"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



sábado, 21 de junho de 2025

“SACIÁ-LO-EI COM LONGEVIDADE”


“SACIÁ-LO-EI COM LONGEVIDADE”

Saciá-lo-ei com longevidade e lhe mostrarei a minha salvação” (Sl 91.16).

Pode parecer estranho que longevidade seja mencionada no último versículo como a eles prometida, visto que muitos dentre o povo do Senhor são cedo arrebatados do mundo. Mas eu poderia reiterar uma observação que já foi feita em outros lugares, a saber, que aquelas bênçãos divinas que estão prometidas em relação ao presente mundo perecível, não devem ser consideradas como bons feitos num sentido universal e absoluto, ou cumpridas em total concordância com uma regra estabelecida e igual. Riquezas e outros confortos mundanos devem ser vistos como que propiciando alguma experiência do favor e benevolência divinos, mas não se deduz daí que os pobres sejam objetos do desprazer divino; ter um corpo saudável e boa saúde são bênçãos de Deus, porém não devemos conceber que isso constitua prova de que a fraqueza e a enfermidade devam ser consideradas com desaprovação. Longa vida deve ser classificada entre os benefícios desse gênero, e seriam concedidos por Deus a todos seus filhos não fosse para seu benefício serem eles levados tão cedo deste mundo. Eles se satisfazem mais com um curto período durante o qual vivem melhor que os ímpios, ainda que sua vida se estenda por mil anos. A expressão não pode aplicar-se aos ímpios, de que estão satisfeitos com longevidade, pois por mais longa seja sua vida, a sede de seus desejos continua a ser inextinguível. É a vida, e nada mais, que eles esbanjam com tal ansiedade; tampouco se pode dizer ter eles um desfruto momentâneo daquele favor e bondade divinos que só podem comunicar a real satisfação. O salmista poderia, pois, com propriedade declarar, como um privilégio pertencente peculiarmente ao povo do Senhor, que vivem satisfeitos com a vida. A trajetória breve que lhes é designada é reconhecida por eles como sendo sobejamente suficiente. Além disso, longevidade não se deve jamais comparar com eternidade. A salvação divina se estende para além das estreitas fronteiras da existência terrena; e se vivermos ou morrermos, é para isso que devemos primordialmente olhar. É com essa visão que o salmista, depois de declarar todos os demais benefícios que Deus concede, acrescenta esta como uma frase final que, quando ele os tiver seguido com sua paternal bondade por toda sua vida, por fim lhes mostrará sua salvação.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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