"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

“GRAÇA ESPECIAL”

 

“GRAÇA ESPECIAL”

“Conheço-te pelo teu nome; também achaste graça aos meus olhos” (Êx 33.12).

Considere a distintiva graça de Deus no ato de salvar aqueles que Ele separou soberanamente para serem salvos.

Foi nesta distintiva graça que Deus separou Abraão dentre os seus vizinhos idólatras fazendo dele “o amigo de Deus” e “bênção entre as nações”. Foi nesta distintiva graça que Cristo salvou “publicanos e pecadores, mas acerca dos fariseus disse: “Deixai-os; são cegos, guia de cegos” (Mt 15.14). E temos, Saulo, aquele perseguidor cruel, quando respirando ameaças e disposto à matança, atormentava as ovelhas de Jesus levando-os à morte. Quem, segundo os princípios da justiça humana, não o teria pronunciado vaso da ira, destinado a inevitável condenação? Entretanto, admiremos e adoremos as “insondáveis riquezas da graça especial de Deus” – este Saulo foi admitido na comunhão dos santos, enumerado no exército de mártires, e distinguido servo no notável grupo dos apóstolos (At 9.1-31).

Esta graça especial de Deus se manifesta plenamente no Senhor Jesus Cristo. “Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça. Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1.16,17). Isso não significa que Deus nunca exercera a Sua graça especial antes da encarnação de Seu amado Filho. De Moisés, disse Deus: “Conheço-te pelo teu nome; também achaste graça aos meus olhos” (Êx 33.12). Quando a maldade do homem se multiplicava na terra, vemos que “Noé, achou graça diante do SENHOR” (Gn 6.8). E, o anjo disse a Virgem Maria: “Não temas; porque achaste graça diante de Deus” (Lc 1.30).

A graça e a verdade foram plenamente reveladas e perfeitamente exemplificadas quando o nosso Redentor veio a este mundo para nos livrar dos grilhões da morte eterna. É somente através de Jesus Cristo, o Mediador, que a graça especial flui do “trono da graça” para os eleitos de Deus (Hb 4.16).

“Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.23,24).

Deus nos abençoe!

Pr. José Rodrigues

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil no bairro Fazendinha/Curitiba.
Rua Elias Karan, 150.
(41)3239-2123

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

“A ORAÇÃO DO PAI NOSSO”


“A ORAÇÃO DO PAI NOSSO”

“E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais. Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém]! Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mt 6.9-15).

Temos nestes versículos o maravilhoso modelo de oração com o qual o Senhor Jesus supriu os seus discípulos, e que comumente chamamos de “Oração do Pai Nosso”.

Dizem que esta porção das Escrituras seja, talvez, a mais conhecida em todo o mundo. Milhares e milhares de pessoas que, nunca viram uma Bíblia ou nunca tiveram a oportunidade de ouvir o Evangelho puro, já ouviram ou recitaram a oração do “Pai Nosso”.

É bem provável que esta tenha sido a primeira oração que aprendemos, quando crianças. Nisto consiste a sua simplicidade: ela contém o princípio de tudo quanto o mais desenvolvido filho de Deus possa desejar. E nisto consiste a sua plenitude: quanto mais ponderamos as suas palavras, tanto mais sentimos que esta oração procede de Deus.

* A oração do “Pai Nosso” consiste de dez partes ou sentenças.

1) A primeira sentença declara a quem devemos orar: “Pai nosso que estás nos céus”. Não devemos clamar aos santos ou aos anjos, mas exclusivamente ao Pai, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o SENHOR dos céus e da terra. Podemos chamá-Lo de Pai no sentido de que Ele é o nosso criador, conforme fez o apóstolo Paulo, perante os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração” (At 17.28). Nós O chamamos de Pai no sentido mais elevado da Palavra. Somos nascidos de Deus, nascidos do Espírito, nascidos pela vontade de Deus (Jo 1.12,13). Professamos ser filhos de Deus, mediante a fé no Senhor Jesus Cristo, e testemunhamos ter recebido o “espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8.15). Jamais nos esqueçamos disso!

2) A segunda sentença consiste em uma petição concernente ao nome de Deus: “santificado seja o teu nome”. Quando falamos em “nome” de Deus, entendemos todos aqueles atributos divinos através dos quais Ele se tem revelado a nós – o seu poder, sabedoria, amor, santidade, justiça, misericórdia e verdade. Quando rogamos que esses atributos sejam “santificados”, pedimos que eles sejam feitos conhecidos e glorificados. Glorificar a Deus é a primeira coisa que os filhos de Deus devem almejar. Esse foi o assunto de uma das orações do próprio Senhor Jesus: “Pai, glorifica o teu nome” (Jo 12.28). Este é o propósito para o qual o mundo foi criado. Esta é a finalidade pela qual os santos são chamados. A principal coisa que deveríamos buscar nesta vida é que “em todas as coisas seja Deus glorificado” (1Pe.11).

3) A terceira sentença envolve uma petição acerca do  reino de Deus: “venha o teu reino”. Por “teu reino” entendemos, primeiramente, o reino de graça que Deus estabelece e mantém no coração de todos os membros do corpo de Cristo, por meio do seu Espírito e de sua Palavra. Mas, principalmente, entendemos tratar-se daquele reino de glória que um dia será estabelecido, quando o Senhor Jesus voltar, de modo definitivo. Nesta ocasião, todo joelho se dobrará diante dEle, e toda língua confessará que Ele é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.10,11).

4) A quarta sentença é uma petição concernente à vontade de Deus: “faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”. Neste ponto, oramos no sentido de que as leis de Deus venham ser obedecidas pelos homens tão perfeita, pronta e incessantemente como são pelos anjos, no céu. Rogamos que aqueles que agora não obedecem às leis de Deus, sejam convertidos e ensinados a obedecê-las, e que aqueles que obedecem o façam ainda com maior empenho. A nossa autêntica felicidade consiste na perfeita submissão à vontade de Deus. É demonstração do mais alto amor e santidade orar no sentido de que a humanidade possa conhecer a perfeita vontade de Deus e submeter-se a ela.

5) A quinta sentença é uma petição referente às nossas próprias necessidades diárias: “o pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. Somos aqui ensinados a reconhecer a nossa inteira dependência de Deus para o suprimento das nossas necessidades diárias. Precisamos diariamente do pão. Nós confessamos nossa carência de Deus, o Criador, e suplicamos que Ele tome conta de nós. Pedimos pão como a mais simples das nossas necessidades materiais; mas, nessa palavra, incluímos todas as necessidades do nosso corpo.

6) A sexta sentença é uma petição a respeito dos nossos pecados: “perdoa-nos as nossas dívidas”. Confessamos que somos pecadores e que precisamos receber diariamente o perdão de nossas transgressões. Esta é uma parte da oração do Pai Nosso que merece ser especialmente relembrada. Ela condena toda justiça-própria e auto-justificação. Somos aqui instruídos a manter um hábito continuo de confissão junto ao trono de graça; e buscar perdão, misericórdia e remissão.

7)  A sétima sentença é uma declaração que diz respeito aos nossos sentimentos para com o próximo: rogamos ao Pai que “nos perdoe as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”. Esta é a única declaração de um compromisso nosso para com Deus que aparece em toda a oração, é a única parte da oração na qual Jesus se detém para fazer um comentário posterior. Jesus nos relembra que não devemos esperar receber o perdão, quando oramos, se o fizermos com malícia ou rancor no coração, para com os outros. Orar com tal atitude mental é hipocrisia. É ainda pior que hipocrisia. É como dizer: “não me perdoe”. Não devemos esperar ser perdoados, se nós não conseguimos perdoar.

8) A oitava sentença é uma petição a respeito de nossas fraquezas: “não nos deixes cair em tentação”. Ela nos ensina que a todo momento podemos ser enganados e cair em transgressão. Ela nos instrui a confessar nossas fraquezas, debilidades, e a buscar a Deus para nos sustentar e não nos deixar cair em pecado. Rogamos que Ele, que ordena todas coisas no céu e na terra, não nos deixe incorrer naquilo que é prejudicial às nossas almas, e que jamais permita que sejamos tentados além do que somos capazes de suportar. “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1Co 10.13).

9) A nona sentença é uma petição acerca dos perigos que nos ameaçam: “livra-nos do mal”. Somos aqui ensinados a pedir que Deus nos livre do mal existente neste mundo, do mal que está dentro dos nossos próprios corações, e, não menos importante, do Maligno, que é o diabo. Assim rogamos a Deus, o único que pode nos preservar, para que sejamos continuamente vitoriosos “contra as astutas ciladas do diabo, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, contra o dia mal, e dardos inflamados do Maligno” (Ef 6.11-13,16; Jo 17.15).

10) A décima e última sentença é uma atribuição de louvor: “teu é o reino, o poder e a glória”. Com estas palavras, declaramos a nossa convicção de que os reinos deste mundo são legítima propriedade de Deus nosso Pai, que a Ele pertence todo o poder, e que Ele merece receber toda glória e louvor.

Concluímos esta grande oração oferecendo ao SENHOR a nossa profissão de fé, de que Lhe conferimos toda a honra, e que confessamos e nos regozijamos no fato de que Ele é o Rei dos reis, o SENHOR dos senhores.

Deus nos abençoe!

Pr. José Rodrigues

*Meditações no Evangelho de Mateus, J.C.Ryle, Ed. Fiel

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil no bairro Fazendinha/Curitiba.
Rua Elias Karan, 150.
(41)3239-2123

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

“TRÊS CAUSAS DE NOSSA SALVAÇÃO”

 

“TRÊS CAUSAS DE NOSSA SALVAÇÃO”

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Ef 1.3-7).

Nesta cláusula são mencionadas três causas de nossa salvação. A causa eficiente é o beneplácito da vontade de Deus; a causa material é Cristo; e a causa final é o louvor da glória de sua graça. 

À primeira pertence todo este contexto: Deus nos predestinou nele mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para adoção, e nos fez aceitos por meio de sua graça. No verbo predestinar devemos novamente atentar para a ordem. Nem mesmo existíamos, portanto não existia nenhum mérito propriamente nosso. Consequentemente, a causa da salvação não procedeu de nós mesmos, e, sim, tão-somente de Deus.

O que se segue, porém, é ainda mais claro: segundo o beneplácito de sua vontade. A palavra “vontade” seria suficiente, pois o apóstolo estava acostumado a contrastá-la com todas as causas externas pelas quais o homem imagina que a mente de Deus é passível de receber influência. Todavia, para que não permaneça qualquer ambiguidade, ele usa o contraste “beneplácito”, o que expressamente exclui todo e qualquer mérito. Portanto, ao adotar-nos, o Senhor não levou em conta o que somos, e não nos reconciliou consigo mesmo com base em alguma dignidade que porventura tivéssemos. Seu único motivo é o eterno beneplácito por meio do qual ele nos predestinou.

Finalmente, a fim de que nada mais ficasse faltando, Paulo acrescenta e nos afiança que Deus nos envolve graciosamente em seu amor e favor, não com base em retribuição meritória, senão que ele nos elegeu quando nem ainda tínhamos nascido, quando nada o motivara senão ele próprio.

A causa material, tanto da eleição eterna quanto do amor que nos é agora revelado, é Cristo, a quem ele chama o Amado, querendo dizer-nos que por meio dele o amor de Deus é sobre nós derramado. Portanto, ele é o bem-amado para reconciliar-nos. O propósito mais elevado e último é acrescentado imediatamente, a saber: o glorioso louvor de uma graça infinitamente rica. Todo homem, pois, que oculta esta glória está contribuindo para o ofuscamento do propósito eterno de Deus.

Soli Deo Glória!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil no bairro Fazendinha/Curitiba.
Rua Elias Karan, 150.
(41)3239-2123

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

“A LEI CRISTÃ DO AMOR”


“A LEI CRISTÃ DO AMOR”

“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mt 5.43-48).

Se o espírito deste texto fosse mais continuamente relembrado pelos verdadeiros crentes, eles recomendariam o cristianismo ao mundo de maneira muito mais eficiente. A devida atenção às palavras de Cristo é que faz atrativa a religião cristã. A negligência quanto às verdades aqui contidas tem levado à deformação e rejeição do cristianismo. Amor, gentileza, ternura e consideração pelos nossos semelhantes são alguns dos melhores ornamentos do caráter dos filhos de Deus. O mundo pode compreender estas coisas, mesmo quando não são capazes de discernir as doutrinas cristãs. Não existe religião cristã na grosseria, na aspereza, na indelicadeza, na falta de civilidade, respeito e consideração pelo próximo.

Se o espírito deste texto tivesse maior domínio e poder sobre o mundo, como o mundo seria? Quem não sabe que as guerras, as desavenças e o egoísmo causam infortúnios que afligem a humanidade? Quem não percebe que coisa alguma tenderia mais por aumentar a paz e a harmonia entre os homens do que a propagação do amor cristão, tal como aqui é recomendado por nosso Senhor Jesus? Que todos nós nos lembremos disto. A ausência da verdadeira religião é a causa da falta de amor e a busca egoísta por prazer e felicidade. A verdadeira religião tende por promover o amor a Deus e ao próximo. Quanto mais os nascidos de Deus, os nascidos do Espírito, seguirem os ensinamentos do nosso Senhor Jesus Cristo, tanto mais santificados, amorosos e felizes serão.

“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba” (1Co 13.4-8).

Deus nos abençoe!

Pr. José Rodrigues

*Meditações no Evangelho de Mateus, J.C,Ryle, Editora Fiel.

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil no bairro Fazendinha/Curitiba.
Rua Elias Karan, 150.
(41)3239-2123

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

"A Lei Cristã do Amor" (Mt 5.38-48).

“A Lei Cristã do Amor” 

“Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes. Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mt 5.38-48). Amém!


*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil no bairro Fazendinha/Curitiba.
Rua Elias Karan, 150.
(41)3239-2123

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

JUSTIFICAÇÃO: QUESTÕES DE PAULO E TIAGO

 

JUSTIFICAÇÃO: QUESTÕES DE PAULO E TIAGO

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9).

“Sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado” (Gl 2.16).

Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?” (Tg 2.14).

“Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta. Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé” (Tg 2.15-18).

Enquanto a fé sozinha, dissociada de qualquer outra graça, ela é o único instrumento da justificação, contudo nunca está sozinha na pessoa justificada, mas embora autêntica, é sempre acompanhada de todas as demais graças cristãs. Para nossa doutrina da justificação, a famosa passagem de Tiago 2.14 é com frequência contestada. Paulo e Tiago, porém, estão falando de coisas distintas. Tiago ensina que a fé que é sozinha – isto é, a fé morta – não justifica. Ele está argumentando contra os cristãos nominais, que mantinham a verdade com injustiça. Paulo usa o verbo “justificar” no sentido de justificação divina do pecador; cujo pré-requisito é a fé, e não as obras. Tiago usa o verbo “justificar” no sentido de prova verdadeira ou real; sentido em que a fé é justificada ou provada ser verídica através das obras. Consequentemente, os teólogos ortodoxos têm sempre reconhecido que, enquanto a fé sozinha justifica, uma fé que é sozinha, ou dissociada de outras graças e infrutífera em boas obras, não justificará. “As obras”, diz Martinho Lutero, “não são levadas em consideração quando a questão se relaciona com a justificação. Mas a verdadeira fé não mais deixará de produzi-las como o sol não pode cessar de produzir a luz”.

“A fé, assim recebendo e assim repousando em Cristo e sua justiça, é o único instrumento da justificação; ela, contudo, não está sozinha na pessoa justificada, mas é sempre acompanhada de todas as demais graças salvíficas; não é uma fé morta, mas que age através do amor” (CFW. XI, seção II).

Deus nos abençoe!

A.A.Hodge (1823-1886).

*Confissão de Fé de Westminster Comentada - Ed. Os Puritanos.

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil no bairro Fazendinha/Curitiba.
Rua Elias Karan, 150.
(41)3239-2123