“Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em
toda a terra é o teu nome! Pois expuseste nos céus a tua majestade” (Sl 8.1).
Temos neste Salmo uma
reflexão de Davi sobre a beneficência paternal de Deus para com o gênero humano.
Ele não se contenta em simplesmente dar graças por ela, mas também se sente
completamente envolvido e fascinado, por isso exclama:
“Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome! Pois expuseste nos céus a tua majestade”.
Vemos que Davi, é verdade, expõe diante de seus olhos o grandioso poder e glória de Deus na criação e no governo do universo material; mas ele apenas olha levemente sobre este tema, de passagem, por assim dizer, e insiste principalmente sobre o tema da infinita bondade de Deus para conosco. Existe diante de nossos olhos, em toda a ordem da natureza, os mais ricos elementos a manifestarem a glória de Deus, mas, visto que somos inquestionavelmente mais poderosamente afetados com o que nós mesmos experimentamos, Davi, neste Salmo, com grande propriedade, expressamente celebra o favor especial que Deus manifesta no interesse da humanidade.
Pode parecer estranho que
Davi tenha iniciado o Salmo com uma exclamação, quando a forma usual é
primeiramente fazer a avaliação de uma coisa, e então magnificar sua grandeza e
excelência. Mas se tivermos em mente o que se diz em outras passagens da
Escritura referente à impossibilidade de expressarem-se em palavras as obras de
Deus, não causará estranheza que Davi, com esta exclamação, se considere
incapacitado à tarefa de relatá-las detalhadamente. Davi, portanto, ao refletir
sobre a incompreensível benevolência com que Deus condescendeu graciosamente
galardoar a raça humana; e sentindo todos os seus pensamentos e sentidos
mergulhados em contemplação e subjugados por ela, exclama que esta é uma coisa
digna de admiração, visto que não tem como ser expressa em palavras. Além
disso, o Espírito Santo, que dirigia as palavras de Davi, sem dúvida pretendia,
com sua instrumentalidade, despertar os homens da insensibilidade e indiferença
que lhes são tão peculiares, de maneira que não se contentem em apenas celebrar
o infinito amor de Deus e os imensuráveis benefícios que recebem de suas
dadivosas mãos, com uma atitude fria e apática, mas, ao contrário, que apliquem
todo o seu coração a este santo exercício e que se dediquem a Deus todos os
seus mais intensos esforços. Esta exclamação de Davi implica que, mesmo quando
todas as faculdades da mente humana são aplicadas ao máximo na meditação sobre
este tema, elas ainda são insuficientes.
Quão magnífico em toda a terra é o teu nome! - O nome de
Deus deve ser aqui
subentendido como sendo o conhecimento do caráter e perfeições de Deus, até ao
ponto em que ele se nos faz conhecido. A referência aqui está mais relacionada
às obras e propriedades pelas quais Deus é conhecido do que à sua essência.
Davi, portanto, diz que a terra está cheia da prodigiosa glória de Deus, tanto
que a fama ou renome dela não apenas alcança os céus, senão que sobe muito
acima deles. A terra é por demais pequena para conter a glória ou as
maravilhosas manifestações do caráter e perfeições de Deus.
“Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome! Pois expuseste nos céus a tua majestade”.
Aleluia!
Pr. José Rodrigues Filho
*Resumo dos comentários de
João Calvino
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