“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9).
“Sabendo, contudo, que o homem
não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também
temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e
não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado” (Gl
2.16).
“Meus irmãos, qual é o proveito, se
alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé
salvá-lo?” (Tg 2.14).
“Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta. Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé” (Tg 2.15-18).
Enquanto a fé
sozinha, dissociada de qualquer outra graça, ela é o único instrumento da
justificação, contudo nunca está sozinha na pessoa justificada, mas embora
autêntica, é sempre acompanhada de todas as demais graças cristãs. Para nossa
doutrina da justificação, a famosa passagem de Tiago 2.14 é com frequência
contestada. Paulo e Tiago, porém, estão falando de coisas distintas. Tiago
ensina que a fé que é sozinha – isto é, a fé morta – não justifica. Ele está
argumentando contra os cristãos nominais, que mantinham a verdade com
injustiça. Paulo usa o verbo “justificar” no sentido de justificação divina do pecador; cujo pré-requisito é a fé, e não as
obras. Tiago usa o verbo “justificar” no sentido de prova verdadeira ou real;
sentido em que a fé é justificada ou provada ser verídica através das obras.
Consequentemente, os teólogos ortodoxos têm sempre reconhecido que, enquanto a
fé sozinha justifica, uma fé que é sozinha, ou dissociada de outras graças e
infrutífera em boas obras, não justificará. “As obras”, diz Martinho Lutero, “não são
levadas em consideração quando a questão se relaciona com a justificação. Mas a
verdadeira fé não mais deixará de produzi-las como o sol não pode cessar de
produzir a luz”.
“A fé, assim
recebendo e assim repousando em Cristo e sua justiça, é o único instrumento da
justificação; ela, contudo, não está sozinha na pessoa justificada, mas é
sempre acompanhada de todas as demais graças salvíficas; não é uma fé morta,
mas que age através do amor” (CFW. XI, seção II).
Deus nos
abençoe!
A.A.Hodge (1823-1886).
*Confissão de Fé de Westminster Comentada - Ed. Os Puritanos.
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