JUSTIFICAÇÃO – LIVRE GRAÇA
“Cristo,
através de sua obediência e morte, quitou plenamente o débito de todos aqueles
que são assim justificados, e fez uma justa, real e plena satisfação à justiça
de seu Pai, em favor deles. Todavia, visto que lhes foi dado pelo Pai, e sua
obediência e satisfação aceita em lugar deles, e ambas gratuitamente, não por
algo existente neles, sua justificação é tão somente da livre graça; para que
tanto a exata justiça quanto a rica graça de Deus fossem glorificadas na
justificação dos pecadores” (CFW. XI. seção III).
A primeira verdade asseverada nesta seção
consiste em que Cristo, por sua obediência e morte, pagou plenamente o débito
daqueles que são justificados; e que ele fez por eles uma justa, real e plena
satisfação à justiça de seu Pai.
Em conexão com a afirmação supra, a segunda verdade que
é ensinada aqui consiste em que esta justificação é, no que tange à pessoa
justificada, desde o princípio até ao fim, uma estupenda manifestação da livre
graça de Deus.
O fato de a
justiça de Cristo ser a base da justificação, e que sua justiça, em estrito
rigor, satisfaz plenamente todas as exigências da lei divina, em vez de ser inconsistente
com a perfeita liberdade e graciosidade da justificação, acentua amplamente sua
graça. É óbvio que Deus tinha que, ou
sacrificar sua lei, ou seus eleitos, ou seu Filho (Gl 2.21; 3.21). Não é menos
óbvio que é uma expressão muito mais forte de amor e livre graça salvar os
eleitos a expensas de tal sacrifício do que seria salvá-los ou com base no sacrifício
de princípios ou, no caso, que nenhum sacrifício fosse necessário. A cruz de
Cristo é o centro para o qual os mais intensos raios como os da divina graça e justiça se convergem, nos quais eles são perfeitamente reconciliados. Esse é o alcance
máximo da justiça, e ao mesmo tempo e pela mesma razão o alcance máximo da
graça que o universo poderia ver. A auto-apropriação
da penalidade por parte do eterno Filho de Deus é a mais elevada vindicação concebível
da absoluta inviolabilidade da justiça, e ao mesmo tempo a mais elevada
expressão concebível de amor infinito.
A livre graça
se manifesta: -
1. Na admissão
de um sofredor vicário.
2. No dom do
Bem-amado Filho de Deus para tal serviço.
3. Na eleição
soberana das pessoas que seriam por ele representadas.
4. Nas
gloriosas recompensas que lhes adviriam sob a condição daquela representação.
Deus nos
abençoe!
A.A.Hodge (1823-1886).
*Confissão de Fé de Westminster
Comentada - Ed. Os Puritanos.
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