“SUBMISSOS AOS GOVERNANTES E ÀS AUTORIDADES”
“Lembra-lhes que se sujeitem aos
que governam, às autoridades; sejam obedientes, estejam prontos para toda boa
obra” (Tt 3.1).
É evidente, à luz de muitas passagens, que os apóstolos tinham muita
dificuldade em manter o povo comum em sujeição à autoridade dos magistrados e
príncipes. Por natureza, todos nós gostamos de independência, de sorte que
ninguém tem disposição para submeter-se a outrem. Além disso, visto que naquele
tempo praticamente todos os poderes mundanos eram opostos a Cristo, a conclusão
lógica é que eram indignos de qualquer honra. Portanto, havendo mencionado os
deveres particulares, Paulo agora se volta para eles e os admoesta em termos
gerais no sentido em que tranquilamente respeitassem a ordem do governo civil,
obedecessem às leis e se submetessem aos magistrados.
O que ele imediatamente acrescenta sobre estar preparados para toda boa obra pode aplicar-se ao mesmo tema,
como se quisesse dizer: “Todo aquele que
não se recusa a viver uma vida boa e honesta voluntariamente tributará
obediência aos magistrados”. Pois já que eles foram designados para a
preservação da vida humana, aquele que deseja sua remoção ou lança fora seu
jugo é inimigo da equidade e da justiça, e, portanto destituído de toda
humanidade. Se porventura alguém preferir interpretar esta frase sem referência
ao contexto imediato, não faço objeção alguma. Não há dúvida de que nesta
sentença ele está nos recomendando benevolência para com nosso próximo ao longo
de toda a nossa vida.
Deus nos abençoe!
João Calvino (1509-1564).
*Pastorais - Edições Paracletos.
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