"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



terça-feira, 15 de março de 2022

“EM TEMOR E GRANDE TREMOR”


“EM TEMOR E GRANDE TREMOR”

“E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós” (1Co 2.3).

Por fraqueza, o apóstolo Paulo geralmente quer dizer, aqui e diversas vezes, subsequentemente, tudo quanto venha prejudicar a posição e dignidade de alguém na avaliação de outras pessoas. Temor e tremor são decorrências desta fraqueza. Contudo existem duas maneiras pelas quais podemos explicar estas duas palavras. Uma delas é que, tendo ponderado na magnitude da tarefa que ele continuava a desempenhar, perturbava-se e enfrentava não pouca ansiedade ao ocupar-se do desempenho dela. A outra explicação é a seguinte: visto que se achava cercado por muitos perigos, ele se via dominado por perene temor e constante ansiedade. Uma e outra se ajustam perfeitamente bem ao contexto, porém, em minha opinião, a segunda é a mais simples. Naturalmente que modéstia como esta é própria para os servos do Senhor, de modo que, cônscios de sua própria fraqueza e, em contrapartida, encarando respeitosamente as dificuldades, bem como a excelência de tal tarefa, podem aproximar-se dela com reverência e engajar-se nela com temor. Pois aqueles que se apresentam imbuídos de confiança, e com ares de superioridade, ou que exerçam o ministério da Palavra de forma displicente, como se fossem talhados para tal tarefa, não conhecem nem a si mesmos nem à própria tarefa.

Porém, visto que Paulo, aqui, liga temor a fraqueza, e fraqueza significa tudo quanto pudesse levá-lo à depreciação, segue-se que, aqui, temor se relaciona a perigos e dificuldades. Todavia, é plenamente comprovado que este temor era de natureza tal que não impedia Paulo de executar a obra do Senhor, como os fatos o comprovam. Nem são os servos do Senhor tão estúpidos para não se verem ameaçados por perigos; na verdade, eles devem viver seriamente apreensivos por duas razões: (1) que eles, combalidos a seus próprios olhos, aprendam a depender e a descansar completamente só em Deus; e (2) que sejam treinados na genuína renúncia. Paulo, pois, não vivia isento das sensações de ansiedade, mas que as controlava de tal modo que ele, apesar de tudo, continuava a ser destemido em meio às crises, e assim, com incansável perseverança e resistência, ele se furtava de todos os insultos de Satanás e do mundo; e, resumindo, dessa forma ele seguia seu caminho através de toda resistência.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil no bairro Fazendinha/Curitiba.
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