SALMO 6.2,3
“Tem compaixão de mim, SENHOR, porque eu me sinto debilitado; sara-me, SENHOR, porque os meus ossos estão abalados. Também a minha alma está profundamente perturbada; mas tu, SENHOR, até quando?”
“Tem compaixão de mim, SENHOR, porque eu me sinto debilitado; sara-me, SENHOR, porque os meus ossos estão abalados. Também a minha alma está profundamente perturbada; mas tu, SENHOR, até quando?”
Ao clamar veementemente a
Deus que usasse de compaixão para com ele, daqui se manifesta ainda mais
nitidamente que, pelos termos ira e
furor, citados no primeiro versículo, Davi não pretendia insinuar crueldade ou severidade indevida, mas
somente o juízo tal como Deus executa sobre os réprobos, a quem não poupa
usando de misericórdia como faz aos seus próprios filhos. Ao valer-se, pois,
exclusivamente da compaixão de Deus, Davi demonstra que nada deseja além de não
ser tratado segundo a estrita justiça ou segundo merecia. Com o fim de obter de
Deus sua compaixão, declara que está debilitado: “Tem compaixão de mim,
SENHOR, porque eu me sinto debilitado”. Davi evoca sua fraqueza, não porque estivesse simplesmente
enfermo, mas porque se sentia fulminado e perturbado por algo que lhe havia
sucedido. E como sabemos que o propósito de Deus, ao infligir-nos algum
castigo, consiste em quebrantar-nos, então, quando somos disciplinados sob sua
vara, a porta se abre para que sua misericórdia nos alcance. Além disso, visto
que entendemos a peculiar função de Deus em curar os enfermos, erguer os
caídos, amparar os fracos e, finalmente, comunicar vida aos mortos, esta, por
si mesma, é uma razão suficiente para buscarmos o seu favor quando nos acharmos
mergulhados em aflições.
Davi colocou sua esperança
de salvação exclusivamente na compaixão de Deus, ele demonstrou o quanto se
encontrava desgastado, e acrescenta que isso havia prejudicado sua saúde
física, e ora por restauração, por cura, por isso clama: “Sara-me, SENHOR, porque os meus ossos estão abalados”. Todas as bênçãos que pedimos a Deus emanam de sua infinita graça e
somos libertados das calamidades e castigos, quando Deus usar de misericórdia
para conosco.
“Porque meus ossos
estão abalados”, diz Davi. Ele atribui medo
ou abalo em seus ossos, não
porque sejam dotados de emoção, mas porque a veemência de sua tristeza era tal
que afetara todo seu corpo. Ele não fala de sua carne, que é parte mais frágil
no sistema corporal; menciona, porém, seus ossos, com isso insinuando que as
partes mais resistentes de sua estrutura estão tremendo de medo. A seguir ele
assinala também que “a sua alma está
excessivamente perturbada”. A parte conectiva, também, tem aqui o
sentido da partícula causal, pois, como se quisesse dizer: Tão severa e
íntima é a angústia de meu coração, que afeta e esvai as energias de cada parte
de meu corpo.
Mas tu, SENHOR, até
quando? Essa forma elíptica de expressão serve para comunicar mais
energicamente a veemência da conturbação, a qual não só conserva as mentes
humanas confusas, mas igualmente suas línguas, impedindo o fluxo da linguagem.
Há quem, para completar a sentença, a complemente com as palavras: me
afligirás? ou: continuarás a castigar-me? Outros leem: Até quando
adiarás tua misericórdia? Mas o que está declarado no versículo seguinte
mostra que este segundo sentido é o mais provável, pois ali Davi ora para que o Senhor o considerasse com os olhos de sua graça e compaixão.
Deus nos abençoe!
Pr. José Rodrigues Filho
*Resumo dos comentários do Salmo 6, João Calvino, Edições Paracletos.
*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.
(41)3242-8375
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