"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



segunda-feira, 22 de abril de 2019

A nobre declaração do Apóstolo Tomé

A nobre declaração do Apóstolo Tomé
“Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu! (Jo 20.28).

Amados irmãos, a nobre exclamação proveniente dos lábios de Tomé, ao ficar convencido de que o Senhor realmente ressurgira dentre os mortos: “Senhor meu e Deus meu!”, admite apenas um significado. Era um evidente testemunho sobre a bendita divindade de nosso Senhor Jesus; uma incomparável e nítida afirmativa de que Tomé acreditava ser não apenas homem mas também Deus a Pessoa que ele havia tocado e visto naquele dia. Antes de tudo foi um testemunho que nosso Senhor recebeu, sem proibir, e uma declaração sobre a qual Ele não pronunciou qualquer palavra de censura. Quando Cornélio se prostrou diante de Pedro e quis adorá-lo, o apóstolo imediatamente recusou esta honra, “dizendo: Ergue-te, que eu também sou homem” (At 20.26). Quando as pessoas de Listra quiseram oferecer sacrifícios ao apostolo Paulo e Barnabé, estes, “rasgando as vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando: Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos” (At 14.14,15). Porém, quando Tomé declarou a Jesus: “Senhor meu e Deus meu!”, não recebeu qualquer palavra de reprovação da parte de nosso Senhor, que é santo e ama a verdade. Temos dúvida de que estas coisas foram escritas para nosso ensino?

Gravemos com firmeza em nossas mentes o fato de que a divindade de Cristo é uma das grandes verdades fundamentais do cristianismo; estejamos dispostos a morrer, ao invés de renunciá-la. Visto que o Senhor Jesus é o próprio Deus, existe um propósito para a expiação, a mediação, o sacerdócio e toda a obra da redenção realizada por Ele. Estas gloriosas doutrinas seriam blasfêmias inúteis, se Cristo não fosse divino. Devemos sempre louvar a Deus porque a divindade de nosso Senhor está ensinada em toda a Escritura e permanece com evidências que não podem ser desprezadas. Acima de tudo, precisamos com toda confiança fazer nossas almas descansarem diariamente em Cristo, como Aquele que é Deus e homem perfeito. Ele é homem, por conseguinte, é capaz de comover-se por sentir nossas fraquezas. Ele é Deus; “por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se achegam a Deus” (Hb 7.25). Não tem qualquer motivo de receio o crente que, pela fé, olha para Jesus e, assim como Tomé, afirma: “Senhor meu e Deus meu”. Possuindo um Salvador como Jesus, não precisamos ter medo de começar a genuína vida cristã, pois, com Ele, prosseguiremos ousadamente.

Aleluia!

J.C.Ryle (1816-1900)

*Meditações no Evangelho de João, Editora Fiel.

*Visite a Igreja Presbiteriana da Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário
(41)3242-8375

O Apóstolo Tomé e o exercício da Fé

O Apóstolo Tomé e o exercício da Fé
“E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente” (Jo 20.27).

Amados irmãos, em nenhuma outra parte dos quatro evangelhos, encontramos este aspecto do caráter de nosso Senhor Jesus tão bem ilustrado quanto ao incidente agora relatado. Não podemos imaginar uma atitude tão provocante e desagradável quanto a de Tomé, quando nem mesmo o testemunho dos dez fiéis irmãos surtiu qualquer efeito e com pertinácia ele declarou: “Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei” (Jo 20.25). Porém, é difícil pensarmos em uma atitude mais compassiva e paciente do que a de nosso Senhor ao lidar com este frágil discípulo. Ele não o rejeitou, desprezou ou excomungou. Ao final da semana, Jesus aparece de novo e, em especial, para benefício de Tomé (Jo 20.26). O Senhor aborda-o de acordo com sua fragilidade, assim como um médico trata uma criança voluntariosa – “E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente” (Jo 20.27). Se nenhuma outra coisa o satisfaria, exceto a mais gritante e simples evidência física, esta lhe seria dada. Certamente esta foi uma demonstração do amor que excede todo entendimento e da paciência que ultrapassa qualquer compreensão.

Podemos ter certeza de que uma passagem como esta foi escrita para fornecer consolo a todos os verdadeiros crentes. O Espírito Santo sabia muito bem que o tipo mais comum de crente que existe neste mundo perverso são os fracos, apáticos e duvidosos. Ele cuidou de providenciar abundantes provas de que Jesus é riquíssimo em paciência e compaixão e de que suporta as fraquezas de seu povo. Esforcemo-nos para demonstrar a mesma atitude de nosso Senhor e seguir o seu exemplo. Jamais menosprezemos pessoas, considerando-as perdidas e sem a graça divina, porque o seu amor não é intenso e sua fé, inconsistente. Lembremo-nos de como Ele lidou com Tomé e sejamos compassivos e misericordiosos. Nosso Senhor tem muitos filhos deficientes em sua família, muitos soldados inexperientes em seu exército e muitas ovelhas mancas em seu rebanho. No entanto, Ele suporta todas elas e não as lança fora (Jo 6.37). Feliz é o crente que aprendeu a lidar de maneira semelhante com seus irmãos. Na igreja, existem muitos que, à semelhança de Tomé, são vagarosos no exercício da fé; mas, apesar disso, são verdadeiros servos de Cristo.

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900)

*Meditações no Evangelho de João, Editora Fiel. 

*Visite a Igreja Presbiteriana da Silva Jardim - Curitiba/PR.
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(41)3242-8375

terça-feira, 9 de abril de 2019

A Glória de Cristo como Mediador: Sua Humilhação

A Glória de Cristo como Mediador: Sua Humilhação
Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz (Fp 2.5-8).

O pecado de Adão havia colocado uma distância tão grande entre a humanidade e Deus que toda a raça humana teria se perdido completamente a não ser que a pessoa ideal pudesse ser enviada para promover a paz entre Deus e nós, isto é, agir como mediador. Deus não podia agir desse modo e não havia na terra ninguém que pudesse fazer isso. “Não há entre nós árbitro que ponha a mão sobre nós ambos” (Jó 9.33). No entanto, uma paz perfeita entre Deus e os homens tinha que ser feita por um mediador, ou jamais haveria paz. Por isso o Senhor Jesus, o Filho de Deus, disse: “Sacrifício e oferta não quiseste; antes, um corpo me formaste [...] Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade” (Hb 10.5-7). O apóstolo Paulo por sua vez nos diz: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5) e Cristo “a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens” (Fp 2.7). Isto O torna glorioso aos olhos dos crentes, que devem procurar o mesmo tipo de humilhação para si mesmos.

Vamos observar três coisas:

1 – A grandeza de Sua humilhação. “Quem há semelhante ao SENHOR, nosso Deus, cujo trono está nas alturas, que se inclina para ver o que se passa no céu e sobre a terra?” (Sl 113.5,6). “Todas as nações são perante ele como coisa que não é nada; ele as considera menos do que nada, como um vácuo” (Is 40.17). Há uma distância infinita entre Deus e Suas criaturas, e é puramente um ato de Sua graça tomar conhecimento das coisas terrenas. Cristo, como Deus, é completamente autossuficiente em Sua eterna bem-aventurança. Quão grande, então, é a glória da Sua própria humilhação ao assumir a nossa natureza para que Ele pudesse nos levar a Deus! Essa humilhação não Lhe foi imposta; Ele livremente a escolheu.

2 – A natureza especial da Sua humilhação. O Filho de Deus não cessou de ser igual a Deus quando Ele Se tornou homem. “Pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus” (Fp 2.6). Os judeus queriam matá-Lo porque Ele disse que “...Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (Jo 5.18). Quando Ele tomou sobre Si a forma de um servo em nossa natureza, Ele Se tornou aquilo que nunca havia sido antes, mas não deixou de ser aquilo que sempre tinha sido em Sua natureza divina. Ele, que é Deus, não pode deixar de ser Deus. A glória da Sua natureza divina estava velada, de forma que aqueles que O viram não acreditaram que Ele era Deus. Suas mentes não podiam entender algo que eles nunca haviam conhecido antes, que uma e a mesma pessoa pudesse ser Deus e homem ao mesmo tempo. Todavia, aqueles que creem sabem que Ele, que é Deus, humilhou-Se ao assumir a nossa natureza, a fim de salvar a Igreja para a eterna glória de Deus. É verdade que o nosso Senhor Jesus Cristo é uma pedra de tropeço e uma rocha de ofensa para muitos hoje que, à semelhança de maometanos e judeus, pensam nEle apenas como um grande profeta. Mas, se retirarmos o fato de Ele ser Deus assim como homem, então toda a glória, verdade e poder do cristianismo também serão retirados.

Há três maneiras de pensar na verdadeira natureza de Sua divina humilhação:

I – Cristo, o eterno Filho de Deus, por meio de um ato indizível de Seu divino poder e amor, tomou sobre Si a nossa natureza humana e a fez Sua própria, assim como a Sua natureza divina Lhe pertencia.

II – Visto que Ele estava na terra, vivendo e sofrendo em nossa natureza, a glória de Sua divina pessoa ficou velada. “...aniquilou-se a si mesmo”.

III – Apesar de ter tomado a nossa natureza para Si próprio, Ele não a transformou em algo divino e espiritual, mas conservou-a inteiramente humana. De fato Ele agiu, sofreu, teve provações, foi tentado e abandonado como qualquer outro homem.

3 – A glória de Cristo em Sua humilhação. Mesmo se fôssemos anjos não poderíamos descrever a glória manifestada na divina sabedoria do Pai e no amor do Filho em Se humilhar, tornando-se homem. É um mistério, porque Deus é grande e Seus caminhos estão muito acima do entendimento de Suas criaturas. Entretanto, a glória da religião dos cristãos é que Aquele que era verdadeiramente Deus “aniquilou-se a si mesmo”, de forma que, comparado com outros, Ele podia dizer: “Mas eu sou verme e não homem; opróbrio dos homens e desprezado do povo” (Sl 22.6). Acaso estamos sobrecarregados com o pecado? Estamos perplexos com as tentações? Apenas uma olhada para a glória de Cristo nos susterá e nos aliviará. Ele que Se esvaziou e Se humilhou em nosso favor, e nem por isso perdeu algo do Seu poder como Deus eterno, nos salvará de nossas angústias. Se não vemos nenhuma glória nisso, é porque não há conhecimento espiritual ou fé em nós. A glória de Cristo como mediador é o lugar de descanso onde o aflito pode descansar. “Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério” (Is 28.12).

Apelo a vocês, portanto, para meditarem, pela fé, na maravilha da dupla natureza de Cristo, com o propósito firme e prático. Como cristãos devemos estar prontos a negar a nós mesmos e a tomar a nossa cruz. Todavia, não podemos fazer isso sem levarmos em conta a própria negação de Si mesmo que foi praticada pelo Filho de Deus (Fp 2.5-8). O que são as coisas deste mundo, mesmo aqueles a quem amamos, e nossas próprias vidas, que logo terminarão, comparados com a glória de Cristo quando Ele veio ao mundo para “aniquilar-se a si mesmo”? Quando começamos a pensar nestas coisas, logo chegaremos a um ponto onde a razão humana fica para trás. Gostaria de ser levado a esse ponto todos os dias. Ao descobrirmos que o objeto no qual a nossa fé está alicerçada é por demais grande e glorioso para o nosso entendimento, então ficaremos cheios de santa admiração, humildade, adoração e ações de graças. 

Aleluia!

John Owen (1616-1683)

*Meditações sobre a Glória de Cristo, Editora PES.

*Visite a Igreja Presbiteriana da Silva Jardim - Curitiba/PR.
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sexta-feira, 5 de abril de 2019

Um apelo àqueles que ainda não são verdadeiros crentes em Cristo

Um apelo àqueles que ainda não são verdadeiros crentes em Cristo
Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração” (Hb 3.7,8).

Geralmente, nos Evangelhos quando há uma descrição da excelência de Cristo como Salvador, há também um convite aos pecadores para que venham a Cristo. “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). “Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (Jo 7.37).

Há diversas razões porque devemos considerar este convite:

1 – Muitos ouvem a palavra pregada, mas poucos são salvos. “Muitos são chamados, mas poucos, escolhidos” (Mt 22.14). É a maior loucura do mundo deixar as considerações sobre o nosso estado eterno para algum tempo incerto no futuro que talvez nunca chegue.

2 – Não pensem que devido se confessarem ser cristãos, e desfrutarem das bênçãos externas do evangelho, vocês necessariamente já pertencem a Cristo. Vocês podem se comparar com outros e achar que são melhores que alguns deles. Mas, se confiarem naquilo que são para sua salvação, ou naquilo que fazem, então decepcionarão suas almas para sempre (Mt 3.9).

3 – A não ser que estejamos completamente convencidos de que, sem Cristo, estamos debaixo da maldição eterna de Deus, como os seus piores inimigos, nunca correremos para Ele para obter refúgio. Cristo não veio para “chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento” (Mt 9.13). Assim, a nossa principal preocupação, se ainda não estamos salvos, deveria ser um sentido profundo da maldição e da condição perdida de nossas almas.

4 – Mas agora considerem o amor infinito de Cristo ao chamá-lo para vir a Ele e receber vida, perdão, graça, paz e salvação eterna. Há muitos encorajamentos dados nas Escrituras que servem bem aos perdidos, convictos pecadores. Jesus Cristo ainda Se apresenta diante dos pecadores chamando-os, convidando-os e encorajando-os para que venham a Ele. Através da pregação dos ministros cristãos, Cristo diz: “Por que vocês querem morrer? Por que não têm pena de suas almas? Venham a Mim e Eu removerei todos os seus pecados, lamentos, temores e pesos. Eu darei descanso às suas almas”. Considerem a grandeza do Seu perdão, graça e amor ao chamá-los tão sinceramente para virem a Ele. Não deixem que o veneno da incredulidade, que inevitavelmente leva à ruína eterna, faça com que desprezem este santo convite para vir a Cristo.

5 – Pensem com seriedade sobre o infinitamente sábio e gracioso Deus cujo propósito é que Seu perdão, amor, graça, bondade, retidão, sabedoria e poder pudessem estar em Cristo para a salvação de todos os que creem. Portanto todo aquele que vem a Cristo pela fé, está por esse ato honrando a Deus. Maior glória é dada a Deus mediante nossa vinda a Cristo pela fé, do que se pudéssemos guardar toda a lei. Não se decepcionem pensando que é de pouca importância se vocês vêm a Cristo ou não. A sua recusa em agir assim é um ato de ódio contra Deus tão grande quanto a sua natureza é capaz de cometer.

6 – Os incrédulos que não se arrependem, quando ouvem a pregação do evangelho, são as mais ingratas e más de todas as criaturas de Deus. Os próprios demônios, tão maus como são, não são culpados desse pecado, porque eles nunca tiveram a oportunidade de receber a salvação. “Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?” (Hb 2.3).

Alguém poderá dizer: “O que devem fazer os pecadores então?” Aceitem o conselho das Escrituras: “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração” (Hb 3.7,8). “Eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação” (2Co 6.2).

Medita estas coisas!

John Owen (1616-1683)

*Meditações sobre a Glória de Cristo, Editora PES.

*Visite a Igreja Presbiteriana da Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário
(41)3242-8375