, como são tomados imediatamente por sua bondade, e por sua paternal benevolência para conosco, que ingratidão seria não derivar disto nenhuma confirmação de esperança e bom ânimo! Além disto, Deus não é como os homens a ponto de se cansar ou sentir-se exausto em conferir bondade. Portanto, que os crentes se exercitem em constante meditação sobre os favores que Deus confere, para que se animem e confirmem a esperança quanto ao futuro, e tenham sempre em sua mente este silogismo: Deus não se esquece da obra que suas próprias mãos começaram, como o profeta testifica [SI 138.8; Is 59.8]; nós somos a obra de suas mãos; portanto, ele completará o que já começou a fazer em nós. Quando digo que somos a obra de suas mãos, não me refiro à mera criação, mas à vocação pela qual somos adotados como seus filhos. Pois o fato de que o Senhor nos chamou eficazmente para si, pela operação de seu Espírito, é sinal da nossa eleição.

Não obstante, pergunta-se se alguém pode estar certo quanto à salvação de outra pessoa, porquanto aqui Paulo não está falando de si mesmo, e sim dos filipenses. Respondo que a certeza que um indivíduo tem com respeito à sua salvação pessoal é muito diferente da que ele tem em relação à das outras pessoas. Pois o Espírito de Deus é minha testemunha de que fui chamado, como o é também de cada um dos eleitos. Quanto aos outros, não temos nenhum testemunho, exceto o da eficácia externa do Espírito; ou, seja, até onde a graça de Deus se exibe neles, e até onde a percebemos. Portanto, há uma grande diferença porque a certeza de fé permanece encerrada no interior de cada um, e não se exterioriza aos demais. Não obstante, onde quer que notemos quaisquer das marcas da eleição divina, que porventura sejam notadas por nós, devemos imediatamente estimular-nos a nutrir boa esperança, seja para que não sejamos invejosos em relação aos nossos semelhantes, seja subtraindo deles um juízo equitativo de caridade; e, ainda, para que sejamos gratos a Deus. Não obstante, esta é uma regra geral, seja quanto a nós mesmos, seja quanto aos demais - que, desconfiando de nossa própria força, dependamos inteiramente só de Deus.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba(PR). 

domingo, 9 de novembro de 2025

“SALMOS CANTADOS - VOL. 1”

“SALMOS CANTADOS - VOL. 1”

“Responde-me quando clamo, ó Deus da minha justiça; na angústia, me tens aliviado; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4.1).

Deus nos abençoe!