"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

“A ORAÇÃO DO PAI NOSSO”


“A ORAÇÃO DO PAI NOSSO”

“E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais. Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém]! Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mt 6.9-15).

Temos nestes versículos o maravilhoso modelo de oração com o qual o Senhor Jesus supriu os seus discípulos, e que comumente chamamos de “Oração do Pai Nosso”.

Dizem que esta porção das Escrituras seja, talvez, a mais conhecida em todo o mundo. Milhares e milhares de pessoas que, nunca viram uma Bíblia ou nunca tiveram a oportunidade de ouvir o Evangelho puro, já ouviram ou recitaram a oração do “Pai Nosso”.

É bem provável que esta tenha sido a primeira oração que aprendemos, quando crianças. Nisto consiste a sua simplicidade: ela contém o princípio de tudo quanto o mais desenvolvido filho de Deus possa desejar. E nisto consiste a sua plenitude: quanto mais ponderamos as suas palavras, tanto mais sentimos que esta oração procede de Deus.

* A oração do “Pai Nosso” consiste de dez partes ou sentenças.

1) A primeira sentença declara a quem devemos orar: “Pai nosso que estás nos céus”. Não devemos clamar aos santos ou aos anjos, mas exclusivamente ao Pai, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o SENHOR dos céus e da terra. Podemos chamá-Lo de Pai no sentido de que Ele é o nosso criador, conforme fez o apóstolo Paulo, perante os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração” (At 17.28). Nós O chamamos de Pai no sentido mais elevado da Palavra. Somos nascidos de Deus, nascidos do Espírito, nascidos pela vontade de Deus (Jo 1.12,13). Professamos ser filhos de Deus, mediante a fé no Senhor Jesus Cristo, e testemunhamos ter recebido o “espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8.15). Jamais nos esqueçamos disso!

2) A segunda sentença consiste em uma petição concernente ao nome de Deus: “santificado seja o teu nome”. Quando falamos em “nome” de Deus, entendemos todos aqueles atributos divinos através dos quais Ele se tem revelado a nós – o seu poder, sabedoria, amor, santidade, justiça, misericórdia e verdade. Quando rogamos que esses atributos sejam “santificados”, pedimos que eles sejam feitos conhecidos e glorificados. Glorificar a Deus é a primeira coisa que os filhos de Deus devem almejar. Esse foi o assunto de uma das orações do próprio Senhor Jesus: “Pai, glorifica o teu nome” (Jo 12.28). Este é o propósito para o qual o mundo foi criado. Esta é a finalidade pela qual os santos são chamados. A principal coisa que deveríamos buscar nesta vida é que “em todas as coisas seja Deus glorificado” (1Pe.11).

3) A terceira sentença envolve uma petição acerca do  reino de Deus: “venha o teu reino”. Por “teu reino” entendemos, primeiramente, o reino de graça que Deus estabelece e mantém no coração de todos os membros do corpo de Cristo, por meio do seu Espírito e de sua Palavra. Mas, principalmente, entendemos tratar-se daquele reino de glória que um dia será estabelecido, quando o Senhor Jesus voltar, de modo definitivo. Nesta ocasião, todo joelho se dobrará diante dEle, e toda língua confessará que Ele é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.10,11).

4) A quarta sentença é uma petição concernente à vontade de Deus: “faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”. Neste ponto, oramos no sentido de que as leis de Deus venham ser obedecidas pelos homens tão perfeita, pronta e incessantemente como são pelos anjos, no céu. Rogamos que aqueles que agora não obedecem às leis de Deus, sejam convertidos e ensinados a obedecê-las, e que aqueles que obedecem o façam ainda com maior empenho. A nossa autêntica felicidade consiste na perfeita submissão à vontade de Deus. É demonstração do mais alto amor e santidade orar no sentido de que a humanidade possa conhecer a perfeita vontade de Deus e submeter-se a ela.

5) A quinta sentença é uma petição referente às nossas próprias necessidades diárias: “o pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. Somos aqui ensinados a reconhecer a nossa inteira dependência de Deus para o suprimento das nossas necessidades diárias. Precisamos diariamente do pão. Nós confessamos nossa carência de Deus, o Criador, e suplicamos que Ele tome conta de nós. Pedimos pão como a mais simples das nossas necessidades materiais; mas, nessa palavra, incluímos todas as necessidades do nosso corpo.

6) A sexta sentença é uma petição a respeito dos nossos pecados: “perdoa-nos as nossas dívidas”. Confessamos que somos pecadores e que precisamos receber diariamente o perdão de nossas transgressões. Esta é uma parte da oração do Pai Nosso que merece ser especialmente relembrada. Ela condena toda justiça-própria e auto-justificação. Somos aqui instruídos a manter um hábito continuo de confissão junto ao trono de graça; e buscar perdão, misericórdia e remissão.

7)  A sétima sentença é uma declaração que diz respeito aos nossos sentimentos para com o próximo: rogamos ao Pai que “nos perdoe as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”. Esta é a única declaração de um compromisso nosso para com Deus que aparece em toda a oração, é a única parte da oração na qual Jesus se detém para fazer um comentário posterior. Jesus nos relembra que não devemos esperar receber o perdão, quando oramos, se o fizermos com malícia ou rancor no coração, para com os outros. Orar com tal atitude mental é hipocrisia. É ainda pior que hipocrisia. É como dizer: “não me perdoe”. Não devemos esperar ser perdoados, se nós não conseguimos perdoar.

8) A oitava sentença é uma petição a respeito de nossas fraquezas: “não nos deixes cair em tentação”. Ela nos ensina que a todo momento podemos ser enganados e cair em transgressão. Ela nos instrui a confessar nossas fraquezas, debilidades, e a buscar a Deus para nos sustentar e não nos deixar cair em pecado. Rogamos que Ele, que ordena todas coisas no céu e na terra, não nos deixe incorrer naquilo que é prejudicial às nossas almas, e que jamais permita que sejamos tentados além do que somos capazes de suportar. “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1Co 10.13).

9) A nona sentença é uma petição acerca dos perigos que nos ameaçam: “livra-nos do mal”. Somos aqui ensinados a pedir que Deus nos livre do mal existente neste mundo, do mal que está dentro dos nossos próprios corações, e, não menos importante, do Maligno, que é o diabo. Assim rogamos a Deus, o único que pode nos preservar, para que sejamos continuamente vitoriosos “contra as astutas ciladas do diabo, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, contra o dia mal, e dardos inflamados do Maligno” (Ef 6.11-13,16; Jo 17.15).

10) A décima e última sentença é uma atribuição de louvor: “teu é o reino, o poder e a glória”. Com estas palavras, declaramos a nossa convicção de que os reinos deste mundo são legítima propriedade de Deus nosso Pai, que a Ele pertence todo o poder, e que Ele merece receber toda glória e louvor.

Concluímos esta grande oração oferecendo ao SENHOR a nossa profissão de fé, de que Lhe conferimos toda a honra, e que confessamos e nos regozijamos no fato de que Ele é o Rei dos reis, o SENHOR dos senhores.

Deus nos abençoe!

Pr. José Rodrigues

*Meditações no Evangelho de Mateus, J.C.Ryle, Ed. Fiel

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil no bairro Fazendinha/Curitiba.
Rua Elias Karan, 150.
(41)3239-2123

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