"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

“TRÊS CAUSAS DE NOSSA SALVAÇÃO”

 

“TRÊS CAUSAS DE NOSSA SALVAÇÃO”

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Ef 1.3-7).

Nesta cláusula são mencionadas três causas de nossa salvação. A causa eficiente é o beneplácito da vontade de Deus; a causa material é Cristo; e a causa final é o louvor da glória de sua graça. 

À primeira pertence todo este contexto: Deus nos predestinou nele mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para adoção, e nos fez aceitos por meio de sua graça. No verbo predestinar devemos novamente atentar para a ordem. Nem mesmo existíamos, portanto não existia nenhum mérito propriamente nosso. Consequentemente, a causa da salvação não procedeu de nós mesmos, e, sim, tão-somente de Deus.

O que se segue, porém, é ainda mais claro: segundo o beneplácito de sua vontade. A palavra “vontade” seria suficiente, pois o apóstolo estava acostumado a contrastá-la com todas as causas externas pelas quais o homem imagina que a mente de Deus é passível de receber influência. Todavia, para que não permaneça qualquer ambiguidade, ele usa o contraste “beneplácito”, o que expressamente exclui todo e qualquer mérito. Portanto, ao adotar-nos, o Senhor não levou em conta o que somos, e não nos reconciliou consigo mesmo com base em alguma dignidade que porventura tivéssemos. Seu único motivo é o eterno beneplácito por meio do qual ele nos predestinou.

Finalmente, a fim de que nada mais ficasse faltando, Paulo acrescenta e nos afiança que Deus nos envolve graciosamente em seu amor e favor, não com base em retribuição meritória, senão que ele nos elegeu quando nem ainda tínhamos nascido, quando nada o motivara senão ele próprio.

A causa material, tanto da eleição eterna quanto do amor que nos é agora revelado, é Cristo, a quem ele chama o Amado, querendo dizer-nos que por meio dele o amor de Deus é sobre nós derramado. Portanto, ele é o bem-amado para reconciliar-nos. O propósito mais elevado e último é acrescentado imediatamente, a saber: o glorioso louvor de uma graça infinitamente rica. Todo homem, pois, que oculta esta glória está contribuindo para o ofuscamento do propósito eterno de Deus.

Soli Deo Glória!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil no bairro Fazendinha/Curitiba.
Rua Elias Karan, 150.
(41)3239-2123

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