"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



sábado, 15 de fevereiro de 2020

“Ó Deus da Minha Justiça”

“Ó Deus da Minha Justiça”
“Responde-me quando clamo, ó Deus de minha justiça; na angústia, me tens aliviado; tem misericórdia de mim e ouve minha oração” (Sl 4.1).

À luz dessas palavras temos uma demonstração da fé de Davi que, embora enfrentasse a mais extrema angústia, e deveras quase consumido por uma longa série de calamidades, não sucumbiu à sua dor; nem se permitiu ter o coração tão enfraquecido que não tivesse forças para recorrer a Deus, seu Libertador. Por sua oração ele testificou que, quando se viu totalmente privado de todo socorro terreno, todavia restava-lhe ainda a esperança em Deus. Além do mais, ele o chama o Deus de minha justiça, significando a mesma coisa se o chamasse o Defensor de seus direitos; e apela para Deus, visto que os homens, por toda parte, o condenavam, e sua inocência era destruída pelas notícias caluniosas de seus inimigos e pelos juízos perversos do povo. E um tratamento tão cruel e injusto como esse que Davi recebia deve ser criteriosamente assinalado. Pois embora nada nos seja mais doloroso do que sermos falsamente condenados e suportar, a um e ao mesmo tempo, iníqua violência e calúnia, todavia, sermos difamados quando fazemos o bem é uma aflição que diariamente atinge os santos. E ela os faz viver tão fatigados sob seus efeitos, que os faz fugir de todas as fascinações do mundo e a depender única e totalmente de Deus. Justiça, pois, deve ser entendida, aqui, como uma boa causa, da qual Davi toma Deus por testemunha, enquanto se queixa da conduta maliciosa e injusta dos homens contra ele; e, por seu próprio exemplo, ele nos ensina que, se em qualquer tempo nossa retidão não for percebida e reconhecida pelo mundo, não devemos por isso sentir-nos desestimulados, visto que temos Alguém no céu para defender nossa causa. Mesmo os pagãos têm afirmado que não há melhor cenário para a virtude do que a própria consciência humana. Mas é uma consolação longe de ser suplantada o fato de estarmos diante da vista de Deus e dos anjos. Sabemos que Paulo era dotado com uma coragem proveniente desta fonte [1Co 4.5], pois quando muitas e más notícias foram espalhadas entre os coríntios, a respeito dele, ele apela para o tribunal de Deus. Portanto, se não podemos encontrar justiça em parte alguma do mundo, o único apoio de nossa paciência se encontra em Deus e em descansar felizes na equidade de seu juízo.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Comentário do Livro dos Salmos, Edições Paracletos.

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.
(41)3242-8375

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