"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



segunda-feira, 30 de junho de 2025

“O SEU TESTEMUNHO É VERDADEIRO”


“O SEU TESTEMUNHO É VERDADEIRO”

“Este é o discípulo que dá testemunho a respeito destas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos” (Jo 21.24,25).

O significado da palavra evangelho é bem conhecido. Na Escritura, ela denota, a alegre e prazerosa mensagem da graça a nós exibida em Cristo, a fim de instruir-nos a desprezar o mundo com suas passageiras riquezas e prazeres, a desejar essa bênção de todo nosso coração e abraçá-la quando ela nos for oferecida. É natural em todos nós aquela conduta que percebemos em homens irreligiosos que cultivam extravagantes prazeres nos fúteis deleites do mundo, ainda que sejam poucos, de modo que alguns se deixam afetar pelos encantos das bênçãos espirituais. Com o propósito de corrigir esse erro, Deus expressamente dá o título de evangelho à mensagem que ele ordena seja concernente a Cristo. Desse modo, ele nos lembra que em nenhuma outra parte se pode obter a genuína e sólida felicidade, e que nele temos tudo que necessitamos para a perfeição de uma vida feliz.

Há quem considere a palavra evangelho como se estendendo a todas as preciosas promessas de Deus que se acham espalhadas inclusive na Lei e nos Profetas. Tampouco se pode negar que sempre que Deus declara que se deixará reconciliar com os homens e perdoará seus pecados, ao mesmo tempo exibe Cristo cujo peculiar ofício onde que se manifeste, é jorrar por toda parte os raios de sua alegria. Reconheço, pois, que os [antigos] pais foram participantes juntamente conosco do mesmo evangelho, no que diz respeito à fé na salvação gratuita. Visto, porém, que a declaração ordinária do Espírito Santo nas Escrituras é que o evangelho foi proclamado pela primeira vez quando Cristo veio, abracemos também essa forma de expressão, bem como conservemos a definição de evangelho que tenho formulado, a saber: é a solene publicação da graça revelada em Cristo. Por isso o evangelho é chamado de poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê [Rm 1.16], porque nele Deus exibe sua justiça. Ele é também chamado embaixada por meio do qual Deus reconcilia consigo os homens [2Co 5.20]; e, visto que Cristo é o penhor da misericórdia de Deus e de seu paternal amor para conosco, assim ele é, de uma maneira peculiar, o tema do evangelho.

Por isso, ele veio para que as histórias que narram que Cristo se manifestou em carne, morreu, ressuscitou dentre os mortos e, por fim, foi assunto ao céu tivessem peculiarmente o mérito do título evangelho. Pois ainda que, por razões já expressas, esta palavra signifique o Novo Testamento, contudo o título que denota a totalidade, pela prática geral, representa aquela parte dele que declara que Cristo se nos manifestou na carne, morrendo e ressuscitando dentre os mortos. Mas, como a mera história não seria suficiente, e de fato ela seria de nenhuma valia para a salvação, o evangelista não relata simplesmente que Cristo nasceu, morreu e venceu a morte, mas também explica com que propósito ele nasceu, morreu e ressuscitou, bem como qual o benefício que recebemos desses fatos.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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