Amados irmãos, há neste
Salmo de Davi expressões de gratidão pelos favores que ele vivia a receber de Deus;
mas ao recordar das misericórdias divinas já recebidas, ele se enche de ânimo à
espera de socorro e auxílio nas emergências futuras; e com esse recurso ele abre
a porta do coração em oração. “Louvar-te-ei,
SENHOR, de todo o meu coração”.
Observemos em Davi, como os
fiéis louvam a Deus sinceramente e sem hipocrisia, quando em busca da
felicidade não se apoiam em si mesmos e nem se deixam dominar com arrogância
carnal, mas se alegram exclusivamente em Deus; o que nada mais é senão buscar
no favor divino a razão de sua alegria, ignorando qualquer outra fonte, já que
em Deus consiste a perfeita felicidade. “Alegrar-me-ei
e exultarei em ti”.
Devemos levar em conta quão
imensa é a diferença e oposição entre o caráter do prazer que os homens se
esforçam por encontrar em si mesmos e o caráter do prazer que buscam em Deus.
Davi, procurando expressar mais vigorosamente como ele renuncia tudo o que
poderia conservá-lo ou envolvê-lo em fútil deleite, acrescenta o verbo exultar,
pelo qual ele expressa que encontra em Deus a plenitude de abundância da
genuína alegria, de modo tal que não mais carece buscar nem ainda a menor porção
dela em alguma outra fonte. Além do mais, é da maior importância lembrar que Davi
põe diante de si os testemunhos da bondade divina que anteriormente
experimentara, a fim de encorajar-se, pondo seu coração descoberto diante de
Deus com a alegria máxima, e poder apresentar-lhe suas orações com santo
fervor.
Aquele que começa sua
oração, afirmando que Deus é a grande fonte e objeto de sua alegria,
fortifica-se de antemão com a mais sólida confiança, apresentando suas súplicas
àquele que dá ouvidos às nossas orações. “Alegrar-me-ei
e exultarei em ti; ao teu nome, ó Altíssimo, eu cantarei louvores”.
Deus nos abençoe!
Pr. José Rodrigues Filho
*Resumo dos comentários de
João Calvino (1509-1564).
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