"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

“EMOÇÕES E A DUREZA DE CORAÇÃO”


“EMOÇÕES E A DUREZA DE CORAÇÃO”

"Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto" (Hb 3.7).

Outra prova que a verdadeira religião se encontra nas emoções, é que as Escrituras muitas vezes chamam o pecado de "dureza de coração". Considerem os seguintes textos:

"Olhando-os ao redor, indignado e condoído com a dureza dos seus corações" (Mc 3:5).

"Oxalá ouvísseis hoje a Sua voz! Não endureçais o vosso coração, como em Meribá, como no dia de Massa, no deserto; quando vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, não obstante terem visto as minhas obras. Durante quarenta anos estive desgostado com essa geração, e disse: é povo de coração transviado." (Sl 95:7-10).

"O SENHOR, por que nos fazes desviar dos teus caminhos? Por que endureces o nosso coração, para que te não temamos?" (Is 63:17).

"Mas endureceu a sua cerviz, e tanto se obstinou no seu coração, que não voltou ao SENHOR, Deus de Israel" (2Cr 36:13).

Junto com esses textos, considerem também que as Escrituras descrevem a conversão como o tirar "da sua carne o coração de pedra", como o dar um "coração de carne" (Ez 11:19; 36:26).

Um coração duro é obviamente aquele que não é fácil de mover ou impressionar com as emoções espirituais. É como pedra - frio, insensível, sem sentimento para com Deus e a santidade. É o oposto de um coração de carne, o qual tem sentimento e pode ser tocado e movido. Segue-se, portanto, que santidade de coração consiste principalmente em emoções espirituais.

Deus nos abençoe!

Jonathan Edwards (1703-1758).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.

“EMOÇÕES E NOSSOS DEVERES RELIGIOSOS”


“EMOÇÕES E NOSSOS DEVERES RELIGIOSOS”

"Vinde, cantemos ao SENHOR, com júbilo, celebremos o Rochedo da nossa salvação. Saiamos ao seu encontro, com ações de graças, vitoriemo-lo com salmos. Porque o SENHOR é o Deus supremo e o grande Rei acima de todos os deuses” (Sl 95.1-3).

A importância das emoções espirituais podem ser vistas a partir dos deveres que Deus designou como expressões de culto.

Oração - Declaramos em oração as perfeições de Deus, Sua majestade, santidade, bondade e absoluta suficiência, nosso próprio vácuo e desmerecimento, nossas necessidades e desejos. Mas, por quê? Não para informar a Deus dessas coisas, pois Ele já as conhece, e certamente não para mudar Seus propósitos e persuadi-lo que deveria nos abençoar. Não, declaramos, porém estas coisas para mover e influenciar nossos próprios corações, e dessa forma nos preparamos para receber as bênçãos que pedimos.

Louvor - O dever de cantarmos louvores a Deus parece não ter outro propósito que o de excitar e expressar emoções espirituais. Podemos encontrar somente uma razão para que Deus ordenasse que nos manifestássemos a Ele tanto em poesia como em prosa, e em cântico como pela fala. A razão é esta: quando a verdade divina é expressa em poemas e cânticos, tem uma tendência maior a se imprimir em nós e mover nossas emoções.

Batismo e a Ceia do Senhor - O mesmo é verdadeiro com relação ao batismo e à Ceia do Senhor. Por natureza, as coisas físicas e visíveis nos influenciam muito. Assim, Deus não somente ordenou que ouvíssemos o evangelho contido em Sua Palavra, mas também que víssemos o evangelho exposto diante de nossos olhos em símbolos visíveis, de modo a nos influenciar ainda mais. Essas demonstrações visíveis do evangelho são o Batismo e a Ceia do Senhor.

Pregação - Uma grande razão porque Deus ordenou a pregação na Igreja é para gravar as verdades divinas em nossos corações e emoções. Não é suficiente que tenhamos bons comentários e livros de teologia. Estes podem iluminar nossa compreensão, porém não têm o mesmo poder que a pregação para mover nossas vontades. Deus usa a energia da palavra falada para aplicar Sua verdade aos nossos corações de forma mais particular e viva.

Deus nos abençoe!

Jonathan Edwards (1703-1758).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário. 

“QUAL A NATUREZA DA RELIGIÃO VERDADEIRA?”


“QUAL A NATUREZA DA RELIGIÃO VERDADEIRA?”

“A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tg 1.27).

A questão mais crucial para a raça humana e para todo o indivíduo é: quais as características que distinguem as pessoas que gozam o favor de Deus - aquelas que estão de caminho para o céu? Ou, de outra forma: qual a natureza da religião verdadeira? Que tipo de religião pessoal é aprovado por Deus?

É difícil dar uma resposta objetiva para esse tipo de questão controversa; mais difícil ainda escrever objetivamente a respeito. O mais difícil é ler objetivamente sobre o assunto! Possivelmente muitos de meus leitores ficarão magoados ao descobrirem que critiquei muitas emoções e experiências religiosas neste livro. Por outro lado, talvez, outros fiquem irados quanto ao que defendi e aprovei. Tentei ser equilibrado. Não é fácil sustentar o que é bom em avivamentos religiosos, examinando e rejeitando ao mesmo tempo o que é ruim neles. Contudo, seguramente temos que fazer as duas coisas se quisermos que o reino de Cristo prospere.

Admito que há algo muito misterioso no assunto; existe tanta coisa boa misturada com tanta coisa má na Igreja! É tão misterioso quanto a mescla de bem e mal no cristão como indivíduo; mas nenhum desses mistérios é novo. Não é novidade o florescimento de religião falsa em tempo de avivamento, ou o aparecimento de hipócritas entre os verdadeiros fiéis. Isso ocorreu no grande avivamento no tempo de Josias, como vemos em Jr 3:10 e 4:3-4. O mesmo se deu nos dias de João Batista. João despertou toda a Israel por suas pregações, mas a maioria apostatou pouco depois. João 5:35 - "por um tempo, estão dispostos a se alegrar em sua luz". O mesmo ocorreu quando o próprio Cristo pregou; muitos O admiraram por um tempo, mas poucos foram fiéis até o fim. De novo, a mesma coisa ocorreu quando os apóstolos pregaram, como sabemos pelas heresias e divisões que perturbaram as igrejas durante o tempo dos apóstolos.

Essa mistura da religião falsa com a verdadeira tem sido a maior arma de satanás contra a causa de Cristo. É por isso que devemos aprender a distinguir entre a religião verdadeira e a falsa - entre emoções e experiências que realmente advêm da salvação e as imitações que são exteriormente atraentes e plausíveis, porém falsas.

Deixar de distinguir entre religião verdadeira e falsa, tem consequências terríveis. Por exemplo:

(i) Muitos oferecem adoração falsa a Deus, pensando ser aceitável a Ele, mas que Ele rejeita.

(ii) Satanás engana a muitos sobre o estado de suas almas; desse modo arruína-os eternamente. Em alguns casos, satanás leva as pessoas a pensar que são extraordinariamente santas, quando na realidade são o pior tipo de hipócritas.

(iii) Satanás estraga a fé dos verdadeiros crentes; mistura deformações e corrupções à religião, causando os verdadeiros crentes a se tornarem frios em suas emoções espirituais. Ele confunde também a outros com grandes dificuldades e tentações.

(iv) Os inimigos explícitos do cristianismo se animam quando veem a Igreja tão corrompida e desviada.

(v) Os homens pecam na ilusão de estarem servindo a Deus; portanto, pecam sem restrições.

(vi) Falso ensinamento ilude até os amigos do cristianismo a fazerem, sem perceber, o trabalho de seus inimigos. Destroem o cristianismo com muito mais eficiência que os inimigos declarados podem fazer, na ilusão de o estarem fazendo progredir.

(vii) Satanás divide o povo de Cristo e coloca-os uns contra os outros; os cristãos disputam acaloradamente, como que com zelo espiritual. O cristianismo degenera em disputas vazias; as partes em disputa correm para lados opostos, até que o caminho correto, ao meio, fica totalmente negligenciado. Quando os cristãos veem as terríveis consequências da falsa religião passar por religião verdadeira, suas mentes ficam perturbadas. Não sabem para onde se voltar nem o que pensar. Muitos duvidam da existência de qualquer realidade no cristianismo. Heresia, incredulidade e ateísmo começam a se propagar.

Por essas razões, é vital que façamos todo o possível para compreender a natureza da verdadeira religião. Até que o façamos, não podemos esperar que os avivamentos tenham longa duração, nem podemos esperar muito proveito de nossas discussões e debates religiosos, uma vez que sequer sabemos sobre o que estamos discutindo. Meu plano é contribuir o máximo possível para a compreensão da verdadeira religião, com este livro. Tenciono mostrar a natureza e os sinais da verdadeira obra do Espírito na conversão de pecadores, como também salientar aquilo que não é uma verdadeira experiência de salvação. Se tiver sucesso, espero que este livro ajude a promover o interesse no genuíno cristianismo.

Que Deus aceite a sinceridade de meus esforços, e que os verdadeiros seguidores do manso e amoroso Cordeiro de Deus aceitem minha oferta com mentes abertas e com orações!

Deus nos abençoe!

Jonathan Edwards (1703-1758).

*Leia o livro “A Genuína Experiência Espiritual” - PES.





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sábado, 18 de janeiro de 2025

“A VERDADEIRA RELIGIÃO E O AMOR”


“A VERDADEIRA RELIGIÃO E O AMOR”

“Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1Jo 4.7,8).

O amor é a principal de todas as emoções. É o que Jesus ensinou quando alguém Lhe perguntou qual era o maior mandamento: "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Nestes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas" (Mt 22:37-40).

O apóstolo Paulo ensinou a mesma coisa: "o cumprimento da lei é o amor" (Rm 13:10). "O intuito da presente admoestação visa o amor que procede de um coração puro"(1Tm 1:5). Em 1Coríntios, capítulo 13, versículo 13, Paulo fala do amor como a maior coisa no cristianismo, sua essência e alma, sem o qual tornam-se inúteis o maior conhecimento, dons e obras.

Isto prova claramente que a verdadeira religião se encontra principalmente em nossas emoções. O amor não é, pois, somente uma das emoções, e sim, a maior delas (por assim dizer), a fonte de todas as outras. É do amor que surge o ódio - ódio pelas coisas que são contrárias ao que amamos. De um amor vigoroso, afetuoso e fervoroso a Deus surgem outras emoções espirituais: um ódio ao pecado; um temor de desagradar a Deus; gratidão a Deus por Sua bondade; alegria em Deus quando experimentamos Sua presença; tristeza quando sentimos Sua ausência; esperança por um gozo futuro de Deus; zelo pela glória de Deus. Da mesma forma, amor ao nosso próximo produzirá todos os outros sentimentos corretos em relação a eles.

“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba” (1Co 13.4-8).

Deus nos abençoe!

Jonathan Edwards (1703-1758).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
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sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

“EMOÇÕES ESPIRITUAIS E COMPREENSÃO ESPIRITUAL”

“EMOÇÕES ESPIRITUAIS E COMPREENSÃO ESPIRITUAL”

"Vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou" (Cl 3:10).

Emoções espirituais surgem da iluminação espiritual. O verdadeiro cristão sente porque vê e compreende algo mais sobre as coisas espirituais do que antes. Tem uma visão mais clara e melhor do que antes; ou recebe conhecimento novo da verdade de Deus ou recupera um conhecimento que teve, o qual perdeu. "E também faço esta oração: que o vosso amor aumente ainda mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção" (Fl 1:9). "Vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou" (Cl 3:10).

Neste ponto, quero enfatizar que há uma grande diferença entre o conhecimento doutrinário e conhecimento espiritual. Conhecimento doutrinário envolve somente o intelecto, porém o conhecimento espiritual é um sentimento do coração pelo qual vemos a beleza da santidade na doutrina cristã. Conhecimento espiritual sempre envolve o intelecto e o coração ao mesmo tempo. Precisamos entender intelectualmente o que significa uma doutrina das Escrituras, e degustar a santa beleza desse significado com nosso coração.

É possível ter grande conhecimento das doutrinas no intelecto e ainda assim não ter gosto pela beleza da santidade nessas doutrinas. A pessoa sabe intelectualmente em sua mente, mas não conhece espiritualmente em seu coração. Mero conhecimento doutrinário se assemelha a alguém que viu e tocou o mel. Conhecimento espiritual se assemelha a alguém que sentiu o gosto doce do mel em seus lábios. Este sabe muito mais sobre o mel do que aquele que somente olhou e tocou!

Segue-se que uma compreensão espiritual das Escrituras não significa uma compreensão de suas parábolas, tipos e alegorias. Uma pessoa pode saber interpretar todas estas coisas, sem que tenha tido sequer um raio de luz espiritual em sua alma. "Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência... se não tiver amor, nada serei" (ICo 13:2). O "significado espiritual" das Escrituras é a doçura divina de suas verdades, e não a correta interpretação de suas passagens simbólicas.

Mais uma vez, não seria conhecimento espiritual se Deus revelasse imediatamente Sua vontade às nossas mentes pelo Espírito Santo. Tal conhecimento ainda seria doutrinário e, não espiritual. Fatos sobre a vontade de Deus são doutrinas, tanto quanto os fatos sobre a natureza e as obras de Deus! Portanto, ainda estaríamos tratando meramente de conhecimento doutrinário, mesmo supondo que Deus revelasse Sua vontade diretamente às nossas mentes. Revelações diretas não poderiam resultar em nosso conhecimento espiritual, se não tivéssemos uma noção da beleza santa da vontade de Deus.

Quero corrigir outro erro comum sobre a compreensão espiritual. Alguns declaram que Deus lhes revela Sua vontade gravando um texto das Escrituras em suas mentes - muitas vezes um texto sobre um personagem bíblico e sua conduta. Por exemplo, um cristão está tentando decidir se deve ou não ir a um país estrangeiro, onde provavelmente encontrará muitas dificuldades e perigos. As palavras de Deus a Jacó em Gênesis 46:4 vêm poderosamente a sua mente: "Eu descerei contigo para o Egito, e te farei tornar a subir, certamente". Essas palavras se relacionam com Jacó e sua conduta, porém o cristão as interpreta como se se referissem a ele. Interpreta o Egito como o país estrangeiro que tem em mente, e pensa que Deus está prometendo levá-lo ali e trazê-lo de volta em segurança. Pode chamar a isso uma "compreensão espiritual" do texto, ou o Espírito Santo aplicando o texto a ele.

No entanto não há nenhuma coisa de espiritual nisso. Compreensão espiritual percebe o que de fato está nas Escrituras; elas não lhe dão um novo significado. Criar um significado novo para as Escrituras é equivalente a criar novas Escrituras! É acrescentar à Palavra de Deus, uma prática condenada por Deus (Pv 30:6). O verdadeiro significado espiritual das Escrituras é aquele que teve originalmente, quando o Espírito a inspirou. Esse significado original é aquele que todos poderiam ver, se não estivessem espiritualmente cegos.

Sem dúvida estas experiências geram emoções ardentes. É claro que as pessoas se sentem muito emocionadas quando pensam que Deus as está guiando dessa forma por um texto, ou revelando a elas a Sua vontade diretamente pelo Espírito. O que quero dizer, entretanto, é o seguinte: nenhuma dessas experiências consiste num sentido ou gosto pela beleza da santidade de Deus. Além disso, emoções são espirituais somente quando resultam dessa visão espiritual da beleza da santidade de Deus. Se emoções surgem meramente de sugestões na mente, ou palavras vindo à cabeça, não são de natureza espiritual.

Grande parte da religião falsa no mundo se compõe dessas experiências e das falsas emoções que propiciam. Religiões não cristãs estão repletas delas. Assim, desafortunadamente, é a história da Igreja. Estas experiências cativam as pessoas, especialmente as de menor inteligência; pensam que o cristianismo se resume nessas impressões, visões e êxtases. Logo, satanás se transforma num anjo de luz, engana as multidões e corrompe a verdadeira religião. Líderes da Igreja devem estar constantemente de sobreaviso em relação a esses enganos, especialmente em tempos de avivamento.

Antes de prosseguir, quero deixar uma coisa clara. Eu não quero ser mal entendido no que afirmei. Não estou dizendo que emoções não são espirituais somente por serem acompanhadas de ideias imaginárias. A natureza humana é tal que não podemos pensar intensamente sobre algo sem ter algum tipo de ideia imaginária. No entanto, se nossas emoções resultam dessas ideias imaginárias e não de nosso conhecimento espiritual, então nossas emoções não têm valor espiritual. Quero que tenham essa diferença em mente: ideias imaginárias podem surgir de emoções espirituais, mas emoções espirituais não podem surgir de ideias imaginárias. Emoções espirituais só podem redundar do entendimento espiritual, isto é, da ótica do coração que vê a beleza da santidade. Se ideias imaginárias acompanham uma verdadeira emoção espiritual, não são essenciais a ela, todavia são um efeito acidental.

Deus nos abençoe!

Jonathan Edwards (1703-1758).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário. 

“A VERDADEIRA RELIGIÃO E AS EMOÇÕES”


“A VERDADEIRA RELIGIÃO E AS EMOÇÕES”

“No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11).

Quem pode negar que a verdadeira religião consiste principalmente em emoções - em ações vigorosas e enérgicas da vontade? A religião requerida por Deus não consiste em desejos fracos, opacos e sem vida, elevando-nos somente um pouco acima da apatia. Em Sua Palavra, Deus insiste muito que sejamos sérios, espiritualmente dinâmicos e que nossos corações se envolvam vigorosamente no cristianismo. Devemos ser "fervorosos de espírito, servindo ao Senhor" (Rm 12:11). "Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR, teu Deus, andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma? (Dt 10:12). "Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de toda a tua força" (Dt 6:4-5). Esse envolvimento vivo, vigoroso do coração na verdadeira religião é o resultado da circuncisão espiritual, ou regeneração, a que pertencem as promessas de vida. "O SENHOR teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, para amares ao SENHOR teu Deus de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas" (Dt 30:6).

Se não formos sérios no nosso cristianismo, e nossas vontades não forem vigorosamente ativas, nada somos. Realidades espirituais são tão imensas, que nossos corações não respondem adequadamente a elas, a menos que ajam dinâmica e poderosamente. O exercício de nossa vontade não é tão necessário em nada mais quanto é nas coisas espirituais; em nenhuma outra coisa a indiferença é tão odiosa. A verdadeira religião é poderosa, e seu poder aparece primeiramente no coração. É por isso que as Escrituras chamam a verdadeira religião "o poder da piedade", distinguindo-a da aparência exterior que é somente sua forma - "tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder" (2Tm 3:5). O Espírito Santo é o Espírito de poderosa e santa emoção, nos verdadeiros cristãos. E por isso que as Escrituras dizem que Deus nos deu um espírito "de poder, de amor e de moderação" (2Tm 1:5). Quando recebemos o Espírito Santo, dizem as Escrituras que somos batizados "com o Espírito Santo e com fogo" (Mt 3:11). Esse "fogo" representa as santas emoções que o Espírito produz em nós, de modo que "nos ardia o coração" (Lc 24:32).

As Escrituras, às vezes, comparam nossa relação com coisas espirituais e as atividades que os homens desenvolvem vigorosamente nos assuntos seculares. Exemplos disso são: correr (1Co 9:24), lutar (Ef 6:12), sofrer por prêmio (Ap 2:10), lutar com fortes inimigos (1Pd 5:8,9), e guerra total (1Tm 1:18). A graça, naturalmente, tem intensidades, e existem cristãos em quem os atos da vontade dirigidos às coisas espirituais são comparativamente fracos. Todavia, as emoções de todo verdadeiro cristão - aquelas dirigidas a Deus - são mais fortes que suas emoções naturais e pecaminosas. Todo autêntico discípulo de Cristo ama-O acima de "pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida" (Lc 14:26).

Deus, que nos criou, não só nos deu emoções, porém fê-las a própria causa de nossas ações. Não tomamos decisões ou agimos, exceto se o amor, o ódio, o desejo, o medo ou alguma outra emoção, nos influenciar. Isso se aplica tanto a assuntos seculares como aos espirituais. É por isso que muitas pessoas ouvem a Palavra de Deus falando-lhes sobre coisas infinitamente importantes - sobre Deus e Cristo, pecado e salvação, céu e inferno - e ainda assim não há mudança em sua atitude ou comportamento. A razão é simples: o que ouvem, não as afeta. Não toca suas emoções. De fato, proclamo ousadamente que nenhuma verdade espiritual jamais mudou a atitude ou a conduta de alguém, a não ser que tenha despertado suas emoções. Nenhum pecador jamais desejou ardentemente pela salvação, nenhum cristão jamais acordou do frio espiritual, a não ser que a verdade tenha afetado o seu coração. Esta é a medida da importância das emoções!

Deus nos abençoe!

Jonathan Edwards (17031758).

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