“DIGNO DE HONRA SEJA O MATRIMÔNIO”
“Digno de honra entre todos seja o
matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e
adúlteros” (Hb 13.4).
Ao sermos
informados de que o matrimônio deve ser tido em honra, deve ocorrer-nos imediatamente
que o nosso comportamento nele tem de ser honroso e reverente. Vemos também que
o escritor aos Hebreus, aqui, está contrastando o matrimônio com a fornicação
como um antídoto contra uma moléstia, e o contexto claramente revela que essa
era sua intenção. Antes de ameaçar que o Senhor punirá os fornicários, o
apóstolo apresenta o genuíno caminho para evitar-se tal punição, ou seja: viver
honradamente na vida conjugal. Este, portanto, deve ser o ponto primordial: que
a fornicação não se efetuará impunimente, visto que Deus se vingará contra ela.
Visto que Deus tem abençoado a união entre um homem e sua esposa, a qual ele
mesmo instituiu, segue-se que qualquer divergência neste caso será por ele
condenada e amaldiçoada. Ele promete castigo não só para os adúlteros, mas
também para toda classe de fornicários, porquanto ambos se afastam da santa
ordenação de Deus, e deveras a violam e a subvertem por sua promiscuidade, já
que só existe uma única união legítima que é ratificada pelo Nome e pela
autoridade de Deus. Visto que não se pode controlar os promíscuos e irrequietos
sem o antídoto do matrimônio, o autor no-lo recomenda e o denomina de honrável.
Quanto ao
aditamento, leito sem mácula, tomo-o
no seguinte sentido: aqueles que se unem pelos laços do matrimônio devem saber
que não podem proceder segundo a inclinação de sua natureza, senão que o uso
lícito de seu leito conjugal deve ser no espírito de moderação, de modo a não
admitir nada que seja contrário à modéstia e à castidade do matrimônio.
Deus nos abençoe!
João Calvino (1509-1564).
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